sábado, 26 de dezembro de 2015

Mal traçadas linhas 7



  De Natal
    
    Nos estertores finais do ano da graça de 2015, pediram que pregasse sobre Natal. Esse tipo de mensagem é recorrente. Se a gente não tomar cuidado, torna-se mesmo repetitivo.

    Então pensei em Mateus, na leitura que ele faz das Escrituras, e foi este o primeiro tópico da fala. Leitura das Escrituras produz mais Escritura. Baseado no que leu do Antigo Testamento, esse evangelista produziu Novo Testamento.

    Significa, de novo, dizer que sem leitura, prática e proclamação bíblica não se faz evangelho e nem Reino de Deus. Bíblia é comunicação de Deus com o homem. E a tríade leitura-assimilação-prática é o modo de entender o agir de Deus no e através do homem.

   Desprezo, descaso e ignorância da Bíblia, que têm sido a ênfase nos círculos evangelicais atuais, produz nada, produz arremedo de confissão evangélica. E os assim chamados evangélicos, nessa condição, tornam-se sal insípido, jogados às ruas e pisados pelos homens que, indiferentemente, passam adiante, os mesmos de sempre.

    Segundo tópico da leitura de Mateus, foi notar que se cumpriu a profecia de que Jesus nasceria em Belém, pequena demais. Definitivamente os homens detestam o que é pequeno demais. E evangélicos também, ultimamente, rejeitam o que é pequeno demais. Isso gera um conflito direto com a preferência de Deus, que escolhe o que não é, para reduzir a nada “o que é”.

     Portanto, o poder de Deus sempre se manifesta no que é pequeno, exatamente para reduzir a nada o que é presumido. Evangélicos foram também assimilados pela vaidade. Como dizia Salomão: tudo é vaidade. Não fala das coisas, em si, mas dos homens que desejam, para si mesmos, ostentação. E, para tal, usurpam para si o que é dom de Deus, considerando suas as mediações de Deus, manipuladas para que enriqueçam monetariamente adquirindo, então, mais ostentação ainda. Tornou-se um círculo vicioso.

    Em terceiro, Mateus cita a profecia de Isaías, que sugere a Acaz que peça a Deus um sinal. Nem precisava, porque Deus, em Sua misericórdia, sempre mostra Seus sinais. Então o rei Acaz acovardou-se.

     Fugir dos sinais de Deus revela-se covardia. Há muita gente covarde. O rei foi demagogo, fingiu-se politicamente correto e disse não pedirei a Deus um sinal. Quem crê, todos os que creem, é porque identificaram e creram em Deus pelos sinais concedidos.

     O principal foi a crucificação de Jesus. Aquela crucificação é o principal e definitivo sinal. Não há nenhum outro maior, todos os outros apontam para este.

   A leitura de Mateus sugere três coisas para este Natal, estertores finais do ano de 2015: (1) dependência das Escrituras como essencial no diálogo com Deus (e com os homens); (2) Deus lança mão do que é pequeno, para envergonhar o homem vaidoso e mestre de ostentação; (3) Deus, em Sua misericórdia, espalha sinais para que o homem possa divisar, enxergar, atentar para a relação de fé com Ele.

  Bom Natal. Muito Feliz Ano Novo.

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