De Natal
Nos estertores
finais do ano da graça de 2015, pediram que pregasse sobre Natal. Esse tipo de
mensagem é recorrente. Se a gente não tomar cuidado, torna-se mesmo repetitivo.
Então pensei em
Mateus, na leitura que ele faz das Escrituras, e foi este o primeiro tópico da
fala. Leitura das Escrituras produz mais Escritura. Baseado no que leu do
Antigo Testamento, esse evangelista produziu Novo Testamento.
Significa,
de novo, dizer que sem leitura, prática e proclamação bíblica não se faz evangelho
e nem Reino de Deus. Bíblia é comunicação de Deus com o homem. E a tríade
leitura-assimilação-prática é o modo de entender o agir de Deus no e através do homem.
Desprezo, descaso e
ignorância da Bíblia, que têm sido a ênfase nos círculos evangelicais atuais,
produz nada, produz arremedo de confissão evangélica. E os assim chamados
evangélicos, nessa condição, tornam-se sal insípido, jogados às ruas e pisados pelos homens que, indiferentemente, passam adiante, os mesmos de sempre.
Segundo tópico da
leitura de Mateus, foi notar que se cumpriu a profecia de que Jesus nasceria em
Belém, pequena demais. Definitivamente os homens detestam o que é pequeno
demais. E evangélicos também, ultimamente, rejeitam o que é pequeno demais. Isso gera um conflito direto com a preferência de Deus, que escolhe o que não é, para reduzir
a nada “o que é”.
Portanto, o poder
de Deus sempre se manifesta no que é pequeno, exatamente para reduzir a nada o
que é presumido. Evangélicos foram também assimilados pela vaidade. Como dizia
Salomão: tudo é vaidade. Não fala das coisas, em si, mas dos homens que
desejam, para si mesmos, ostentação. E, para tal, usurpam para si o que é dom de Deus, considerando suas as mediações de Deus, manipuladas para que enriqueçam monetariamente adquirindo, então, mais ostentação ainda. Tornou-se um círculo
vicioso.
Em terceiro, Mateus
cita a profecia de Isaías, que sugere a Acaz que peça a Deus um sinal. Nem
precisava, porque Deus, em Sua misericórdia, sempre mostra Seus sinais. Então o
rei Acaz acovardou-se.
Fugir dos sinais
de Deus revela-se covardia. Há muita gente covarde. O rei foi demagogo,
fingiu-se politicamente correto e disse não pedirei a Deus um sinal. Quem crê,
todos os que creem, é porque identificaram e creram em Deus pelos sinais concedidos.
O principal foi a crucificação de Jesus.
Aquela crucificação é o principal e definitivo sinal. Não há nenhum outro
maior, todos os outros apontam para este.
A leitura de Mateus
sugere três coisas para este Natal, estertores finais do ano de 2015: (1)
dependência das Escrituras como essencial no diálogo com Deus (e com os
homens); (2) Deus lança mão do que é pequeno, para envergonhar o homem vaidoso
e mestre de ostentação; (3) Deus, em Sua misericórdia, espalha sinais para que
o homem possa divisar, enxergar, atentar para a relação de fé com Ele.
Bom Natal. Muito Feliz
Ano Novo.
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