E saímos procurando o Morro dos Macacos. Enquanto investigávamos, ouvimos a história que nos remetia a essa fatia da cidade. Eram os anos 80. Pura mata que começava a ser invadida.
Terras do Banacre, terras da Nova Estação e Conquista, que davam no Horto, beirando o Bairro da Paz. Coisa de Chica Marinheiro essa invasão. Esse Morro do Macaco era um alteado, como porta de entrada a partir da Isaura Parente.
Havia história de namorada, sempre tem, umas três ruas somente na Vila Ivonete, onde ela residia. Pela Valdemiro Lopes, que findava num barracão das cercanias, ora, Maria Augusta orientava. Porque era vizinha da namorada Socorro, filha da Amazonas e neta de d. Chata, por causa do tamaninho e da pose de sentar acocorada, feito índio.
Um caminho que dá numa mata, um varadouro que dá num descampado, saia e dobre à direita, no corte de uma cerca, orientava Socorro o rumo de sua casa, alcançada também pelo Manoel Julião, que era mata alta, na época, varando-se para sair na altura da Igreja Quadrangular, ao lado do Araújo da Isaura Parente.
Anos 80 ainda era pouco. Havia histórias de reminiscências dos empates e ocupavam-se periferias, com invasões, luta renhida por espaço na cidade em mutação. Nesse contexto que Ivo e Manoel tinham um problema.
E resolveram resolver numa Congada no Morro dos Macacos, consulta no terceiro de d. Maria Rola. O caso era que não conseguiam namorada. Acharam mesmo que era corpo fechado. Carecia de se abrir.
Foram com o amigo, este com nenhum interesse no ritual, mas companhia de reforço, amigo é pra toda hora. Os dois anotaram a lista funcional para efetivar o trabalho. De posse de uma sacolinha, retornaram para a execução da mandinga.
Circularam com uma risca de pólvora, puseram os dois no centro, enfeixaram todo o material trazido e deram termo ao despacho. Garantiram o serviço e despacharam os três amigos. Estavam garantidos e abertos os corpos, desimpedidos os caminhos.
Era fazer o teste da resolução anunciada. Na primeira chance, saíram cedo, entornaram todas e rumaram para a festa programada. Acercaram-se das meninas, mais corajosos e confiantes, certos dos resultados. Que não vieram.
Então se ficou a refletir nas razões. E a culpada, ficou mesmo sendo a mardita. Ora, dedução rápida e farta: Ivo e Manoel, sempre saindo cedo para as festas, calibravam na aguardente. Então, que menina vai querer manguço pé inchado para par no arrasta pé? Nenhuma.
Pronto. Com esse argumento contrário, ou vá que seja, a favor, pura milícia, não há mandinga que dê jeito.
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