Quem poderá habitar teu Santo monte?
Quem poderá fruir tua fazenda?
Quem poderá beber da Rua fonte?
Aquele que procede limpamente,
Que defende o Direito a qualquer custo,
Que traz a lei gravada em sua mente,
Que procura ser bom, sincero e justo.
Que não vive feliz no seu cantinho,
Quando a velhinha ao lado morre e mingua.
Que não enche de opróbrio ao seu vizinho,
Nem mancha de calúnia a própria língua.
Que não presta honraria ao criminoso,
Quando ele é rei, ministro ou general.
Que exalta sempre o homem virtuoso,
Mesmo quando ele é pobre e veste mal.
Que sustenta a verdade a céu aberto,
Ainda mesmo em seu próprio prejuízo.
Que não muda seu rumo, quando certo:
Mas teima, luta é morre, se preciso.
Que seu dinheiro a juros não empresta,
Enriquecendo à custa do indigente.
Que a falso testemunho não se presta
Nem faz acusação contra o inocente.
Aquele que tem tal procedimento
Pode morrer tranquilo e sossegado,
Pois, mesmo que se abale o firmamento,
Seu prestígio jamais será abalado.
Sepetiba, 1° - 4 - 1980.
N. L. M.
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