segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Tributo a dois amigos

       Ora, quem é o Cosmo? Para começar, a pergunta não é quem "era". Está correto perguntar quem é. Porque quem é crente um dia não foi, mas depois de crer, sempre é. E o nome disso é vida eterna em Jesus. Isso que Cosmo anunciou enquanto esteve aqui.
      E o conheci no contexto do Seminário Kerigma. Este um lugar de sonhos, de chamados e de vocações. Onde se aprende a divulgar a fé e a ensinar do que o evangelho é capaz.
     Companheiro presente de Nira. Ah, se tivéssemos as gravações de tantas desavenças. Santas desavenças! Tínhamos de pôr freios no Cosmo. Ele queria abraçar o mundo. Era bem o tipo dele. 
     Saímos num circuito de igrejas convidando pessoas para estudar no Seminário. Para nós, isso era (e sempre será) essencial. 
     Nesse mister, remávamos contra a maré. Maré de brasileiro mané que, ou não gosta de estudar, ou acha que, para ser pastor ou obreiro que o valha, o Espírito vai dar cola, quer dizer, soprar no ouvido a inspiração. 
     Cosmo não pensava assim. Avançava. A gente tinha que pôr freio. Para ele, o Kerigma estava lá adiante. Era muito gozado revirar a papelada que ele trazia em suas pastas. Para ele, elas garantiam, o Kerigma era como se fosse uma Universidade de Teologia.
     Calma, Cosmo: calma. A gente dizia. Rapaz, não pode dizer que é seminário reconhecido, Cosmo, porque não é. Aí ele brandia a papelada, para lá e para cá e eu, depois, tinha que consertar a fala dele. 
     Sempre com cuidado para, ao mesmo tempo, não desacreditá-lo e não confirmar todo esse fôlego que a gente ainda não tinha. Por ele, éramos medalha de ouro.
     Mas Cosmo foi medalha de ouro. Enquanto esteve conosco, viramos mundo. Levou-nos a todo o canto, com seu ânimo, disposição e convicções. 
     Sempre o sorrisão, do tipo que se faz com todo o rosto, fechando os dois olhos. Até nisso, igualzinho a Nira. Sujeito empolgado. Por ele, estávamos aí até hoje. Nira, alma do Kerigma. Cosmo, motor. 
      Uma história que precisa ser contada. Cada aluno tem seu enredo. Cosmo bem representou esse ideal, como se fosse um modelo, uma matriz do seminarista: empolgado no desejo que reunir muitos mais que quisessem. 
     Para ele, era precioso estar naquele lugar. Para ele, precisava que fosse maior, que fosse bem grande, que o reconhecimento fosse bem longe. Acho que Cosmo, como poucos, entendeu. 
     Que, para bem servir ao Senhor, é necessário um excelente preparo. Um dia, quando um grupo significativo de gente começar a pensar como ele pensou, haverá procura, zelo redobrado e bom preparo de obreiros. 
      Esse também é um sinal de avivamento. Para que tantos, como hoje, tristemente se vê, não falem tão mal preparados, tão contraditórios em relação à Bíblia e com tão pouca sabedoria e autoridade. 
      Seminário Kerigma agradece ao Cosmo, símbolo de seu ideal, e a Nira, que não sei de onde trouxe esse amigo precioso. Cosmo, vingou a semente que você ajudou a plantar. Que o bom Deus a faça brotar, para que muitos reconheçam a importância das escolas de profetas. E não finjam preparo, mas sejam como um Paulo, Timóteo ou Cosmo na vida.

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