Entrevista com a irmã Arsylene Sezures Jardim, membro fundadora.
"Nós éramos membros da igreja de Piedade. Então, o pastor lá era o Rev. Odilon de Oliveira. Antigamente, antes do Rev. Odilon, era o Salustiano. Então, quando o Salustino saiu, junto com ele saiu uma turma. Aí, depois, resolveram voltar, e fizeram tudo para o Rev. Odilon sair. E resolveram voltar com o Salustiano lá, para Piedade.
Então, um grupo de membros, não é, que gostavam do Rev. Odilon, resolveu
sair, em torno de 42 membros. Saíram, de lá da Piedade, e se filiaram à Igreja
Fluminense, com o Rev. Sinésio, que os acolheu. Mas, como lá era um pouco
distante, não é, a maioria morava aqui pra cima (zona Norte do Rio de Janeiro),
resolvemos o seguinte: durante a semana
e no domingo nos reuníamos na casa do irmão Nelson Celestino dos Santos, irmão
do Jeconias.
No domingo de ceia, então, nós íamos à Fluminense, tomar a ceia lá. E,
continuando assim, resolvemos então, com a aprovação do Rev. Sinésio, nós
alugamos uma casa em Madureira, na Rua Firmino Fragoso 26, e fizemos a
Congregação lá". Situa-se em 1952, lembra Arsylene, porque se casaram, ela e o
Pr. Henrique Jardim, em 1954.
"Então, o Rev. Sinésio deu todo o apoio, para a gente ficar lá. Depois,
o Rev. Sinésio saiu da Fluminense e foi lá para o Rio Comprido, e assumiu o Rev.
Teodoro, que dava todo o apoio para a gente lá, na Congregação. Quando ele não
podia ir dar a ceia, ele mandava um pastor. E esse pastor, que ia sempre lá,
que era um senhor, não sei, esqueci o nome dele.
Então, como lá a Congregação tinha presbítero, tinha diácono, o Rev.
Teodoro deixou a Congregação por conta do grupo e ia lá dar a ceia. E como
estava ficando pequeno, ficou resolvido comprarmos um lugar para instalar a
igreja. Aí, o Henrique saiu procurando, saiu procurando, quando encontrou essa
casa em Cascadura, na João Romeiro.
E lá, antes, era um Centro Espírita, mas o dono resolveu vender. Acabou
com o Centro e resolveu vender. Apareceram vários compradores, inclusive uma fábrica,
parece que de bebidas, parece que uma escola também, mas ele deu preferência a
uma igreja. Foi quando o Henrique foi lá e falou com ele, que era membro de uma
igreja e estava procurando uma casa, ele deu preferência a vender para a gente.
Aí, nós compramos e organizamos lá. O Rev. Teodoro foi lá e organizou a
igreja, tudo direitinho, com os Departamentos: tinha Mocidade, União Feminina, União
de Homens, tinha tudo lá. Uma igreja praticamente pronta. Muitos membros que
saíram lá de Piedade preferiram ficar na Fluminense, alguns até se afastaram.
Mas o grupo maior ficou lá: os que frequentavam a casa do “seu” Nelson, os de lá
em Madureira, foram formar Cascadura.
Na Fluminense, a ceia era pela manhã, para facilitar tempo e acesso. E
cada um ia por conta própria, trem ou ônibus". Os avós de d. Arsylene,
originários de Portugal, filiaram-se à Igreja Fluminense, ainda nos primórdios
do trabalho. João de Almeida Sezures, esposo de Isaura Sezures. Quando eles
saíram de Piedade, ficaram na Fluminense por um período, como membros. Seus
pais e tias, com os avós, eram membros na Fluminense.
Umas das tias, Rosalina, deixou a Fluminense e tornou-se freira
católica, enfermeira no Hospital da Penitência, antigamente no Largo da Carioca
e, com o Rio Bota Abaixo do Prefeito Pereira Passos, foi transferido para a
Tijuca, na Conde de Bonfim, próximo ao Alto da Tijuca. Seu pai foi, durante
muito tempo, Superintendente da Escola Dominical da Congregacional de Piedade.
Na época em que namoraram, o pai, João de Almeida Sezures Júnior, era membro na
Fluminense e a mãe, Odessa de Carvalho Sezures, membro no Encantado.
Tornaram-se membros em Piedade e Arsylene, nascida e criada na Igreja
Evangélica Congregacional de Piedade. Ela e seu futuro esposo, Henrique Jardim,
foram lá criados juntos, desde nascidos, nessa mesma igreja. Esteve, por um
tempo, afastada da igreja, por problemas pessoais do próprio pai. Por esse
tempo, moravam no Sampaio, e o pai foi disciplinado pela igreja. Chegaram a
frequentar a Igreja Batista do Engenho Novo.
Chegou a ficar por um bom tempo e o pastor, Souza Marques, insistiu muito
que lá se batizasse. Mesmo porque, muito nova ainda, uma garota de seus 10 anos,
ainda não havia sido batizada na Congregacional de Piedade. Participava, muito
ativa na Batista, na União de Juniores, as Mensageiras do Rei. Por isso houve
muita insistência do pastor: “queria, porque queria que eu me batizasse”.
Belíssima história de resistência.
"Mas depois, os membros de Piedade e o pastor Odilon também sempre iam
visitar minha mãe, conversavam com ela, para ela voltar para Piedade. Belíssima história de amor fraternal. Aí, ela
resolveu voltar e nós voltamos". O pai, porém, permaneceu na igreja batista. Ela
e o futuro esposo, Henrique Jardim, desde crianças ali criados, participando
desde o Departamento de Crianças, Juniores, Mocidade, com os irmãos dele Amaury
e Ari Jardim.
E já estavam noivos quando houve o problema, acima descrito, da
separação em Piedade. A família Celestino dos Santos também estava nesse grupo,
com a velha guarda (que não era da Portela) Dulcineia, Jesuíno e Azarias. "Havia
outras famílias junto. Saímos e fomos, então, formar a igreja lá, em Cascadura.
Ficamos na casa do Nelson, depois alugamos essa casa em Madureira, na Firmino
Fragoso. Ficamos lá um tempo mas, como estava ficando pequeno, resolvemos
comprar, com todo o apoio do pastor Teodoro: compramos lá, na João Romeiro, e a
igreja foi crescendo".
O primeiro pastor lá eleito, o da lambreta, que nos dava umas caronas
até a entrada da rua, foi o Nelson Bento Quaiotti. Aí, depois, o pastor Nelson
saiu, e foi eleito o Rev. Maurillo Neves Moreira, em 1967, na época concorrendo
com meu pai, Cid Gonçalves de Oliveira.
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