Pacificadores
Ora, pacificadores. No grego, é literal: "fazedor da paz". Pacificador, como tradução, encaixa-se perfeitamente.
Coisa de raiz. Na Bíblia, começa pela paz com Deus. O Livro indica que somos inimigos de Deus, no entendimento. E em nossa vida manifestam-se, em nosso fazer, os resultados dessa condição.
Não dá para ser "fazedor da paz", no plano horizontal, se não houver como Deus, de cima para baixo, a pacificação. Portanto, paz começa na ação de Deus a nosso favor. Ele, por excelência, é o pacificador.
Paulo Apóstolo refere-se a Cristo, de modo tríplice, na Carta aos Efésios, dizendo ser Ele a paz, ter feito a paz e anunciar a paz. Jesus anuncia a paz como opção à humanidade.
Anseia tanto por ela que Lucas anota ter Jesus, diante de Jerusalém, na semana anterior a sua morte, ter chorado, assim expressando-se em relação à cidade: "ah, se por ti mesma conhecesses o que é devido à paz".
Jesus ansiava por paz. Comunhão com Deus e com os homens significa paz. Paulo Apóstolo afirma paz como decorrência de justiça: "justificados pela fé, temos paz com Deus". Tiago também, quando diz "ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que são pacificadores".
Paz, fé, justiça e comunhão entrelaçam-se. Pacificador alcança sê-lo por fé. E satisfaz-se o fruto de justiça por paz, que enseja comunhão. Paz significa pagamento da dívida com Deus.
Jesus é a nossa paz, fez a paz e anuncia a paz: ah, se conhecesses, por ti mesmo, agora, o que é devido à paz."
domingo, 30 de julho de 2017
sexta-feira, 28 de julho de 2017
Mal traçadas linhas 49
Os limpos de coração verão a Deus.
Supondo-se ver Deus, só para limpos de coração. Porém, antes mesmo de discutir essa possibilidade, quem limpo de coração?
A própria Bíblia, num de seus Salmos, denuncia que Deus olhou do céu e não viu nem um justo sequer. Portanto, supondo seja possível ver Deus, não há esse.
Seria, então, um blefe? Sentido figurado, então. Em que sentido, pois? Ver, no sentido bíblico, não admite meios termos e é muito, incomparavelmente mais e maior do que o "ver" humano.
Há quem reclame de fé, admitida, nesse caso, como algo muito vago. Mas é garantido que extrapola o simples ver. Sentidos enganam. Imagem, muitas vezes, senão sempre, é distorcida.
Não há limpos de coração, no sentido absoluto. E os que Deus purifica e santifica também não se pode dizer deles que, definitivamente, o sejam.
Estamos, portanto, diante da seguinte situação: ver Deus não é blefe e também não se reduz a enxergar com olhos humanos. Para isso existe a fé.
Deus, em essência, mostra-se, revela-se e anseia pelo cara a cara. Como limpos de coração, para vê-Lo, Ele mesmo se encarrega de os purificar.
Faz com extrema e suficiente competência. Por isso deseja, em pura amizade de amor, vê-los, assim como deseja, expondo a Si mesmo, ser visto.
Como requereu Felipe, "mosta-nos o Pai, isso basta" e replicando-lhe, Jesus afirmou: "quem me vê a mim, vê o Pai". Limpos de coração, vede Deus.
Supondo-se ver Deus, só para limpos de coração. Porém, antes mesmo de discutir essa possibilidade, quem limpo de coração?
A própria Bíblia, num de seus Salmos, denuncia que Deus olhou do céu e não viu nem um justo sequer. Portanto, supondo seja possível ver Deus, não há esse.
Seria, então, um blefe? Sentido figurado, então. Em que sentido, pois? Ver, no sentido bíblico, não admite meios termos e é muito, incomparavelmente mais e maior do que o "ver" humano.
Há quem reclame de fé, admitida, nesse caso, como algo muito vago. Mas é garantido que extrapola o simples ver. Sentidos enganam. Imagem, muitas vezes, senão sempre, é distorcida.
Não há limpos de coração, no sentido absoluto. E os que Deus purifica e santifica também não se pode dizer deles que, definitivamente, o sejam.
Estamos, portanto, diante da seguinte situação: ver Deus não é blefe e também não se reduz a enxergar com olhos humanos. Para isso existe a fé.
Deus, em essência, mostra-se, revela-se e anseia pelo cara a cara. Como limpos de coração, para vê-Lo, Ele mesmo se encarrega de os purificar.
Faz com extrema e suficiente competência. Por isso deseja, em pura amizade de amor, vê-los, assim como deseja, expondo a Si mesmo, ser visto.
Como requereu Felipe, "mosta-nos o Pai, isso basta" e replicando-lhe, Jesus afirmou: "quem me vê a mim, vê o Pai". Limpos de coração, vede Deus.
terça-feira, 25 de julho de 2017
Mal traçadas linhas 48
Misericordiosos
Não há como teorizar a coisa: aprende-se misericórdia sendo misericordioso.
No texto bíblico, misericórdia tem dois vocábulos, um deles significando "entranhas" e o outro traduzido "amor".
Moisés, o homem mais próximo de ver Deus em Sua glória, exclamou dEle: misericordioso. Este texto, cristalizado ao longo da história, permitiu Naum dizer o mesmo de Deus, mas acrescentando: não inocenta o culpado.
João diz: Deus é amor. É amor porque compartilha esse amor conosco. E Deus prova o Seu amor, diz Paulo Apóstolo, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Somos os culpados que Naum aponta.
Amor em Deus é prática. Só se aprende amar na prática do amor. Praticamos amor se nascemos de Deus. Se Ele tem entranhas de misericordiosa, aprendemos a ter quando nascemos de Deus.
Somente na prática da misericórdia, alcançaremos misericórdia. Isso não significa dizer que primeiro vem a nossa misericórdia, para depois alcançarmos favor de Deus.
Significa dizer: quem recebe em si da misericórdia de Deus, apreende a ser misericordioso como somente Ele é.
Não há como teorizar a coisa: aprende-se misericórdia sendo misericordioso.
No texto bíblico, misericórdia tem dois vocábulos, um deles significando "entranhas" e o outro traduzido "amor".
Moisés, o homem mais próximo de ver Deus em Sua glória, exclamou dEle: misericordioso. Este texto, cristalizado ao longo da história, permitiu Naum dizer o mesmo de Deus, mas acrescentando: não inocenta o culpado.
João diz: Deus é amor. É amor porque compartilha esse amor conosco. E Deus prova o Seu amor, diz Paulo Apóstolo, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Somos os culpados que Naum aponta.
Amor em Deus é prática. Só se aprende amar na prática do amor. Praticamos amor se nascemos de Deus. Se Ele tem entranhas de misericordiosa, aprendemos a ter quando nascemos de Deus.
Somente na prática da misericórdia, alcançaremos misericórdia. Isso não significa dizer que primeiro vem a nossa misericórdia, para depois alcançarmos favor de Deus.
Significa dizer: quem recebe em si da misericórdia de Deus, apreende a ser misericordioso como somente Ele é.
Mal traçadas linhas 47
Fome e sede de justiça.
Quando? Quando alguém tem fome e sede de justiça? Quando serão fartos?
Fome e sede são duas carências de diferente grau. É mais um esboço permanente de atitude do que um determinismo.
Quer dizer que ser farto dessa carência, em relação à justiça, pode ser remoto, mas a fome e a sede devem prevalecer. Mesmo porque há justiça e justiça.
Há a que é comportamental, decorrência do dia a dia, pro gasto. O cara quer disputar comigo na arrancada do sinal: deixa, deixa ele ir. Eu ganhar, no arranque, não vai provar nada.
O guarda negaceia, hesitando em me multar, quer seu trocado: não adianta. Não vou molhar a mão dele. Justiça para o gasto.
Mas há a que é fundamento de todas as outras. Fim último. Quem crê, associa essa justiça a Deus. E diz que todos, com essa, temos dívida. E também diz que, decorrente de "ficha limpa" com relação a essa justiça, decorrem os efeitos práticos de todas as outras.
Fome e sede. Sacie-se da fome e sede de Deus, em satisfazer Sua justiça. Decorrente disso, mantenha a sua própria fome e sede de justiça: mediata ou imediatamente, vai prevalecer toda a alegria.
Cheios de alegrias os que têm fome e sede de justiça (embora, vez por outra, sejam bem-aventurados também por chorar).
Quando? Quando alguém tem fome e sede de justiça? Quando serão fartos?
Fome e sede são duas carências de diferente grau. É mais um esboço permanente de atitude do que um determinismo.
Quer dizer que ser farto dessa carência, em relação à justiça, pode ser remoto, mas a fome e a sede devem prevalecer. Mesmo porque há justiça e justiça.
Há a que é comportamental, decorrência do dia a dia, pro gasto. O cara quer disputar comigo na arrancada do sinal: deixa, deixa ele ir. Eu ganhar, no arranque, não vai provar nada.
O guarda negaceia, hesitando em me multar, quer seu trocado: não adianta. Não vou molhar a mão dele. Justiça para o gasto.
Mas há a que é fundamento de todas as outras. Fim último. Quem crê, associa essa justiça a Deus. E diz que todos, com essa, temos dívida. E também diz que, decorrente de "ficha limpa" com relação a essa justiça, decorrem os efeitos práticos de todas as outras.
Fome e sede. Sacie-se da fome e sede de Deus, em satisfazer Sua justiça. Decorrente disso, mantenha a sua própria fome e sede de justiça: mediata ou imediatamente, vai prevalecer toda a alegria.
Cheios de alegrias os que têm fome e sede de justiça (embora, vez por outra, sejam bem-aventurados também por chorar).
domingo, 23 de julho de 2017
Mal traçadas linhas 46
E os mansos?
Herdarão a terra. Logo a terra, pela qual, através da história, tantas brigas houve e milhões de vidas foram ceifadas.
Quanta ironia! Uma vez verdadeira essa afirmativa, só há uma pergunta a ser feita: que poder há na mansidão que se lhe permite dizer que, em seu portador, residem condições de herdar a terra?
A não ser que, no caso aqui, herança signifique último termo, quer dizer, no final das contas a herança final será dos mansos. Eles prevalecerão junto à e com a terra.
Ou por que razão os "não mansos" abririam mão da terra, para doá-la aos mansos. Não existe essa possibilidade. A não ser que, um dia, não mais existissem "não mansos" e somente mansos herdassem.
Talvez seja essa ideia. Partindo da Bíblia, como afirmativa, haverá, sim, tempo profético escatológico onde somente mansos existirão. Na Bíblia há coisas e afirmativas somente possíveis como promessa e ação de Deus.
Aliás, a questão é perguntar se prevalece importância na Bíblia se não for levado em conta exatamente isso, que o valor dela reside no fato de apontar promessas e ação de Deus.
Aqui está expresso que a totalidade de alegria, toda a alegria, a bemaventurança dos mansos é essa: herdarão a terra. No final das contas, vale mais ser manso. Vale menos o valor da terra.
Por enquanto, prevalece o poder de quem o detém e usa para ser dono da terra. Mas e o poder de Deus? Não conta? A Bíblia pergunta sobre quem tem mais poder: se aquele que mata e enterra ou se Aquele que chama, da terra, de volta à vida.
Aqui entra o poder de Deus. Pelo poder de Deus, a terra é herança permanente dos mansos. Felizes são eles. Porque Deus tem poder para chamá-los de novo à vida. Seja manso. Sejamos mansos.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Herdarão a terra. Logo a terra, pela qual, através da história, tantas brigas houve e milhões de vidas foram ceifadas.
Quanta ironia! Uma vez verdadeira essa afirmativa, só há uma pergunta a ser feita: que poder há na mansidão que se lhe permite dizer que, em seu portador, residem condições de herdar a terra?
A não ser que, no caso aqui, herança signifique último termo, quer dizer, no final das contas a herança final será dos mansos. Eles prevalecerão junto à e com a terra.
Ou por que razão os "não mansos" abririam mão da terra, para doá-la aos mansos. Não existe essa possibilidade. A não ser que, um dia, não mais existissem "não mansos" e somente mansos herdassem.
Talvez seja essa ideia. Partindo da Bíblia, como afirmativa, haverá, sim, tempo profético escatológico onde somente mansos existirão. Na Bíblia há coisas e afirmativas somente possíveis como promessa e ação de Deus.
Aliás, a questão é perguntar se prevalece importância na Bíblia se não for levado em conta exatamente isso, que o valor dela reside no fato de apontar promessas e ação de Deus.
Aqui está expresso que a totalidade de alegria, toda a alegria, a bemaventurança dos mansos é essa: herdarão a terra. No final das contas, vale mais ser manso. Vale menos o valor da terra.
Por enquanto, prevalece o poder de quem o detém e usa para ser dono da terra. Mas e o poder de Deus? Não conta? A Bíblia pergunta sobre quem tem mais poder: se aquele que mata e enterra ou se Aquele que chama, da terra, de volta à vida.
Aqui entra o poder de Deus. Pelo poder de Deus, a terra é herança permanente dos mansos. Felizes são eles. Porque Deus tem poder para chamá-los de novo à vida. Seja manso. Sejamos mansos.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Mal traçadas linhas 45
Por falar em bem-aventuranças
A primeira entre elas fala de ser humilde. Etimologias à parte, vamos supor que signifique ser consciente de sua real condição. Por exemplo, a condição humana: onde há espaço para orgulho?
Habacuque, o profeta, contrapõe fé a soberba. Ele diz que o soberbo não tem em si retidão. Mas o justo, vive de sua fé. Está aí outro elemento que confere precisão à real condição humana.
Paulo Apóstolo aponta humildade como o principal destaque da personalidade de Jesus. Quando diz que não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Esvaziou-se e assumiu a forma de servo.
Está aí outra combinação de elementos que se equivalem e só ocorrem juntos: humildade, fé e serviço. Na vida humana, uma vez enxergada a real condição, resta crer e se entregar ao serviço.
Nessa primeira bem-aventurança para os humildes, está escrito, deles é o Reino de Deus. Não quer dizer que têm um prêmio. Quer dizer que todos do Reino são humildes. Por isso enxergam e entram no Reino.
Na entrevista com Nicodemos, Jesus o provocou a entender o conceito de Reino: não dirão ei-lo aqui ou acolá, porque o Reino é Deus em nós. Uma vez entendida a real condição, pela fé, Deus em nós.
João Apóstolo diz, com respeito a uma palavra de Jesus, que este disse "eu e o Pai viremos para ele (para quem crer) e faremos nele morada".
Bem-aventurados os humildes.
A primeira entre elas fala de ser humilde. Etimologias à parte, vamos supor que signifique ser consciente de sua real condição. Por exemplo, a condição humana: onde há espaço para orgulho?
Habacuque, o profeta, contrapõe fé a soberba. Ele diz que o soberbo não tem em si retidão. Mas o justo, vive de sua fé. Está aí outro elemento que confere precisão à real condição humana.
Paulo Apóstolo aponta humildade como o principal destaque da personalidade de Jesus. Quando diz que não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Esvaziou-se e assumiu a forma de servo.
Está aí outra combinação de elementos que se equivalem e só ocorrem juntos: humildade, fé e serviço. Na vida humana, uma vez enxergada a real condição, resta crer e se entregar ao serviço.
Nessa primeira bem-aventurança para os humildes, está escrito, deles é o Reino de Deus. Não quer dizer que têm um prêmio. Quer dizer que todos do Reino são humildes. Por isso enxergam e entram no Reino.
Na entrevista com Nicodemos, Jesus o provocou a entender o conceito de Reino: não dirão ei-lo aqui ou acolá, porque o Reino é Deus em nós. Uma vez entendida a real condição, pela fé, Deus em nós.
João Apóstolo diz, com respeito a uma palavra de Jesus, que este disse "eu e o Pai viremos para ele (para quem crer) e faremos nele morada".
Bem-aventurados os humildes.
Mal traçadas linhas 44
Os que choram
Bem-aventurado os que choram? Mas que choro? Qualquer choro? Qualquer um? Basta chorar? E quem avalia o tipo de choro? Quem chora ou quem assiste?
Há variados tipos de choro. Por ódio, por exemplo: não viu completada no outro a vingança que queria. Por amor, que seja. Choro por raiva. Choro por alegria. Choro por razões justificáveis e outras injustificáveis.
Linhas depois desta, há outra bemaventurança: bem-aventurando os que tem fome e sede de justiça. Está aí uma boa razão de choro: chorar de fome, de sede ou fome e sede de justiça.
Mas não deve ser literal, porque se for chorar por essa razão aí, que seja o mínimo de lucidez, olhando à volta, não se vai parar de chorar. Neste caso, alguma alienação se torna necessária.
Chorar pelo que é meu. Esaú chorou quando entendeu o que foi jogar fora seu "direito de primogenitura" que, para ele, era burocrático e desprezível e, para Deus, pleno de sentido.
Jonas deve ter chorado, por dentro e sem lágrimas, de não ver Nínive, como uma Pompeia dos tempos romanos, ter sido subvertida e submergida como Sodoma e Gomorra.
Jesus chorou, mesmo sabendo que estava para ressuscitar Lázaro e trazer de volta a alegria àquela família e, aos adversários, a gana de morte contra ele próprio.
Alguma sensibilidade e alguma lucidez serão necessárias a quem chora. E alguma atitude, também. Talvez choro insite oração e ação. As bem-aventuranças acontecem juntas na vida de quem enxerga e já entrou no Reino de Deus.
Talvez chorar, do jeito certo, seja sintoma de parecença com Deus.
Bem-aventurado os que choram? Mas que choro? Qualquer choro? Qualquer um? Basta chorar? E quem avalia o tipo de choro? Quem chora ou quem assiste?
Há variados tipos de choro. Por ódio, por exemplo: não viu completada no outro a vingança que queria. Por amor, que seja. Choro por raiva. Choro por alegria. Choro por razões justificáveis e outras injustificáveis.
Linhas depois desta, há outra bemaventurança: bem-aventurando os que tem fome e sede de justiça. Está aí uma boa razão de choro: chorar de fome, de sede ou fome e sede de justiça.
Mas não deve ser literal, porque se for chorar por essa razão aí, que seja o mínimo de lucidez, olhando à volta, não se vai parar de chorar. Neste caso, alguma alienação se torna necessária.
Chorar pelo que é meu. Esaú chorou quando entendeu o que foi jogar fora seu "direito de primogenitura" que, para ele, era burocrático e desprezível e, para Deus, pleno de sentido.
Jonas deve ter chorado, por dentro e sem lágrimas, de não ver Nínive, como uma Pompeia dos tempos romanos, ter sido subvertida e submergida como Sodoma e Gomorra.
Jesus chorou, mesmo sabendo que estava para ressuscitar Lázaro e trazer de volta a alegria àquela família e, aos adversários, a gana de morte contra ele próprio.
Alguma sensibilidade e alguma lucidez serão necessárias a quem chora. E alguma atitude, também. Talvez choro insite oração e ação. As bem-aventuranças acontecem juntas na vida de quem enxerga e já entrou no Reino de Deus.
Talvez chorar, do jeito certo, seja sintoma de parecença com Deus.
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Salvar alguém como eu.
Gravado pelo Grupo Elo, em 1977, consta de um arroubo de reflexão sobre a condição humana. Faz a gente refletir sobre a nossa própria.
Supõe, uma vez confirmada a palavra bíblica, que Deus se ocupa, pessoal, intransferível e individualmente com a salvação. Vocação, no mínimo, estranha escolhida pelo Altíssimo para Si mesmo.
Sim, porque se imagino Deus ocupado em me amar, caramba, agora num arroubo meu de (falsa) modéstia, surpreende-me se ocupe comigo. Para logo deduzir que, agora sim, tomado por arroubos de Sua divindade, amar-me combina com Ele.
Porém, é desconcertante assumir a diversidade desse amor. Porque somos seletivos nessa história de "amor" ao próximo. Não saímos, por aí, amando, ciosos de não queimar nosso filme.
Adotamos uma visão "cristã" da coisa, porém não radical. E aí, deparamos Jesus, expressão exata de Deus, refletindo no que é um envolvimento sem acepção (ou assepsia) de pessoas.
Deus ocupar-se em amar todos e cada um. Ele que tudo sabe e tudo perscruta, ainda se faz Espírito para, além de uma vez se ter feito homem, ocupar-se da intenção de estar dentro dos que ama.
Cara, uma vocação dessas, de se envolver, individualmente, com a falência humana é, no mínimo, excêntrica. Imergir no íntimo onde ninguém chega e, se e quando o faz, veste fantasia, impondo máscara. Hipócritas caras de pau nós somos.
Gravado pelo Grupo Elo, em 1977, consta de um arroubo de reflexão sobre a condição humana. Faz a gente refletir sobre a nossa própria.
Supõe, uma vez confirmada a palavra bíblica, que Deus se ocupa, pessoal, intransferível e individualmente com a salvação. Vocação, no mínimo, estranha escolhida pelo Altíssimo para Si mesmo.
Sim, porque se imagino Deus ocupado em me amar, caramba, agora num arroubo meu de (falsa) modéstia, surpreende-me se ocupe comigo. Para logo deduzir que, agora sim, tomado por arroubos de Sua divindade, amar-me combina com Ele.
Porém, é desconcertante assumir a diversidade desse amor. Porque somos seletivos nessa história de "amor" ao próximo. Não saímos, por aí, amando, ciosos de não queimar nosso filme.
Adotamos uma visão "cristã" da coisa, porém não radical. E aí, deparamos Jesus, expressão exata de Deus, refletindo no que é um envolvimento sem acepção (ou assepsia) de pessoas.
Deus ocupar-se em amar todos e cada um. Ele que tudo sabe e tudo perscruta, ainda se faz Espírito para, além de uma vez se ter feito homem, ocupar-se da intenção de estar dentro dos que ama.
Cara, uma vocação dessas, de se envolver, individualmente, com a falência humana é, no mínimo, excêntrica. Imergir no íntimo onde ninguém chega e, se e quando o faz, veste fantasia, impondo máscara. Hipócritas caras de pau nós somos.
domingo, 16 de julho de 2017
Mal traçadas linhas 43
Culpa
A questão da culpa é complicada, sim, no entendimento de alguns. Por que há grande resistência em entender a graça? As pessoas não aceitam que, para purgar suas faltas, nada podem fazer.
Torna-se, em si, contraditório. Admitem ter que alguma coisa "fazer" para compensar. Então, estão admitindo dívida. Mas resistem em admitir que, por sua natureza de culpa, um só ato fora de si mesmos, de uma vez por todas, zera a conta.
Talvez a razão seja por seu convencimento de que precisam autojustificar-se. Desejam manter consigo toda a iniciativa, seja na sua própria ação, suspeita que seja, seja na providência para inocentar-se, satisfazendo sua consciência.
A impressão que fica é que haverá trapaça. Que não há nem justa proporção de avaliação da falta cometida e que, na proposta da compensação por ela, querem guardar consigo a proporção do preço, como se fosse um "caixa dois" da culpa ou uma "propina pelo pecado".
Deixa disso. Ninguém é capaz de avaliar a própria culpa. Somente Deus perscruta a natureza do mal cometido e todas as implicâncias dele, em quem pratica, e nos efeitos na comunidade.
E só Ele, por um único ato Seu, pode sanar a culpa e todas as consequências do mal. Entregue-se a essa evidência. Não tente manipular a situação, tentando autojustificar-se. Não há o que fazer, por compensação, e nem como fazer. Há que crer.
Quem deseja agir com e por boas obras, entenda que a essência do bem é graça. Não há retorno para quem tenta, no específico da culpa, "caixa dois" ou "propina". Quem faz, por desejar justificativa no seu ato, exige compensação que, em essência, é trapaça: na avaliação do preço e na canhestra compensação.
Por um único gesto da graça de Deus, toda a culpa é perdoada, toda compensação se cumpre e todo o pecado está sanado. Sem complicações. Permita-se conduzir pela lógica do Espírito, no compartilhamento da fé. Acolha, em si, a graça.
Torna-se, em si, contraditório. Admitem ter que alguma coisa "fazer" para compensar. Então, estão admitindo dívida. Mas resistem em admitir que, por sua natureza de culpa, um só ato fora de si mesmos, de uma vez por todas, zera a conta.
Talvez a razão seja por seu convencimento de que precisam autojustificar-se. Desejam manter consigo toda a iniciativa, seja na sua própria ação, suspeita que seja, seja na providência para inocentar-se, satisfazendo sua consciência.
A impressão que fica é que haverá trapaça. Que não há nem justa proporção de avaliação da falta cometida e que, na proposta da compensação por ela, querem guardar consigo a proporção do preço, como se fosse um "caixa dois" da culpa ou uma "propina pelo pecado".
Deixa disso. Ninguém é capaz de avaliar a própria culpa. Somente Deus perscruta a natureza do mal cometido e todas as implicâncias dele, em quem pratica, e nos efeitos na comunidade.
E só Ele, por um único ato Seu, pode sanar a culpa e todas as consequências do mal. Entregue-se a essa evidência. Não tente manipular a situação, tentando autojustificar-se. Não há o que fazer, por compensação, e nem como fazer. Há que crer.
Quem deseja agir com e por boas obras, entenda que a essência do bem é graça. Não há retorno para quem tenta, no específico da culpa, "caixa dois" ou "propina". Quem faz, por desejar justificativa no seu ato, exige compensação que, em essência, é trapaça: na avaliação do preço e na canhestra compensação.
Por um único gesto da graça de Deus, toda a culpa é perdoada, toda compensação se cumpre e todo o pecado está sanado. Sem complicações. Permita-se conduzir pela lógica do Espírito, no compartilhamento da fé. Acolha, em si, a graça.
sábado, 15 de julho de 2017
Constatação 2
Desagravo
Vai desculpando aí. Vamos direto ao assunto. Devo desculpas, caro leitor, por te chama "canalha", no texto anterior. Não quis ofender.
Neste texto vou abrir o anterior. Troque a palavra "canalha", no anterior, pela palavra "pecador", termo técnico bíblico. O raciocínio passa a ser: todo canalha é pecador e todo pecador é canalha.
A Bíblia coloca todos os viventes, sem nenhuma exceção, nessa condição. Quando me referi, no texto anterior, a mim mesmo, estava afirmando que, se não fosse Deus, eu não seria convencido de que sou pecador.
A coisa é individual, individualíssima, intransferível: todos pecaram. E, no texto, referi-me ao fato de Deus, pessoalmente, ter-me convencido disso. A Bíblia afirma que "a tristeza segundo Deus produz arrependimento".
Arrependimento é a tentativa de colocar-nos, de novo, no Éden bíblico, ou seja, perfeitos e no paraíso. Utopia. Não dá para tornar atrás desse jeito. Então Deus, sempre realista, assume a condição humana. Essa é a história da Bíblia.
O envolvimento pessoal de Deus com o pecado se dá para, por meio da Sua morte e ressurreição em Cristo, livrar-nos, inexoravelmente, de nossa condição. Não se trata de utopia ou enganação: trata-se de realidade, lógica e, consequentemente, fé.
Deus comprou Sua igreja pelo seu (dele) próprio sangue. Igreja de Deus é o grupo, a grei, não e nunca uma instituição, que ele deseja congregar. Deus é congregacional, desculpe o trocadilho. Não é brasileiro e, muito menos, flamenguista: mas congregacional ele é.
E Jesus sempre foi boêmio. Se dava com todos e qualquer um. Tinha predileção pessoal pelos socialmente proscritos. Caso você tenha o corrente nojo social, não vai apreciar o cheiro de Jesus. Também, por sua vez, não vai espalhar o Seu perfume, entendeu? Não? Então, leia a Bíblia.
Deus me colocou diante do meu pecado. Termo bíblico genérico e, ao mesmo tempo, específico da condição permanentemente danosa e socialmente dissimulada em que cada um se encontra imerso.
Deus, em Cristo, pessoal e intransferivelmente cuida disso. Cristo morreu a nossa morte, para que recebêssemos em nós Sua ressurreição. Nos concedeu pela fé Sua justiça e santidade a preço de sangue.
Deculpe o "canalha" do texto anterior. Excluo você da lista. Deixa só que eu assim me considere. Mas pecador, todos somos.
Vai desculpando aí. Vamos direto ao assunto. Devo desculpas, caro leitor, por te chama "canalha", no texto anterior. Não quis ofender.
Neste texto vou abrir o anterior. Troque a palavra "canalha", no anterior, pela palavra "pecador", termo técnico bíblico. O raciocínio passa a ser: todo canalha é pecador e todo pecador é canalha.
A Bíblia coloca todos os viventes, sem nenhuma exceção, nessa condição. Quando me referi, no texto anterior, a mim mesmo, estava afirmando que, se não fosse Deus, eu não seria convencido de que sou pecador.
A coisa é individual, individualíssima, intransferível: todos pecaram. E, no texto, referi-me ao fato de Deus, pessoalmente, ter-me convencido disso. A Bíblia afirma que "a tristeza segundo Deus produz arrependimento".
Arrependimento é a tentativa de colocar-nos, de novo, no Éden bíblico, ou seja, perfeitos e no paraíso. Utopia. Não dá para tornar atrás desse jeito. Então Deus, sempre realista, assume a condição humana. Essa é a história da Bíblia.
O envolvimento pessoal de Deus com o pecado se dá para, por meio da Sua morte e ressurreição em Cristo, livrar-nos, inexoravelmente, de nossa condição. Não se trata de utopia ou enganação: trata-se de realidade, lógica e, consequentemente, fé.
Deus comprou Sua igreja pelo seu (dele) próprio sangue. Igreja de Deus é o grupo, a grei, não e nunca uma instituição, que ele deseja congregar. Deus é congregacional, desculpe o trocadilho. Não é brasileiro e, muito menos, flamenguista: mas congregacional ele é.
E Jesus sempre foi boêmio. Se dava com todos e qualquer um. Tinha predileção pessoal pelos socialmente proscritos. Caso você tenha o corrente nojo social, não vai apreciar o cheiro de Jesus. Também, por sua vez, não vai espalhar o Seu perfume, entendeu? Não? Então, leia a Bíblia.
Deus me colocou diante do meu pecado. Termo bíblico genérico e, ao mesmo tempo, específico da condição permanentemente danosa e socialmente dissimulada em que cada um se encontra imerso.
Deus, em Cristo, pessoal e intransferivelmente cuida disso. Cristo morreu a nossa morte, para que recebêssemos em nós Sua ressurreição. Nos concedeu pela fé Sua justiça e santidade a preço de sangue.
Deculpe o "canalha" do texto anterior. Excluo você da lista. Deixa só que eu assim me considere. Mas pecador, todos somos.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Constatação
Por quê?
Diante da pergunta por que sou crente, uma variação possível de respostas podem ocorrer. Mas, de súbito, me ocorre dizer que, basicamente, há um ponto de partida.
Eu sou um canalha. E a consciência disso, por incrível que possa parecer, tem a ver com Deus. Por mais irônico que possa parecer, se não fosse por Ele, eu jamais admitiria isso.
Evidentemente há um círculo, talvez até restrito de pessoas, ora, admite-se, tenho 60 anos de vida, que folga em concordar e até, por que não dizer, deleita-se com o fato dessa afirmação.
Pois conta menos a opinião alheia, assim como a minha não contava também, até que Deus me colocou diante de mim mesmo. Daí em diante, não precisou ninguém mais acusar-me do fato.
Necessito, desesperadamente, do sangue daquela cruz. Não há, para mim outra, falo de mim mesmo, pois essa constatação é pessoal, eu a procuro como minha única saída.
Não me envergonho de dizer isso e, falar assim, só serve para mim mesmo. Tornar-se "crente" foi contingencial e, sendo assim, tornar-me um pastor, mais contingencial ainda. Não melhorei com isso.
Copio as palavras de Paulo, quando disse que, por amor da cruz perdem-se todas as coisas e tudo o mais é considerado refugo, a fim de se ganhar Cristo sem que se tenha justiça própria, senão aquela que vem por meio dEle, não de lei, não da carne, mas aquela cujo louvor só provém dEle.
Se há quem se alegre com minha confissão, concordando que sempre me soube um canalha, advirto que sua opinião não me interessa. Nesse caso, só interessa a minha.
Individualmente somos colocados, por Deus, diante da realidade de que, desesperadamente, carecemos da cruz de Cristo. E, pior para alguns, para quem é doloroso ter que admitir, todos em igual condição.
É melhor não rir de mim. Você também é canalha.
Diante da pergunta por que sou crente, uma variação possível de respostas podem ocorrer. Mas, de súbito, me ocorre dizer que, basicamente, há um ponto de partida.
Eu sou um canalha. E a consciência disso, por incrível que possa parecer, tem a ver com Deus. Por mais irônico que possa parecer, se não fosse por Ele, eu jamais admitiria isso.
Evidentemente há um círculo, talvez até restrito de pessoas, ora, admite-se, tenho 60 anos de vida, que folga em concordar e até, por que não dizer, deleita-se com o fato dessa afirmação.
Pois conta menos a opinião alheia, assim como a minha não contava também, até que Deus me colocou diante de mim mesmo. Daí em diante, não precisou ninguém mais acusar-me do fato.
Necessito, desesperadamente, do sangue daquela cruz. Não há, para mim outra, falo de mim mesmo, pois essa constatação é pessoal, eu a procuro como minha única saída.
Não me envergonho de dizer isso e, falar assim, só serve para mim mesmo. Tornar-se "crente" foi contingencial e, sendo assim, tornar-me um pastor, mais contingencial ainda. Não melhorei com isso.
Copio as palavras de Paulo, quando disse que, por amor da cruz perdem-se todas as coisas e tudo o mais é considerado refugo, a fim de se ganhar Cristo sem que se tenha justiça própria, senão aquela que vem por meio dEle, não de lei, não da carne, mas aquela cujo louvor só provém dEle.
Se há quem se alegre com minha confissão, concordando que sempre me soube um canalha, advirto que sua opinião não me interessa. Nesse caso, só interessa a minha.
Individualmente somos colocados, por Deus, diante da realidade de que, desesperadamente, carecemos da cruz de Cristo. E, pior para alguns, para quem é doloroso ter que admitir, todos em igual condição.
É melhor não rir de mim. Você também é canalha.
terça-feira, 4 de julho de 2017
Artigos soltos 20
Visão de Ezequiel - final
Numa visão como essa, desde seu prenúncio, passando pelo decorrer da cena e até o seu final, há um clímax.
No caso de Ezequiel, deu-se quando divisou uma aparência metálica, bem no meio do cenário, assentada numa espécie de trono, por cima de um dado firmamento, que era fogo, dos lombos para cima e dos lombos para baixo.
De novo, era uma figura humana. Desde que Deus afirma que vai criar homem e mulher a Sua imagem e semelhança, no Gênesis, pode crer, o Altíssimo reservava surpresas.
Adiante na história, quando diz à mulher que o descendente dela, mordido no calcanhar, esmagará a cabeça da serpente, trata-se do prenúncio da revelação plena de Deus em Jesus.
E no próprio Deuteronômio, a mais enfática advertência contra a idolatria enfatiza que nenhuma aparência foi vista nas teofanias, ou seja, nessas súbitas aparições de Deus em visões proféticas no Antigo Testamento.
E quando houve, como no caso de Ezequiel, uma como forma humana ganha destaque. Para Deus dizer ao projeta quatro coisas: (1) esta era a forma da glória de Deus; (2) que, a partir de então, Ezequiel falaria "assim diz o Senhor"; (3) que quer ouvissem ou deixassem de ouvir, saberiam que no meio deles esteve um profeta; (4) que, para tanto, o profeta comesse o Livro, escrito por dentro e por fora.
Veja você mesmo, conferindo e, para isso, sugiro a leitura atenta de 2 Coríntios 3, se não são (ou deixam, infelizmente, de ser) exatamente essas as características da igreja: (1) refletir a glória de Deus no rosto do crente; (2) falar no e ao mundo em nome de Deus; (3) ser profeta, no contexto social, quer ouçam, quer deixem de ouvir; (4) e, para tanto, "comer o Livro", ou seja, ler, viver e proclamar a Bíblia, exatamente nessa ordem.
Numa visão como essa, desde seu prenúncio, passando pelo decorrer da cena e até o seu final, há um clímax.
No caso de Ezequiel, deu-se quando divisou uma aparência metálica, bem no meio do cenário, assentada numa espécie de trono, por cima de um dado firmamento, que era fogo, dos lombos para cima e dos lombos para baixo.
De novo, era uma figura humana. Desde que Deus afirma que vai criar homem e mulher a Sua imagem e semelhança, no Gênesis, pode crer, o Altíssimo reservava surpresas.
Adiante na história, quando diz à mulher que o descendente dela, mordido no calcanhar, esmagará a cabeça da serpente, trata-se do prenúncio da revelação plena de Deus em Jesus.
E no próprio Deuteronômio, a mais enfática advertência contra a idolatria enfatiza que nenhuma aparência foi vista nas teofanias, ou seja, nessas súbitas aparições de Deus em visões proféticas no Antigo Testamento.
E quando houve, como no caso de Ezequiel, uma como forma humana ganha destaque. Para Deus dizer ao projeta quatro coisas: (1) esta era a forma da glória de Deus; (2) que, a partir de então, Ezequiel falaria "assim diz o Senhor"; (3) que quer ouvissem ou deixassem de ouvir, saberiam que no meio deles esteve um profeta; (4) que, para tanto, o profeta comesse o Livro, escrito por dentro e por fora.
Veja você mesmo, conferindo e, para isso, sugiro a leitura atenta de 2 Coríntios 3, se não são (ou deixam, infelizmente, de ser) exatamente essas as características da igreja: (1) refletir a glória de Deus no rosto do crente; (2) falar no e ao mundo em nome de Deus; (3) ser profeta, no contexto social, quer ouçam, quer deixem de ouvir; (4) e, para tanto, "comer o Livro", ou seja, ler, viver e proclamar a Bíblia, exatamente nessa ordem.
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