quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Desafios para o ano letivo

 Acolhimento, recuperação do currículo, déficit de aprendizagem, evasão escolar, participação da família e tecnologias educacionais estão entre os pontos de atenção das escolas em todo o país no retorno das aulas presenciais

O início de um novo ano escolar é sempre cercado de desafios. Conhecer os estudantes, entender suas realidades, suas dificuldades e facilidades, como aprendem, interagem...são muitos os pontos de atenção dos educadores para garantir que nenhum aluno ficará para trás ao longo do percurso.

A especialista em educação integral e analista de projetos educacionais, Cilvia Moraes Ribeiro dos Santos, destacou alguns dos desafios que tradicionalmente precisam ser superados pelos professores:

  • Cronograma apertado para dar conta do conteúdo e sanar as lacunas de aprendizagem de todos os alunos.  
  • Pouco tempo disponível para atividades de integração dos estudantes, especialmente os que vêm de outras instituições e têm hábitos de estudo diversos.
  • Pouco tempo para produção de material/conteúdo.
  • Dificuldade em envolver a família no processo ensino-aprendizagem.  

 

Entretanto, para além dos desafios já conhecidos pelos profissionais da educação, somam-se a eles novos obstáculos que precisarão ser superados devido aos últimos anos com a interrupção da rotina presencial escolar por conta da pandemia de covid-19.

“Algumas crianças em idade escolar nunca sequer foram para a escola. Os alunos que já frequentavam tiveram sua rotina interrompida abruptamente. Muitos perderam familiares, viveram o impacto financeiro com a perda de renda dos pais, deixaram de conviver com amigos e nem sempre puderam ter o suporte que precisavam para aprender em casa”, alerta a especialista.

Cilvia destaca que há muito mais disparidade no aprendizado, já que muitos alunos que não tiveram acesso ao conteúdo. “Essa diversidade exige que os professores tenham mais materiais, os planos de aula devem prever mais situações. Além do plano B é preciso um plano C, sempre tendo em vista que será preciso retomar muitas das aulas. O tempo afastado da escola deixou os alunos com a sensação de que a rotina é dispensável. Em se tratando de estudos, ela é fundamental, agora, mais do que em qualquer tempo”, completa.

A parceria com a família passa a ser ainda mais fundamental porque, de acordo com a especialista, a ruptura ocasionada pela pandemia vai surtir efeito por muitos anos letivos. “Somado a tudo isso, existe a falta de maturidade no uso das tecnologias. Elas têm sido a tábua de salvação nos últimos anos e, a partir de agora, farão parte das salas de aula. A escola terá que encontrar um equilíbrio para o uso saudável do celular, por exemplo, durante as aulas presenciais”, acrescenta.

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