segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Para uma história de amor

Casamento de Mário e Patrícia.

    João escreveu "Deus é amor". Provavelmente, houve reação: "Como, só 'amor'? Deus é indefinível. Mas, mesmo assim, é muito mais do que só amor".

    Ele deve ter respondido: está escrito. E pronto. Não se explica, mas a síntese é essa. E esse é o dom ao homem. Jesus Cristo nos é dado como dom de amor.

    Costuma-se questionar a Bíblia. Principalmente, por quem não a conhece e/ou a lê errado. Costuma-se, pelo menos, debochar de seus milagres, dados históricos ou fidelidade textual.

     Mas sua essência, como livro, é dizer que Deus se fez homem em Jesus para nos ensinar o amor. Este nos é dado. Marcas de amor na nossa vida, mesmo em meio às nossas imperfeições.

     Ainda estamos aprendendo a amar. E como as mulheres nos ensinam a amar! O Criador, observando o homem, solitário, viu: "Não vai muito longe sem mulher".

      E a deu como sonho, que tornou realidade. E aí, conta o Livro, quando os dois decidiram andar por si mesmos, como se Deus não existisse ou não importava que existisse, o homem aprendeu a culpar a mulher por tudo de errado. Daí em diante, começou o desamor.

      Primeiras lições no casamento: a sensibilidade está com elas, machismo, antes de mais nada, é uma burrice e elas nos ensinam a amar. A Bíblia diz que Deus nos deu para que dela cuidássemos.

     Regina, como tenho cuidado de você nesses 25 anos? São elas que avaliam se nós aprendemos as lições de amor. O amor nos é dado. Coisas simples, coisas complexas, somam-se em amor.

     Aliás, nós que somos filhos reconhecemos onde, quando e como nossos pais foram mestres no amor. E também vivemos para corrigir e nos aperfeiçoarmos onde erraram. Não somos todo o tempo perfeitos. Perdão também representa amor.

       Mas vamos a algumas histórias práticas de amor: d. Miriam me dando aula na classe de crianças em Cascadura, é uma história de amor; eu, com 19 anos, apresentando minha primeira namorada a minha sogra, nessa mesma igreja, ouvi-la dizer a ela: quem vai casar com ele é minha filha, à epoca com 9 anos, é uma história de amor.

      Meu pai ter ciúmes do velho Jeconias -- "Que tanto estuda Bíblia com esse presbítero..." -- também é uma história de amor. Esse mesmo ancião, numa reunião de membros dessa igrejinha antiga, propor minha ordenação como pastor, é outra história de amor.

     Estar pesente na emancipação da primeira igreja que pastoreei, em Curicica, logo depois da viagem a Israel, é outra história de amor. O dom da vida nos foi dado para viver histórias de amor.

    Segunda lição, casamento é escola de aprender a se construir vidas em amor. Com toda a nossa fragilidade isso nos é dado por Deus. E até para quem não acredita que Ele existe, João radicaliza e desafia a viver em amor: "Quem diz que ama a Deus a quem não vê e não ama ao próximo a quem vê, é mentiroso".

     Vocês são mais uma história de amor. Parceiros recentes nessa construção. Todos nós aqui ensinamos, ao mesmo tempo que aprendemos e muito nos alegramos com vocês, na construção dessa história de amor.

     Todos e todas as famílias aqui presentes nos sentimos desafiados a continuar aprendendo a amar, como por Deus nos está sendo concedido fazê-lo. Nesse aprendizado e no contexto dessa comunhão fraternal, algumas recomendações aos noivos:

     1. Estabeleçam um elevado padrão de amor. Se dissemos Deus é amor, não há padrão mais elevado. Se dissemos o amor nos foi dado, ele, ao alcance de seus cuidados, assim como ela serão, um para o outro, o alvo perto e prático dessa vivência em amor;

    2. Sejam humildes, para saber: nunca se conhece tudo sobre o amor, sempre há o que aprender; e a Bíblia recomenda "cada um considere o outro superior a si mesmo". Esses são segredos do verdadeiro equilíbrio na relação a dois;

     3. Propositalmente a Bíblia estabelece um padrão aparentemente inatingível aos dois: para ele, amar a esposa como Cristo amou a igreja e dar-se, todo, por e para ela; para ela, ser submissa a esse homem. Se os dois se empenharem nessa tarefa, vão estabelecer a possibilidade dessa convivência.

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