sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Mal traçadas linhas 62

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        Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem os seus caminhos, e não permanecem nas suas veredas.
                                 
                                             Jó 24

       Vinha Jó argumentando, em longa lista, definindo as virtudes que, muito para si próprios, os perversos,  assim denominados, cultivam.

       Extorsão, vilipêndio dos pobres, roubo, enfim, coisas de político brasileiro. Vale a pena ler a relação nesse capítulo do livro.

       Porém nessa altura, no verso acima, detém-se numa definição mais próxima: (1) opõem-se à luz; (2) não reconhecem seus caminhos; (3) não permanecem em suas veredas.

       Não se chegam à luz, para que não sejam arguidas, questionadas as suas obras. Completamente destituídos de consciência pura, voltada para o bem comum.

      No Salmo 23 o autor caracteriza Deus, o Pastor, como aquele que guia por veredas de justiça, por amor de seu nome, ou seja, para Deus, vereda justa corresponde a Sua própria identidade.

      Questão de honra. Questão de ser, melhor, de Ser. Não permanecer na sua vereda, incrível como esses homens não admitem o traço, o rastro, o caminho errático trilhado e deixado atrás como marca.

      E não há para eles nenhuma perda, indicação de remorso ou vislumbre de arrependimento. Estão muito bem, obrigado. Não lhes dói a consciência, uma vez desprovidos dela.

       Jó discute como seguem sem que se perturbem a si mesmos ou sejam perturbados. Pode ser que, num(a) Lava Jato, haja algum estorvo. Mas nada que lhes permita admitir que, em Sua longanimidade, Deus até espera deles conversão.

       Desvirtuados daquilo que, na condição humana, procura-se definir como retidão, viciaram-se em corromper e entregar-se à própria corrupção. E, para tanto, formam grupo, malta, quadrilha de iguais.

       Guia-nos pelas veredas da justiça, ó Pai, por amor do teu nome. Há os que se entristecem, mal desconfiem que trilham caminho fora dessa vereda. Mal vislumbrem rota errática, voltam-se àquEle que é Pastor de suas almas.

       Seja, Senhor, o meu pastor. Nada me deixe faltar. Seja meu refrigério. Alimenta-me em Teus pastos, que são verdejantes da melhor escolha, seletos por amor.

       Bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida. Habitarás comigo para todo o sempre. Certamente. Unge-me com Teu óleo, sentado à mesa do banquete com outros.

      Com todos que Jesus reuniu em seu pregão pelas ruelas das cidades, antros, periferias, em primeira, segunda, terceira, enfim, tantas quantas convocações, até que o banquete dos proscritos estiveste completo.

      Fora, ficam os perversos. Certamente, não foi consciente sua escolha, porque sempre menosprezaram o convite de Jesus. Estão, portanto, no lugar por eles sempre almejado: longe da presença dEle e fora do banquete, também fora da casa.

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