Vento de Deus.
Ruah Elohim. Espírito de Deus. A palavra espírito, seja no hebraico, língua do Antigo
Testamento − AT, ou no grego, língua do Novo Testamento − NT, traduz termos que
significam sopro, ar em movimento, vento.
Uma das razões, certamente, é que essas palavras que traduzem Espírito, no AT,
e Espírito Santo, no NT, indicam sua imaterialidade.
Aliás, o termo espírito, por assim
dizer, é um termo técnico que se refere à definição de Deus, Ele em sua
imaterialidade, como disse Jesus à mulher samaritana: “Deus é espírito”. Do
mesmo modo os anjos, como indica o autor de hebreus, que são “espíritos
ministradores”. O ser humano também é constituído por espírito, como diz Paulo
aos Coríntios 1: “quem sabe as coisas do homem, senão seu espírito que nele está?”.
Mas de todos aqui citados, bem parece que o único que retém consigo a
identidade de ser mesmo espírito, visto que até mesmo por este nome é
reconhecido, é o Espírito de Deus. Seu nome, então, guinado para substantivo
próprio, tem a ver, primeiro, com sua imaterialidade. Por certo, também, de
novo, pela sutileza de sua ação, aqui comparado a uma suave brisa, porque o
Espírito, em sua identidade, age de modo sutil.
E haja sutileza, porque é Paulo, novamente, que indica que o Espírito "perscruta - sonda, avalia, investiga, explora, bisbilhota mesmo - a intimidade de Deus". Isso quer dizer que o Espírito Santo é o alter ego de Deus. Se o Altíssimo desejou, um dia, privacidade, pela eternidade afora, nunca teve: o Espírito sempre privou de todos os Seus segredos. Aliás, de novo, no Evangelho, Jesus diz aos discípulos que, sobre o momento de Seu retorno, nem ele sabe, senão somente o Pai. Pois está aí: há coisas que o Pai sabe, que não divulga ao Filho. Já o Espírito, este sabe tudinho. Nada Lhe escapa ao conhecimento.
E haja sutileza, porque é Paulo, novamente, que indica que o Espírito "perscruta - sonda, avalia, investiga, explora, bisbilhota mesmo - a intimidade de Deus". Isso quer dizer que o Espírito Santo é o alter ego de Deus. Se o Altíssimo desejou, um dia, privacidade, pela eternidade afora, nunca teve: o Espírito sempre privou de todos os Seus segredos. Aliás, de novo, no Evangelho, Jesus diz aos discípulos que, sobre o momento de Seu retorno, nem ele sabe, senão somente o Pai. Pois está aí: há coisas que o Pai sabe, que não divulga ao Filho. Já o Espírito, este sabe tudinho. Nada Lhe escapa ao conhecimento.
Porém, mesmo que referindo-nos a uma suave brisa, é claro que vemos heróis do AT por ele sendo dirigidos, habilitados para
a luta, como Sansão, por Ele conduzindo em ações de confronto, luta corporal mesmo, com
inimigos. Sansão, campeão de UFC de seu tempo, porque cheio do Espírito. Assim como O vemos convocando, encorajando, inspirando e soerguendo profetas que, sob Sua influência, adquirem coragem
para agir, pregando com todo o risco, enfrentando a fúria de seus contrários. E ponha contrários nisso...
No Evangelho de Marcos, comparado o termo que se refere à tentação de
Jesus com os outros dois sinóticos - levado ao deserto, em Lucas; conduzido ao deserto, em Mateus - a tradução escolhe o verbo impelir, como que indicando a
necessidade de contrariar Jesus, a contragosto, como se pudesse haver alguma relutância da parte dele em obedecer. Já lá atrás, na fase que antecede a Criação, pairava por sobre a face do abismo, como se
aguardasse a indicação do Criador de que o tempo de agir estava por vir. Como se inspecionasse o que estava para ser feito. Como pronto a inspirar o Criador em sua obra, imerso nesse silêncio primordial, como a incubar tudo o que seria criado.
Seja no Antigo, tanto quanto no Novo, a ação de Deus no homem só se
torna possível, real e exequível por meio da presença do Espírito no próprio homem. A
distância infinita entre Deus e homem, instaurada quando este optou pelo pecado,
pode ser anulada a zero, isso se chama comunhão, por meio da obra de Jesus, completa e
perfeita, realizada na cruz. Mas fazer o homem, genericamente falando, entender
isso, tornar possível que ele creia e tenha em si implantado esse benefício que
sejam homem ∕ mulher batizados em Cristo, somente se torna possível, se torna
factual por meio do Espírito. Comunhão com Deus somente por meio do Espírito, ainda que em Jesus esteja completada a obra de reconciliação.
Vento de Deus. Como é esse vento? Na entrevista de Jesus com Nicodemos,
aprendemos que é vento “que venta onde quer”. Se há um momento em que se
assemelha a uma muito suave brisa, é quando sussurra aos ouvidos do homem argumentos
que podem gerar o convencimento que conduz ao arrependimento e,
consequentemente, à fé. Se há momento que se assemelha a um furacão, um tornado
contra o mal, como Paulo descreveu aos gálatas, é quando milita contra a carne
que, por sua vez, milita contra o Espírito, porque são opostos entre si. O Espírito se levanta, no homem, contra tudo o que contribui para destruir esse mesmo homem. Alguém que priva de presença do Espírito em si é, antes de tudo, esquizofrênico, lutando contra sua própria tendência assassina.
Há momentos em que o vento, aqui me refiro ao mero fenômeno da natureza, parece só o vento mesmo. Que o que o norteia são condições climáticas, diferenças de
temperatura, pressão atmosférica, enfim, outros fatores. Há momentos, porém,
que a candura do vento, como suave brisa, ou mesmo até que seja mais forte,
porém cadenciado, no modo como varre a vegetação rasteira, inclinando folhas,
galhos, árvores, ou simplesmente aliviando o calor, esse vento, talvez, lembre
mais o Espírito, pelo efeito benéfico e controlado que produz, como se fosse um regente, tomando tudo com seu frescor, refrigerando a Criação e espalhando doce aroma aos quatro ventos.
Presença real. Nosso ponto de contato com Deus. Sutil. Invisível, porém sensível. Objeto de nossa fé. Fiscal da certidão de verdade do sacrifício de Cristo que, "pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu a Deus". Fiscal de nossa confissão de fé porque "o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus". É quem nos convence, no ponto de partida da conversão, de que somos pecadores, pois dele disse Jesus "quando vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo". É ele que nos permite ser imitadores de Deus, como requer de nós Paulo aos Efésios, ou partilhar do fruto do Espírito, como também se referiu aos Gálatas.
Vento de Deus. NEle nos batizou Jesus. Ele nos revela as grandezas de Deus. Consegues ler com esses olhos as páginas das Escrituras?
Presença real. Nosso ponto de contato com Deus. Sutil. Invisível, porém sensível. Objeto de nossa fé. Fiscal da certidão de verdade do sacrifício de Cristo que, "pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu a Deus". Fiscal de nossa confissão de fé porque "o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus". É quem nos convence, no ponto de partida da conversão, de que somos pecadores, pois dele disse Jesus "quando vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo". É ele que nos permite ser imitadores de Deus, como requer de nós Paulo aos Efésios, ou partilhar do fruto do Espírito, como também se referiu aos Gálatas.
Vento de Deus. NEle nos batizou Jesus. Ele nos revela as grandezas de Deus. Consegues ler com esses olhos as páginas das Escrituras?
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