quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Doismersário: sou do dia 15

 
Bem, estou de volta.
 Com a família, é claro: ela é o maior barato.
Assim, sempre sorrindo.

 
Alguma dúvida? Ah, sim:
 ainda que eu esteja dormindo para a foto.


Mas estou aprendendo rápido,
o que vocês acham? 
Ainda que seja necessário repetir.

  

E até já faço rir, com algunas caretas.
Mas não se enganem, que meu ar é sério.


E pra dormir, me aninho, seja na rede,

 

No colo do pai ou no colo da mãe.


Deixa ver se esqueci de alguma coisa...
(Epa! O cão atrás é pelúcia ou de verdade?!)  


Bem, a conversa foi boa. 
Então, numa boa, boa noite.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Pra começar com Asafe

    A condução na criação de filhos, no caso específico de vocês, com relação ao Asafe (em princípio e ainda só ele) será exclusiva de vocês.

     O papel nosso de avós será coadjuvante, e isso é minha opinião, nunca interferindo, porém também sem nunca deixar de orar, compartilhar nossas experiências e torcer pelo acerto.

  Eu aqui falo como pastor, reconhecendo que, como pai e sogro, há riscos de parecer intromissão. Mas, por outro lado, como pastor dos dois, não posso deixar de falar.

1. Criem Asafe como ensinou Ana, na Bíblia, como "devolvido ao Senhor":

²⁷ "Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera. ²⁸ Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o Senhor." 1 Sm 1.

   Vocês não são donos de Asafe. Os filhos são herança do Senhor, sob nossa responsabilidade. Nós, eu e Regina, tentamos praticar isso com Isaac. E acho que acertamos, tanto quanto Edson e Aldione com seu casal de filhos.

  Pai não pode usurpar o lugar e o papel da mãe e nem a mãe usurpar o lugar e o papel do pai. Uma sutil desavença de método gera desequilíbrio, que a criança rapidamente absorve e nele se desajusta.

   Lembrei o texto de Filipenses, sobre Jesus, que "sendo Deus, não tomou para si como usurpação o lugar de Deus". Vocês são pai e mãe, não precisam usurpar do outro o papel dele ou até usurpar para si o seu próprio papel.

2. Criem Asafe para os quatro avôs e avós: 

  Viemos para o Acre, eu e Regina, Isaac tinha 8 meses. Minha mãe sempre veio aqui. Ficava entre 35 e 45 dias conosco. Essa descompensação poderia gerar conflito, mágoa e tristeza.

  Então, quanto íamos ao Rio, a outra avó queria tratamento exclusivo. Evidentemente a gente equilibrava. Ficávamos até um pouquinho a mais em Teresópolis, na casa da mãe de Regina, para descer ao Rio e minha mãe poder dormir com eles em sua casa também.

   Asafe precisa ouvir a voz dos dois avôs e das duas avós. Precisa crescer sabendo as semelhanças e as diferenças entre os modos de ser crentes das duas famílias. Sentir os cheiros das casas (e dos diferentes cachorros).

3. Criem Asafe num contexto de franqueza e luta por verdade e transparência:

   Ele, desde bem cedo, precisa reconhecer a opção que a sua mãe fez, ao casar com alguém de outra denominação. As denominações não são, entre si, melhores: apenas diferentes.

   E não passa disso. É difícil, mas necessário reconhecer que, quando achamos nossa igreja ou nossa denominação melhor do que as outras, vamos viver desajustados com o sentido bíblico da fé.

   Asafe não pode crescer desajustado ou assimilar que as famílias dos avôs e avós fingem aproximação e comunhão. Não fomos nós que nos escolhemos. Foi Deus quem nos escolheu. Jo 15:

¹⁶ "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." 

   E um dia, Deus aproximou Edson e Aldione, Cid Mauro e Regina e Isaac e Amanda: ninguém escolheu, pura e carnalmente, ninguém. A escolha veio pela obediência a Deus.

   Esse equilíbrio é essencial para manter unidas as famílias, embora não seja de Asafe a responsabilidade  por uni-las. Quem une é Jesus. Não nos fazemos amigos uns dos outros. Jesus que nos torna amigos entre nós, quando aceitamos que Ele nos faça amigos de Deus. Jo 15:

¹⁴ Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. ¹⁵ Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer." 

   Nós só temos o poder para atrapalhar ou fingir essa unidade. E não é Asafe que vai promover ou se tornar responsável por isso. Ele somente simboliza esse união, porque é o único que tem o DNA de todos nós.

4. Isaac e Amanda: obedeçam.

  Não há amor sem obediência. Vocês não vão ensinar Asafe a obedecer, se não forem obedientes. E não existe amor onde não existe obediência.

¹⁰ "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço." Jo 15.

   Amor não é "dom supremo", como escrito errado no subtítulo de 1 Co 13. Amor é mandamento. E mandamento é obediência. Vocês não são tão ingênuos que pensam que obedecer é fácil.

   Ou que estão vacinados para as tentações de Satanás. Não estamos. Obedecer contaria a nossa vontade. Muitas vezes é dolorido. Desobedecer somente dói quando somos prevenidos por arrependimento.

¹⁰ "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte." 2 Co 7.

  É essa ordem aí: tristeza, arrependimento e salvação. Portanto, para ensinar a Asafe a obedecer, sejam, os dois, obedientes. Amanda casou com Isaac, antes de tudo, porque Regina foi obediente.

  Não obedeceu a Cid Mauro, mas a Deus. Nunca soube direito a que ela teve de renunciar para vir, não para a Rio Branco de hoje, mas para a de 30 anos atrás. Ela foi submissa, sim, ao esposo, mas porque foi obediente a Deus.

   A mãe dela, diversas vezes, propôs a ela voltar, unilateralmente, por si, ao Rio, com a duas crianças. Eu que a seguisse, se bem quisesse. Nem lhe passou pela cabeça essa "obediência".

  E aí Amanda conheceu Isaac. Porque Regina desobedeceu a sua mãe e, muito provavelmente, a si mesma também. Contrariou-se, obedecendo a Deus. Mesmo que doa, obedeçam.

   Será total segurança para o nosso pequeno. Então vai ver em vocês e aprender com vocês a obedecer e amar. Vamos em  frente.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Asafe é meu nome

  

Corujado pelas avós
Desculpem os avôs, cheguei.
Grande expectativa,
Regaram-me a orações.

Deus é bom
Deu-me como dádiva
Recebi nome de louvação,
Meu nome promete poesia,
Música e mais oração.

Meu lar, desde bisavós,
E daí para trás, refletem Jesus,
Por vivência e profecia.
A palavra de Deus os alimenta.

Estou cercado de carinho,
Amor e bom trato.
Esperando o bom destino,
Certo e agudo,
Das sábias escolhas de meus pais.

Hoje mesaniversario
Cheguei num domingo 15,
Bom presságio,
Embora quem me acolheu
Vive mesmo por fé.

Minha mãe foi heroica,
Meu pai companheiro
Avôs, avós, tio e tia
Bisbilhoteiros.

E eu vou descobrindo o mundo,
Aqui e ali percebendo as coisas
Ajustando jeito e gestos
Monitorado de bem perto.

Já virei artista da net,
Mal sei do que se trata,
Mas, sem dúvida, vou saber,
No tempo e dose certa.

Grato a todos pela lembrança,
Folguedo e felicitações.
Por aqui sigo minha rotina,
Sempre dependente de suas orações.

Gratidão, dom da vida,
Alegria no Senhor,
Dádiva e amor.
Muito cedo quero conhecer,
Louvar, obedecer e adorar o meu Senhor.

Bem, não se trata de exibição, mas aí vai
MINHA GALERIA:


Papai e mamãe aí em cima, 
euzinho recém-nascidinho aqui embaixo



Nesta série abaixo, o fotógrafo pediu pose:

 

Nesta outra, pausa, que ninguém é de ferro:

 

Eu sou só no come e dorme:

 

Nesta aí, próxima, assim despojado, 
 lembro bem o bisavô Heraldo, segundo dizem:


E nesta sequência, 
estranhando esse lado de fora:


E porque, tão cedo, não quero confusão
pro meu lado, vão os tio e tia:


O par de avôs, 
cada um mais babão do que o outro:

 

Um pequeno show de elegância:

 

E, last, but not least, xodó de papai e de mamãe:


Sigo reflexivo nessa vida.

 

domingo, 6 de outubro de 2024

Carta a meu (nosso) neto Asafe

 Bom dia, meu neto. Nosso neto. A sua chegada alegrou muito todos os avós. A gente se encontrou, meu camarada, no dia em que você chegou.

  Mas a gente nem sabia direito de nada. Só que a sua hora, a cada minuto, estava vindo. A gente, com Ana Luísa, sua tia, irmã do papai, se reuniu ali no Sta Juliana.

   Depois vc vai saber dos detalhes desse hospital onde você nasceu. Aos poucos, papai e mamãe vão contar, com todo o amor.

  Rapaz, não foi assim tão fácil. Vô Edson me contou como os avisos de sua chegada impressionaram ele. Então vieram trazendo mamãe Amanda para o hospital.

  Papai Isaac avisou à gente aqui em casa. Aqui na sua cidade, meu neto, tudo é perto. Você vai saber um dia, sim, inteligente assim como você já é.

   E tome conversa, rapaz, ali naquela sala de espera, sentados nas cadeiras da recepção. 14h55min consta na data da foto, aí embaixo, dessa turma dos 5, dois avôs, duas avós e uma tia.

   E você, meu camarada, veio num domingo. Veja o dia. Ora, Asafe, nosso menino, você muito cedo vai conhecer a importância de nascer num dia desses, em meio aos sete da semana.

   Porque domingo foi o dia em que Jesus ressuscitou. Ora, se você já está lendo esta carta, ou estão lendo para você, já é capaz de conhecer a história de Jesus.

   Asafe, você nasceu numa família, meu camarada, onde todo mundo está, para caramba, envolvido com Jesus. Aliás, a essa altura, mesmo bem criancinha ainda, você já deve ter percebido isso.

   A avó Aldione, mãe de sua mamãe Amanda, canta na igreja, com uma voz muito linda. A vovó Regina, mãe do papai Isaac, toca teclado na igreja, do mesmo jeito que teu tio Ruan, mano da sua mamãe.

  Teu pai Isaac toca violino e tua tia Ana Luísa, irmã dele, também canta na igreja. Você vai saber, tem uma coisa que chamam WhatsApp, foi por ela que o vô Cid avisou a igreja de sua chegada.

   Eu escrevi assim: "✊🏻🙏🏻Nasceu. Normal. Mãe, pai e bebê bem. O avô, acabado de ansiedade." E também noutros zaps, como o da família grande dos teus bisavós paternos. 

   Você tem um familhão, meu camarada. Por parte de avós maternos e de avós paternos. Esse aviso foi 19h31min, você nasceu 19h09min do domingo 15 de setembro, com o vovô Edson anunciando pelo púlpito da igreja.

   Tudo isso você vai saber. Os teus dois avôs são pastores. Você tem um familhão, grande à beça, todo mundo muito envolvido com Jesus. A essa altura, você já ouviu muitas histórias sobre esse tal Jesus.

    Meu camarada, que carta grandona. Como você, que nasceu compridão: 52 cm e exatos 3,965 kg, como informou sua mãe para a gente, ainda lá na enfermaria onde ela ficou logo depois de sua chegada.

   Meu neto, você é um milagre. Deus nos deu você num domingo. No dia em que Jesus ressuscitou. E você nasceu num mundo problemático. Um dia, vai entender o que isso significa.

   E eu comparei a expectativa de sua chegada, pela Bíblia, à chegada de Noé, de quem você vai também conhecer a história. Jesus disse que voltaria em dias muito parecidos com os dias de Noé.

  Meu neto, você vai entender também o que significa dizer que Jesus volta. Eu penso se não posso dizer que Jesus voltará em dias muito parecidos com o do nascimento de Asafe, você mesmo, meu neto.

  Porque como o pai de Noé, que se chamou Lameque, eu digo que você será um profeta que nos traz consolo, num mundo tão cansado de tanto sofrimento.

    Estou sendo um pouco mais ameno em relação à análise do pai de Noé. Neste domingo que escrevo esta cartinha (que virou cartona), estou indo para a sua casa, passar o domingo com você e sua mamãe.

   Faz 21 dias de sua chegada. Hoje é domingo. Oramos por você. Lembramos do milagre. Agradecemos a Deus. Cercamos você de atenção.

    A você, meu neto, que já vai estar conhecendo a Bíblia quando tiver notícia desta carta, eu repito o que ela diz: quanta força, no Senhor, reside na dávida de sua chegada a esse tão cansado mundo.

   Amamos você, nosso neto Asafe. Oramos para que toda sua vida reflita, sim, esse tom reflexivo de sua fotinha acima. E que a sabedoria de Deus seja sempre o conteúdo de sua reflexão.

   Ó, Pai, nosso Deus, com que expectativas cercamos a vida desse menino, dádiva Tua, não somente a nós, família dele, mas a este mundo tão cansado de sofrimento. Assim oramos, em nome de Jesus.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Milagres

 

30 anos separam essas fotos

   Naquele dia, estava no centro do Rio, às voltas com a burrada de uma gerente de conta bancária, que havia efetuado uma mixórdia com a conta da igreja.

  Nada contra gerentes. É humano errar. Mas não está proibido relatar uma sucessão de erros e exatamente na tarde de 20 de abril de 1994. Regina reportou que sairia do Pentágono, onde lecionava, para o Sírio Libanês.

  Uma estirada do Campinho à Tijuca, sei lá, que pode ser Maracanã, mas são cerca de 35 km, by bus, onde ela chegou por volta de quase 16h30min, com a atendente avisando que São Paulo, de onde viria a autorização do Plano de Saúde, cessava às 17h.

  Prenunciava-se o milagre. Oligrodamnia, teste essa pronúncia, é "volume de líquido amniótico abaixo do esperado para a idade gestacional". Eu, que vinha acompanhando a gestante havia quase 9 meses, já aguardava essa confirmação.

   Ou seja, lá por dentro estava tudo secando, antes da hora. Deu 17h, 17h15, 17h30, 17h45, essa eternidade, com a atendente avisando que, de São Paulo, poderia esperar nada, não atendiam o telefone (sim, celular não haviam inventado), no Golden Cross, desde as 17h.

  "Mas eu vou continuar tentando",  a moça consolava a mãe estreante. E eu me irritava com a gerente. Para localizar a documentação da igreja, veio dizer que não a localizaram. Eu disse mas como uma conta ativa, em uso, não tem documentação em arquivo.

   Que, naquela altura, nem seria digital. Engatinhavam aqueles dinossauros de época, lembrem, os computadores PC 386, 486 e seus descendentes. Mas não eram os culpados. 

     Então, eu disse, minha cara, minha esposa está para ganhar nenê, a minha Presidente do Patrimônio da igreja, Lúcia, ora, vocês não conhecem o tamanho dessa mulher, vai soltar os cheques e, caso voltem, processo vocês.

   Eu fui, sem saber dos lances cruciais no Sírio e Libanês, buscar Regina. A essa altura, o técnico da cardiotocografia fetal anteparto, está bom para você esse termo, havia dito, pelo menos umas três vezes, que já ia embora. Mas aparecia alguém atabalhoado para fazer esse mesmo exame.

   Era o milagre em curso. Quando o técnico disse que, finalmente, iria embora, como vinha prometendo, São Paulo atendeu. Se não atendia desde as 17h, atendeu às 17h45min, feito o exame, a quase mãe exortada a notificar o médico e sair dali, direto para o parto.

  Encontramo-nos na casa da sogra. Armamos as trouxas. Rumamos para a São José, no Humaitá, beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde nasceu o pai de Asafe. Era por volta de 0h45mim de 21 de abril. Parto ao qual o avô assistiu.

   Vivam as mães! Heroicas. Louvado seja Deus, único em milagres. Bem-vindos, bebês, sobre quem reside a força do Senhor. O mundo tem os seus profetas, desde Noé. Ouçam-nos, portanto.

Onde se fez o exame da avó

   
                              Onde nasceu o pai Isaac   
                       
                           Onde nasceu o neto Asafe

domingo, 22 de setembro de 2024

Uma carta à minha nora

¹² "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." Sl 90.

  Há várias maneiras de se contar os dias. Assim como várias razões por que contar. A mais tradicional, refere-se aos aniversários. Ano a ano.

  No caso, refiro-se ao prazo de 7 dias. 8, se assim se quiser. 1 semana atrás. No domingo passado. Estávamos todos aferrados a uma grande expectativa.

  Mas ninguém, minha nora, vivenciou-a com a intensidade com que você a experimentou. Uma vida gestada dentro de você. Acalentada, amada e cuidada com tanta expressão.

  Há um sentir que será só seu. Ninguém mais pode avaliar como, a não ser as mães, como a sua, aliás, muito mais ela, assim como a outra avó, que já vivenciaram parecido.

  Mesmo assim sua experiência é única. E agora Asafe está acolhido no teu regaço. Um milagre. Por si, qualquer geração, toda gestação é milagre. Mas este é o seu, tão de perto, também o nosso milagre.

   Ele vai conhecer essa história. O pai, tão perto, todo o tempo, vai atestar, como testemunha. Minha nora, como você nos surpreendeu.

  Eu até acho que teus pais tinham uma pista, um indicativo de tua coragem e determinação. De tua fé, essa herança bendita que, nessa hora, supre mais do que tudo.

  Mesmo assim o exercício dela, a hora, o momento, todo esse desepenho, do qual teu pai teve impacto e guarda na memória o som peculiar, ainda em casa, mas na reta final ficou o traço e memória de vocês dois, papai e mamãe do menino.

  A gente trocava assunto ali na recepção do Sta Juliana. Cada um sabia da sua própria ansiedade. Mas sem detalhes de cada minuto. Sem estar tão perto e próximo.

  Você se superou, minha nora. Eu digo aos outros, permita-me usar o termo, minha nora é uma leoa. Pelo pouco que ainda sei, mas pelo que está marcado em cada um de nós, louvamos a Deus.

   Pelo que você vivenciou, pela presença tão próxima de teu esposo, pela função de cada profissional de saúde, como ele já agradeceu, pelas marcas em tua mãe e teu pai, dessa decisiva passagem.

   Pelas impressões em mim, minha filha e minha esposa. Pela providência de Deus, mais perto do que todos nós, pelo que Ele sussurrou ao seu ouvido, fosse nos nove meses de espera, fosse nos momentos de uma semana atrás, aleluia, seja Deus louvado.

   Chora, Asafe, reclama à vontade. É consolo ouvir. Graças a Deus pelo estresse dessa primeira semana. Vamos, garoto, você já começou a nos ensinar, intensamente, primeiro a essa dupla dinâmica, de seu papai e mamãe.

   E depois a toda a família, a todos que se alegram por tua chegada. Olhar para o mundo nos assusta. Olhar para você, alerta-nos para o agir de Deus e para o poder que há no nascer de mais um bebê.

   A força do Senhor provém da boca dos que mamam. Porque reside na providência de Deus o conforto e o consolo para esse mundo tão sofrido e rebelde. Foi essa a expectativa de Lameque, ao nascer Noé. Esta é a nossa expectativa, ao nascer Asafe.

²⁹ "Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra". Gn 5.

sábado, 21 de setembro de 2024

Asafe, para nosso consolo

    Alarmou. Ligaram para nós. Para tudo. Estamos indo para lá. Eu e Regina nos entreolhamos. Avisamos à tia: para tudo. Avisamos no Quinari que a gente ia ficar no plantão. Era domingo. E que domingo! Asafe iria nascer nesse domingo.

  Só para ter uma ideia, eram 6h38min da manhã quando eu avisei lá na chácara que as contrações estavam aumentando. Mas eles são assim. "As contrações aumentando. Menino preguiçoso", eu falei.

  E somente 19h09min o camaradinha, literalmente, deu as caras. Falar é fácil. Mas, nessas mais de 12h, vejam bem, altos e baixos, ansiedade pura, fomos todos os avôs e as avós para o Sta Juliana. E tome espera.

   A manhã toda em casa, foi de expectativa. Cerca de 11h veio o alarme que, agora sim, estavam a caminho do hospital. Foi onde todos os avôs e todas as avós se encontraram. Ah, sim: e a tia, autora da selfie.

  E foi a tarde inteira de espera. E ainda assim, quando disseram que iniciara o tal trabalho, esse mesmo, de parto, nunca que avisavam que encerrara. Depois, com os detalhes enumerados pelo pai, quase três horas seguidas acompanhando, entendemos que houve o milagre.

  Era domingo. Ainda levei a tia a casa. A pregadora da noite, Cravina, passou por lá para levá-la à igreja. A Ceia, na 2ª igreja, desmarquei, avisando que o menino estava às portas. O outro avô foi pregar, era dia e não havia substituto. Anunciou do púlpito, no comecinho do culto, que era avô.

   Para sempre gravado na memória, pai e mãe, relato aos avôs e avós, qualquer dia o menino vai saber do milagre. Por hora, louvem o Senhor.