sábado, 21 de maio de 2016

Mal traçadas linhas 27


       O sentido de missão

       Creio ser, pelo pouco que sei, que tanto nas forças armadas quanto no Bope, a tropa tornada mais conhecida na mídia pelo filme Tropa de Elite, que "missão dada é missão cumprida" tornou-se o mote definitivo do sentido de missão.

       Um morreu por todos, para que os que vivem, não vivam mais para si mesmos. A Bíblia, na sua fraseologia, depara dilemas para seus leitores. Em seus versículos, basta um deles, para que o sentido de missão que o Livro sugere fique claro, claríssimo, e o que eu costumo chamar "senso do absurdo", do máximo e definitivo absurdo, revele-se em suas páginas.

        Explico. No versículo acima, a Bíblia propõe uma simples troca. Hipoteca de vida por vida. Ela sugere que seu personagem principal, Jesus, trazia um sentidio de missão que haveria de cumprir, até a morte. Quer dizer, nem a morte o assustaria ou o afastaria desse senso de missão.

          Ainda, o sentido de missão estaria específica e precipuamente definido na sua, dEle, morte e ressurreição. O sentido do Livro, seu ponto central e único prescrito é comprometer todos, qualquer um, qualquer uma, cada qual, individualmente, no mesmo sentido de missão com, de, em Jesus. Trata-se de um batismo, um batismo de missão, morte e ressurreição em vida, em Cristo, na mesma morte e ressurreição de Cristo.

         Divisado está o senso do absurdo do Livro: tudo ou nada. É isso ou nada. Não há outro sentido para ou no Livro. Lucas anota em seu Evangelho, talvez traço reconhecido por ele ou identificado por um dos mediadores de seu relato, que Jesus, certa feita, demonstrou no semblante resolução de que nada o afastaria o impediria de caminhar na direção de Jerusalém.

        Um visionário. Hipoteca de vida. A Bíblia afirma, no fulcro principal de seu conteúdo, que há um batismo em Jesus Cristo, nessa mesma resolução, que compromete, definitivamente, a vida de quem o assume, para que os que vivam, não vivam mais para si mesmos.

        Paulo Apóstolo exergou, entendeu e procurou aplicar isso a sua própria vida. Certa vez, afirmou que em nada considerava para si relevante ou importante sua vida, se não cumprisse esse sentido de missão, que ele chamou ministério, serviço.

        Algumas pessoas tomam para si esse aspecto que transparece no texto das Escrituras e saem, por aí, dizendo-se vocacionadas, chamadas, marcadas por assumir esse sentido de missão. Problema delas. A Bíblia foi escrita para isso e lhes dá esse direito.

         Terão que, de agora em diante e diante, confrontando-se com esse senso de batismo, entender e, inteligente e diligentemente interpretar sua vida nesse sentido de missão: missão dada é missão cumprida. Quem enxerga, entende e quer para si, é porque também enxergou e entendeu, pelas Escrituras, a missão do Espírito.

        Porque Jesus, exegeta prático da missão do Espírito, afirmou que derramaria o Espírito porque este veio glorificá-lo. Ou, se preferir outra leitura, Jesus veio derramar o Espírito para glorificá-lo. Ainda, somente é possível batismo em Jesus e tornar-se pleno do sentido de missão uma vez batizado no e pelo Espírito Santo, que é o batismo em Jesus Cristo.

        Trazem consigo esse sentido de missão os que estão plenos no Espírito. Ele é o Espírito de missão. Espírito Santo não é diletante. Jesus foi homem cheio do Espírito. Na linguagem dos Evangelistas, guiado, conduzido, até mesmo, atrevidamente disse Marcos, impelido pelo Espírito.

       Missão dada é missão cumprida. Nada na vida deve ou pode distrair a atenção, seduzir olhar e senso de direção de uma resolução de enxergar, entender e, inteligente e diligentemente cumprir esse sentido de missão: missão dada é missão cumprida.

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