quinta-feira, 6 de abril de 2023

Fascinação

    Muito interessante a linguagem em seus caminhos ou labirintos. Às vezes repetitivos, forjamos jargões.

   Ora, uma aliteração. Como Chico, na música Minha história, contando de uma mulher do porto que, engravidada, esperou sem remédio pela volta do amante.

   Parada pregada na pedra do porto. Mas o assunto não é aliteração. Mas meu jargão "muito interessante". Sem saber o que dizer sobre algo, é frequente em mim.

   Então, deparei uma certa memória de quando tive uma primeira ideia sobre Deus. Filho de pais crentes, pai pastor e mãe, desde tenra idade, na igreja protestante.

     Criaram-me nesse ambiente. Lembro várias perguntas que fazia a respeito de Deus. Então, essa ideia teve origem nas histórias bíblicas do pai e na mania da mãe com a igreja.

   Acho que a primeira ideia autônoma, próxima do que chamam idade da razão, reflito hoje que me fascinou. E isso é uma memória boa.

  Nunca tive dúvidas de que existisse. Está bem, podem dizer que foi por forja dos pais. Cavaco não cai distante do pau. Certo.

    Aqui não é aliteração, nem jargão, mas um pp: provérbio popular. Certo. Não cai. Mas já estou bem velho para admitir, já que nunca me afastei de crer, que Deus me fascinou.

    Passei, lá atrás, a ler a Bíblia. E nesse início de jornada, ainda criança, acho que a sede era por descobrir mais sobre Deus. Fascinante, para mim, e para quem ainda acredita que tudo o que a Bíblia diz sobre Ele é verdadeiro.

   Fascinante. Palavra que me fez lembrar outro sentido para fascínio. Em Gálatas 3, logo no 1⁰ versículo quando, ali, é algo que desvia do crucial. Feitiço.

   Paulo Apóstolo diz que Jesus foi exposto como crucificado diante dos olhos dos gálatas: "Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos Jesus Cristo foi exposto como crucificado?"

    Fascínio, aqui, não no sentido a que minha memória me remeteu. Mas no sentido de ilusão. Os gálatas foram burlados, deixaram-se levar por argumentos sutis dos crentes judaizantes.

   O nome já indica: eles queriam judaizar, caiar com um judaísmo ralo a fé recente daqueles novos crentes. Não somente os gálatas, mas muita gente se ilude.

   Jesus Cristo foi exposto como crucificado diante do mundo. Ou haverá quem, hoje, desconheça? Porque se há, ao inverso, há quem acredita e anuncia isso. Esta é a missão e a principal função da igreja de Jesus.

   Aliás, foi preciso eu associar essa exposição de Cristo crucificado, no que, pessoalmente, ela me afeta, à minha visão de fascínio, aqui no sentido positivo, de Deus.

   Porque sem o que Cristo sofreu, não poderia, em nada, avançar no conhecimento de Deus. Conhecimento de Deus. Muito interessante. Talvez eu continue este texto.

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