quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Futebol e a Fábrica Bangu - 2

  

Thomas e sua segunda esposa, suas chuteiras e a casa onde residiu em Bangu

   Thomas Donohoe foi um escocês, nascido em 25 de janeiro de 1863, na Vila Industrial de Busby, a 8 km de Glasgow. Como todo morador da vila, Donohoe teve como destino trabalhar na fábrica Printworks, lidando diretamente com o setor de tingimento de tecidos.

   A Printworks, de Bisby, caminhava para a falência (de fato, encerraria suas funções em 1901). Foi o irmão de Thomas Donohoe que o indicou para a Brother & Co., de Oldham, que estava recrutando trabalhadores para uma nova fábrica têxtil instalada no Brasil, justamente a Companhia Progresso Industrial Brasil Fábrica Bangu.

    Deixaria de ser operário e viraria mestre de seção. Assim, após ser bem recomendado pelo seu "patrão-irmão", Thomas Donohoe saiu do vilarejo de Busby, na Escócia, e foi de trem até Oldham, na Inglaterra, firmar o seu novo contrato.

   Antes de embarcar, recebeu também uma espécie de "salvo-conduto", assinado por John Wodehouse, 1⁰ Conde de Kimberley, que garantiria toda proteção em terras brasileiras ao cidadão britânico. Era sexta-feira, 4 de maio de 1894, primavera no porto de Southampton, a porta de saída de muitos navios a vapor que cruzavam o Oceano Atlântico.

    O "paquete" SS. Clyde, um belo navio de 3369 toneladas, forte o suficiente para atravessar as tormentas que o esperavam durante a travessia do Atlântico, trazia Thomas Donhoe, o escocês de 31 anos. O desembarque no porto do Rio de Janeiro ocorreu numa segunda-feira, 21 de maio de 1894.

   Quando chegaram a Bangu, viram que a localidade tinha apenas uma rua e menos de mil habitantes. O escocês era um esportista nato. Depois de estar bem adaptado em sua nova residência e conhecer melhor os outros trabalhadores da fábrica, Donohoe descobriu que não se praticavam esportes por aqui.

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