"Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos." Marcos 2:22.
Jesus usava de suas falas para lições essenciais. Foram tradicionadas pelos que as ouviram e quiseram guardar e transmitir.
A especialidade de Jesus era aproximar. Paulo Apóstolo chega a dizer "aproximar pelo sangue" dEle, é claro. Jesus dinamita barreiras. A gente estabelece barreiras.
A estupidez humana impõe as diferenças como instransponíveis. Jesus exorta a que as diferenças sejam como no corpo humano, essenciais e harmônicas entre si.
Ontem celebramos identidades e diferenças. Celebramos Luciane, aniversariante da véspera, Lyndon, da antevéspera, e Renato da Renata, aniversariando hoje.
Foram aquelas caras conhecidas, fenótipo e genótipo, com os assuntos cruzados de sempre. Dirley, talvez o mais ancião da turma, contando suas histórias de pescaria.
Mas sem mentiras de pescador. Uma aula de pescaria. Não deixamos de lembrar Manoel Inácio, resgatando Ben-Hur numa coleta de caranguejos, para além das 22h, em Barra de São João.
Noutras modalidades, como a de rede estendida mar adentro, com os robalos, por pura sorte, presos a ela. Valeu acordarem ainda antes do sol nascer. Como é lindo vê-lo brotar do mar em Tamoios!
E cada primo, cada prima esnobando os filhos. Binho todo bobo com o primeiro carro zero/2 km do filho, em seu primeiro emprego. Eliana continuando a falar de suas idas e vindas a Buenos Aires, em função dos cargos e encargos da linda filhota.
Cid Mauro dizendo que Ana Luísa nem pôde vir, agarrada ao primeiro emprego na clínica Afeto, cuidando de crianças especiais. Eu e Bruno, cientista mirim, aferrados nas instruções de um vídeo, para desobstruir a cafeteira (que Eliana, é claro, não deixou de chamar por outra vogal) Dolce Gusto.
Outros assuntos foram as receitas e embutidos da Lu, o capricho de sempre, da mesa enorme e sortida. Eu aprendendo o nome das pastas de uma bandeja cheia delas, parece até que uma delas se chama sarmenta, feita de sardinha com pimenta. Ah, sim: lembrai-vos da queijadinha, muito bem policiada por mim e Binho.
Bebidas a granel, de todos os tipos, eu fiquei nos refri, mate, suco de uva e água. Mas não denuncio quem não se conteve e amenizou com uma estreia nas cervejas. De repente, chega o chefe da casa, logo por mim abraçado.
Até comentei que era muita gente, por pura surpresa, em sua casa. Mas ele disse que era essa exatamente a razão de sua alegria. Não podia, evidentemente, faltar o bolo da Renata, vermelhíssimo em sua singeleza, soborozíssimo. Peçam ao Ben-Hur o vídeo do parabéns-pra-você.
Rolaram notícias de Ana Lúcia, nos States, por quem devemos orar, visto que atravessa um período difícil com os trigêmeos, entroncamento nervoso cerebral.
E também orações pela bariátrica de Tathiana, agendada para esta próxima sexta, no hospital da Unimed na Barra. Não se poderia, jamais, deixar de falar de Itaboraí, dos casarões que Leila reclama que são postos abaixo, por causa da especulação imobiliária.
E a novidade é a plantação do Jecieu, numa gebla contínua a sua manção, que produz, como diz a Bíblia, e Leila confirma, a 100/1. Prosperidade em tempos sombrios.
Esbaldamo-nos com as histórias de uma estalagem em Wild West Itaboraí, invadida pela meninas, poupado desse vexame o primo rico da hora, Binho, que tinha um apart hotel reservado e compulsório na cobertura de Leila e Jucieu e, por tanto, zoado pela Lu.
Faladeira, Leila lembrou de alguns feitos de minha primeira infância, mas que, de tão antigos, são impossíveis de confirmar. Cachorros à parte, apresentações também, eu conhecendo cunhado do Ino e esposa e um aluno de Dirley, com cabelos brancos feito os meus.
O bem estar de sempre, provincianos como nunca, divertimo-nos com as tiradas e gargalhadas de Eliana, sentimos muito a falta de Elaine, rimos com a neta de Gislaine, a caçula do Duda, que ao ser interpelada a cumprimentar Regina, emitiu um solene: "Não conheço...", naquele tom de "nunca vi mais velha". Epa!
Sem esquecer do futebol: Renato prometendo um Flu para melhor, Ben-Hur esnobando com sei lá quantos, perdemos a conta, títulos do Mengão em tão curto espaço de tempo. Aguardem para mais.
Pois é, como o Acre é longe. Para encerrar, não deixamos de lembrar a herança dos que já se foram. Trazemos suas marcas. Lemos o Salmo 133, que destaca: Puxa, como é bom viver unidos! E acrescenta ser algo que infiltra, no espírito, como óleo, santo remédio.
E termina dizendo ser essa comunhão um lugar de benção e de vida eterna. Bem lembrou Dirley sua avó Bernardina, uma mulher gigante, em todos os sentidos.
Desde lições de como usar uma tarrafa, passando pelo abraço caloroso seu usual, até a fé que passou como herança, essa fé comum, duma vez por todas concedida a nós.
Ah, sim. E o vinho? No nosso caso, envelhecemos e, como vinho, fica cada vez melhor estar juntos.