domingo, 22 de janeiro de 2023

Prima Valéria também raiz

 


Raiz é raiz

Assim o Senhor quis

Acolhemos o presente 

E o glorificamos SEMPRE!


Base alicerçada 

Família muito amada

E não há território distante

Para o amor tão relevante


Galhos espalhados

Mas nunca separados

A base está ali

Que bom poder usufruir !


Primos do Acre e do Rio de Janeiro

Vivenciaram reencontro nada rotineiro

Feito um bonde que vai agregando vagão por vagão

Fizeram um 'encontrão'

Com direito a passeio pela serra

Onde esperava uma preciosa galera


E teve almoço 

Para ancião e para moço 

Com várias mãos a preparar 

Estavam conjugando o verbo AMAR

Lá na casa da tia Ivar


E apreciaram a natureza

Com sua imponência e divina beleza

E celebraram a vida

Até dos que já fizeram sua partida

Pois se estamos aqui ,com sabedoria

Foi porque distribuíram sementes em nosso dia a dia


Pode vir o vento e balançar os galhos

Mas estaremos sempre lado a lado

Podemos enfrentar tempestades

A raiz permanecerá firme de verdade


Raiz é raiz

Assim o Senhor quis 

Acolhemos o presente e o glorificamos SEMPRE!


Com carinho,


Valéria Moura


( agraciada por ser uma muda da família raiz )

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Subindo a serra

 

   A expectativa do dia começou cedo. Um Uber (Epa, que heresia!) para Campo Grande, as tensões do trajeto, pela Av. Santa Cruz ou pela Av. Brasil, esta prevaleceu.

   Na saída de Deodoro, pronto, retenção. Então veio a tensão. Obras, sei lá, BRT ou o quê? Venceu-se a retenção e aí recuperamos o tempo. Rumo ao endereço do Manoel.


   Rua Campo Grande em Campo Grande, entramos no Toyota 2.0, amarelo-táxi, e rumamos para Miguel Pereira. Uma viagem amena e tranquila, na manhã luminosa de verão. 

  Lindas paisagens no trecho Dutra-Japeri, aqui onde se situa a primeira igreja batista que meu pai pastoreou, iniciando em 1957, ano em que nasci, como menciono no livro Marcas do Evangelho.


   Acompanhava-nos Guilherme e o assunto era os vestibulares, o acesso às Universidades, a engenharia elétrica, prioridade para ele. E assim, messe ritmo e nessa cadência, de Conrado demos o primeiro sinal, confirmando nossa chegada.

   Grande alegria reencontrar Elias, esperando-nos no portal de entrada da cidade. E logo nos vermos entre colinas, cercados delas, todas revestidas com o verde dessas matas.


   Tia Ivar animada como sempre. Alegre de nos ver. Esperávamos chegar Eni, como Gabriel, esposo da sobrinha Amanda, e mais Jonathan e Raquel, dois casais amigos passeando pelo circuito das colinas.


   Amanda é filha de Eliane que, juntamente com Eduardo, foram os dois únicos filhos que não encontramos desta vez. Conhecer a casa de tia Ivar, rente com a ladeira, na rua que contorna as colinas, desce até uma horta ao fundo.


   Ali a tia cuida de suas platinhas, um pequeno milharal, hortaliças, fruteiras, flores, tudo regado por uma fonte e dois poços de água muito límpida, descida da montanha. Miguel Pereira é vida entre montanhas.


    Quem olha do quintal para os fundos da casa, vê as duas oficinas do primo Elias, com seus engenhos de tornearia e as artes com a madeira. O sobriho Fernando, filho de seu irmão Eli, já pode contar com uma estante esguia e desmontável, pronta para o espaço medido e recontado de seu ap.



   Assista à colheita do milho🌽🌽🌽🌽, tia Ivar com sua caçula Eliane:



  E veio o muito saboroso almoço, com o feijão vermelho da tia, a saladinha com muito gosto, com mãos da neta Amanda e sua amiga Raquel. Até Regina deu um capricho.

    Capricho também, milagre das mãos de tia Ivar, são as orquídeas, sejam as que já vicejam, sejam os botões por florescer.




   Saímos pelo entorno de cidade tão atraente e amena. Fomos ao mirante, depois à antiga ponte, Viaduto Paulo de Frontin, ainda do século XIX, nascentes do Guandu, ali tão cristalino, lá embaixo tão poluído e sofrido.




   Veja como é lindo o Rio Guandu longe da poluição da cidade grande:

   Visitamos as estações, pois o Prefeito pretende reimplantar o trem, que seja pelas antigas estações do próprio município, até ali ao centro. Que lindo viajar no tempo pelas ruas da trilha dos ferroviários.







   Visita maravilhosa foi ouvir, tanto de Zita, esposa de Eli, como de sua cunhada, a prima Eni, o valor que foi conhecerem detalhes de nossa família pelos depoimentos registrados no livro Marcas do Evangelho.


    Todos sorrisos lindos de nossos familiares, muito bem representado pelo de Zita, aquela que esconde no coração e transparece pelo olhar tantas terras por onde passou e ainda por ver e visitar.

   Estar em sua casa foi muito agradável, viajando no tempo e na distância, pela galeria de fotos, assim como saborear a manteiga feita em casa, o café de coador de pano e o licor bioenergético, do qual não lembro nem o nome e nem seus efeitos.

   Mas o gosto é estimulante! Grato ao primo Manoel e ao copiloto Guilherme, pelos surf e perícia nas estradas da serra. Gratos pela recepção, em região tão linda e aprazível.

   E não podemos, já perto do final deste texto, deixar de mostrar quão linda é mais esta família a seguir, de Eni, filhos e noras, com os bisnetos Sebastian, o loirinh, e Davi, o morenão. Vou checar todos os nomes, para publicar aqui.


   Salve Miguel Pereira! Claudio e Valéria Poetinha tinham razão, quando nos fizeram propaganda, em seu agradável café, ainda aqui embaixo, no Rio. Dá vontade de lá morar e remoçar, com ou sem bike, pedalando pelas trilhas ou andando em volta do lago.



   Que seja, Miguel Pereira, você grudou na gente, igual aos sorrisos de nossa gente. Bem, aguardem a poesia que vem, depois que a Poetinha ler o que aqui tem...
    
    Olhem que família linda:




   
    Linda, muito Linda Miguel Pereira, até muito breve, assim todos esperamos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Plano de Curso - Introdução às línguas hebraica, grega e latina

 1. Aspectos da história e evolução das línguas hebraica, grega e latina.

2. Aspectos peculiares às línguas hebraica, grega e latina comparados à portuguesa.

3. Alfabetos hebraico, grego e latino.

4. Peculiaridades de fonética nas línguas hebraica, grega e latina em termos comparativos.

5. Caligrafia e peculiaridades da escrita hebraica, da escrita grega e latina.

6. Características específicas das línguas hebraica, grega e latina (como desinências, declinações, entre outras).

7. Aspectos da gramática hebraica, grega e latina.

8. Estruturas básicas de morfologia e sintaxe nas línguas hebraica, grega e latina.

9. Rudimentos de leitura nas línguas hebraica, grega e latina: consulta a dicionários.

10. Aspectos específicos de leitura e tradução nas línguas hebraica, grega e latina: consulta a léxicos. 

Sempre bom estar juntos


"Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos." Marcos 2:22.


    Jesus usava de suas falas para lições essenciais. Foram tradicionadas pelos que as ouviram e quiseram guardar e transmitir.

  A especialidade de Jesus era aproximar. Paulo Apóstolo chega a dizer "aproximar pelo sangue" dEle, é claro. Jesus dinamita barreiras. A gente estabelece barreiras.

  A estupidez humana impõe as diferenças como instransponíveis. Jesus exorta a que as diferenças sejam como no corpo humano, essenciais e harmônicas entre si.

  Ontem celebramos identidades e diferenças. Celebramos Luciane, aniversariante da véspera, Lyndon, da antevéspera, e Renato da Renata, aniversariando hoje.

   Foram aquelas caras conhecidas, fenótipo e genótipo, com os assuntos cruzados de sempre. Dirley, talvez o mais ancião da turma, contando suas histórias de pescaria.

   Mas sem mentiras de pescador. Uma aula de pescaria. Não deixamos de lembrar Manoel Inácio, resgatando Ben-Hur numa coleta de caranguejos, para além das 22h, em Barra de São João.

   Noutras modalidades, como a de rede estendida mar adentro, com os robalos, por pura sorte, presos a ela. Valeu acordarem ainda antes do sol nascer. Como é lindo vê-lo brotar do mar em Tamoios!

   E cada primo, cada prima esnobando os filhos. Binho todo bobo com o primeiro carro zero/2 km do filho, em seu primeiro emprego. Eliana continuando a falar de suas idas e vindas a Buenos Aires, em função dos cargos e encargos da linda filhota.

   Cid Mauro dizendo que Ana Luísa nem pôde vir, agarrada ao primeiro emprego na clínica Afeto, cuidando de crianças especiais. Eu e Bruno, cientista mirim, aferrados nas instruções de um vídeo, para desobstruir a cafeteira (que Eliana, é claro, não deixou de chamar por outra vogal) Dolce Gusto.

    Outros assuntos foram as receitas e embutidos da Lu, o capricho de sempre, da mesa enorme e sortida. Eu aprendendo o nome das pastas de uma bandeja cheia delas, parece até que uma delas se chama sarmenta, feita de sardinha com pimenta. Ah, sim: lembrai-vos da queijadinha, muito bem policiada por mim e Binho.

   Bebidas a granel, de todos os tipos, eu fiquei nos refri, mate, suco de uva e água. Mas não denuncio quem não se conteve e amenizou com uma estreia nas cervejas. De repente, chega o chefe da casa, logo por mim abraçado.

   Até comentei que era muita gente, por pura surpresa, em sua casa. Mas ele disse que era essa exatamente a razão de sua alegria. Não podia, evidentemente, faltar o bolo da Renata, vermelhíssimo em sua singeleza, soborozíssimo. Peçam ao Ben-Hur o vídeo do parabéns-pra-você.

   Rolaram notícias de Ana Lúcia, nos States, por quem devemos orar, visto que atravessa um período difícil com os trigêmeos, entroncamento nervoso cerebral.

   E também orações pela bariátrica de Tathiana, agendada para esta próxima sexta, no hospital da Unimed na Barra. Não se poderia, jamais, deixar de falar de Itaboraí, dos casarões que Leila reclama que são postos abaixo, por causa da especulação imobiliária.

   E a novidade é a plantação do Jecieu, numa gebla contínua a sua manção, que produz, como diz a Bíblia, e Leila confirma, a 100/1. Prosperidade em tempos sombrios.

   Esbaldamo-nos com as histórias de uma estalagem em Wild West Itaboraí, invadida pela meninas, poupado desse vexame o primo rico da hora, Binho, que tinha um apart hotel reservado e compulsório na cobertura de Leila e Jucieu e, por tanto, zoado pela Lu.

   Faladeira, Leila lembrou de alguns feitos de minha primeira infância, mas que, de tão antigos, são impossíveis de confirmar. Cachorros à parte, apresentações também, eu conhecendo cunhado do Ino e esposa e um aluno de Dirley, com cabelos brancos feito os meus.

    O bem estar de sempre, provincianos como nunca, divertimo-nos com as tiradas e gargalhadas de Eliana, sentimos muito a falta de Elaine, rimos com a neta de Gislaine, a caçula do Duda, que ao ser interpelada a cumprimentar Regina, emitiu um solene: "Não conheço...", naquele tom de "nunca vi mais velha". Epa!

     Sem esquecer do futebol: Renato prometendo um Flu para melhor, Ben-Hur esnobando com sei lá quantos, perdemos a conta, títulos do Mengão em tão curto espaço de tempo. Aguardem para mais.

   Pois é, como o Acre é longe. Para encerrar, não deixamos de lembrar a herança dos que já se foram. Trazemos suas marcas. Lemos o Salmo 133, que destaca: Puxa, como é bom viver unidos! E acrescenta ser algo que infiltra, no espírito, como óleo, santo remédio.

   E termina dizendo ser essa comunhão um lugar de benção e de vida eterna. Bem lembrou Dirley sua avó Bernardina, uma mulher gigante, em todos os sentidos.
    
   Desde lições de como usar uma tarrafa, passando pelo abraço caloroso seu usual, até a fé que passou como herança, essa fé comum, duma vez por todas concedida a nós.

   Ah, sim. E o vinho? No nosso caso, envelhecemos e, como vinho, fica cada vez melhor estar juntos.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Futebol e a Fabrica Bangu - Final

Campo da antiga Fábrica Bangu
(veja ao final outros links)

   Cada time jogou com apenas seis jogadores, mas foi o suficiente para garantirem a diversão. Com o tempo, um maior número de pessoas se interessaria e, neste momento, poderia ser realizada uma partida com duas equipes com onze.

   Para Donohoe, isso pouco importava, o fato principal é que ele havia matado as saudades do futebol e conseguido realizar a primeira partida. Não houve preocupação com o uniforme, com as anotações dos goals marcados, com a cronometragem - o importante era matar a fome de bola.

    Por essa falta de dados palpáveis, é que se prefere creditar a Chales Miller a introdução do futebol no Brasil, em outubro de 1894, e a realização da primeira partida, em abril de 1895, bem depois do jogo do Sr. Donohoe.

   Thomas Donohoe nem suspeitava, mas havia sido o primeiro, o introdutor desta nova espécie de arte no Brasil. Bangu tem motivos de sobra para se orgulhar: foi o primeiro lugar no país onde se praticou o esporte mais popular do mundo atualmente, onde também morou por 31 anos, anonimamente, "O Pai do Futebol Brasileiro".

   Thomas Donohoe ajudou a fundar o Bangu Atlético Clube, em 17 de abril de 1904, sendo seu filho Patrick o primeiro grande ídolo e artilheiro. Seu "Danau", como era chamado pelos operários da fábrica, jogou pelo Bangu A. C., morou no bairro, primeiramente na Rua Barão de Capanema com a Rua da Fábrica e depois na Rua Fonseca n⁰ 07, até o seu falecimento no dia 02 de abril de 1925.

Sede Social do Bangu Atlético Clube

Links de outros artigos:

1. O pioneiro de Bangu


2. 132 anos da Fábrica Bangu


3. História do Bangu Atlético Clube

Futebol e a Fábrica Bangu - 4

Estação Central de embarque ferroviário
 para Bangu

 Conta a história que após presenciar o desembarque na Estação Terminal de Passageiros do porto do Rio, o Sr. Donohoe seguiu até a Estrada de Ferro com sua família e todas as bagagens numa carroça, e da estação da Praça da República tomou o trem até Bangu.

   Causou surpresa aos viajantes quando retirou da mala aquele pedaço de couro, com costuras expostas nos gomos e, com a ajuda de uma bomba de ar, encheu a "bexiga" dentro do vagão, começando a quicá-la.

   Na manhã de domingo, dia 9 de setembro de 1894, já era possível ver o Sr. Donohoe arrumando uma área livre (o que era fácil de encontrar nas proximidades da fábrica) e fincando quatro estacas, duas de cada lado da várzea, formando assim as traves.

   Quem passasse pelo local naquela manhã, poderia imaginar que o escocês estivesse tentando construir alguma coisa. À tarde, porém, devem ter pensando que todos os técnicos britânicos tinham enlouquecido.

   Thomas Donohoe chamou, de casa em casa, todos os seus companheiros dos velhos tempos. Um grupo composto de doze homens apareceu no campo improvisado em frente à fábrica, apresentando aquela que queria a primeira partida de futebol no Brasil, com a primeira bola a entrar em nosso continente.

    Participaram deste jogo pioneiro, em setembro de 1894, em Bangu, os senhores: F. Smith, Clarence Hibbs, E. Elkin, Thomas Hellowell, John Stark, M. Sutton, James Hartley, Thomas Donohoe, W. Jeakes, Henry Bennet, J. Harmond e Thomas Sterling.

Futebol e a Fábrica Bangu - 3

   Aos domingos, era comum ver grupos pedalando suas bicicletas, rumo a lugares novos na paisagem, ou treinando algum instrumento musical e, com isso, almejar uma vaga na Banda da Sociedade Musical Progresso de Bangu, fundada em 1892, a qual deu origem ao Casino Bangu.

   Futebol era algo desconhecido para os brasileiros. Foi neste momento que o Sr. Donohoe se deu conta do engano que cometerá. Achou desnecessário trazer uma bola de futebol para o Brasil, pois acreditava que o esporte já era popular por aqui.

   Na viagem de navio, Donohoe chegou a comentar com Clarence Hibbs que poderia jogar com os estudantes das escolas superiores de Bangu e que, logo ao chegar, iria se associar a um clube local. Puro engano. Para decepção de Donohoe, não havia futebol em Bangu, e muito menos escolas superiores ou clubes.

   Justo ele, que chegou a ser ídolo do futebol em sua terra natal. Já tinha se passado cinco anos, mas na memória de Thomas ainda estava muito viva aquela partida de 2 de março de 1889, diante de um grande público, no Cartsbridge Park, quando saiu de campo carregado nos ombros pelos torcedores, ao marcar um gol que dera a vitória ao seu Busby F. C., diante do rival Cartvale F. C. em um clássico local.

   Foi até a diretoria da fábrica. Cerificou-se com o tesoureiro Manoel Moreira da Fonseca que seu contrato era longo e, já que iria realmente ficar no bairro, precisava trazer Elizabeth. Foi assim que a Fábrica Bangu pagou a viagem da Sra. Donohoe, que embarcou no paquete S. S. Liguria, em Liverppol, no dia 16 de agosto de 1894, trazendo os filhos John, com três anos, e Patrick, de seis meses, e mais uma bola de couro na bagagem - pedido feito por Thomas em carta escrita à mulher. No dia 5 de setembro, uma quarta-feira, quando Elizabete desembarcou no porto do Rio, junto com outros 169 passageiros, Thomas estava lá para recepcioná-la.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Futebol e a Fábrica Bangu - 2

  

Thomas e sua segunda esposa, suas chuteiras e a casa onde residiu em Bangu

   Thomas Donohoe foi um escocês, nascido em 25 de janeiro de 1863, na Vila Industrial de Busby, a 8 km de Glasgow. Como todo morador da vila, Donohoe teve como destino trabalhar na fábrica Printworks, lidando diretamente com o setor de tingimento de tecidos.

   A Printworks, de Bisby, caminhava para a falência (de fato, encerraria suas funções em 1901). Foi o irmão de Thomas Donohoe que o indicou para a Brother & Co., de Oldham, que estava recrutando trabalhadores para uma nova fábrica têxtil instalada no Brasil, justamente a Companhia Progresso Industrial Brasil Fábrica Bangu.

    Deixaria de ser operário e viraria mestre de seção. Assim, após ser bem recomendado pelo seu "patrão-irmão", Thomas Donohoe saiu do vilarejo de Busby, na Escócia, e foi de trem até Oldham, na Inglaterra, firmar o seu novo contrato.

   Antes de embarcar, recebeu também uma espécie de "salvo-conduto", assinado por John Wodehouse, 1⁰ Conde de Kimberley, que garantiria toda proteção em terras brasileiras ao cidadão britânico. Era sexta-feira, 4 de maio de 1894, primavera no porto de Southampton, a porta de saída de muitos navios a vapor que cruzavam o Oceano Atlântico.

    O "paquete" SS. Clyde, um belo navio de 3369 toneladas, forte o suficiente para atravessar as tormentas que o esperavam durante a travessia do Atlântico, trazia Thomas Donhoe, o escocês de 31 anos. O desembarque no porto do Rio de Janeiro ocorreu numa segunda-feira, 21 de maio de 1894.

   Quando chegaram a Bangu, viram que a localidade tinha apenas uma rua e menos de mil habitantes. O escocês era um esportista nato. Depois de estar bem adaptado em sua nova residência e conhecer melhor os outros trabalhadores da fábrica, Donohoe descobriu que não se praticavam esportes por aqui.

Futebol e a Fábrica Bangu - 1

 NESTE LOCAL FOI REALIZADA A PRIMEIRA PARTIDA DE FUTEBOL DO BRASIL


BANGU, BERÇO DO FUTEBOL BRASILEIRO! HOMENAGEM AO PIONEIRO THOMAS DONOHOE. INAUGURADO EM JUNHO DE 2014

Idealização: Clécio Neves e Benevenuto Rovere Neto
Projeto e arte: Clécio Regis
Pesquisa histórica: Carlos Molinari, Murillo Guimarães e Benevenuto Rovere Neto
Pesquisa internacional: Júlia Rovere
   East Renfrewshire, Escócia: Amanda Robb         (Giffnock Library and Heritage Center)
    Glasgow, Escócia: John McVicar
    Londres, Inglaterra: Rod O'Donoghue
In memoriam: Antenor Ferreira (Nonô), Guilherme Pastor, Manoel Rodrigues de Moura (Vivi), Paschoal José Granado.
Fonte de pesquisa: Acervo do Museu de Bangu -
 Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos (fundado em 24 de maio de 1994)
Apoio institucional e cultural: Bangu Shopping

   O Futebol era o esporte que já existia há muito tempo no Reino Unido e cujas regras foram traçadas em 1863. Inúmeros clubes haviam sido criados lá. Nas escolas, era tradição a prática desse jogo entre os jovens.

  Em Bangu, um distante lugarejo, a uma hora e meia de trem do centro da cidade e que só em 1890 ganhou o direito de ter uma estação ferroviária, um grupo de acionistas portugueses resolveu investir naquelas terras.

   Compraram quatro áreas gigantescas: a Fazenda Bangu, a Fazenda do Retiro, o Sítio do Agostinho e o Sítio do Amaraes - para ali construir uma fábrica de tecidos e uma vila operária. Estava, assim, fundada, a 6 de frvereiro de 1889, a Companhia Progresso Industrial do Brasil.

   Os primeiros técnicos têxteis britânicos chegaram ao Brasil no ano de 1891, para a instalação das primeiras máquinas - dois anos depois do início da construção da fábrica e dois anos antes de sua inauguração. O segundo grupo chegou no início de 1893, vindos de Manchester Oldham, Yorkshire e Liverppol, onde existiam fábricas têxteis nos moldes da que era construída em Bangu.