Você trabalhava no DERP?
Sim, mas é que eu teria de vir, não é, a partir da Souza Cruz, de como o Senhor me tirou... Como Amós, tirado de após o gado. Mas qual foi esse ano? Pois é.... Cálculo, pelo falecimento de minha mãe, em 1981, entrei no Seminário em 1983, no externato, na Fluminense. Nesse período, dois anos trabalhei na igreja, como Redatora de seu Boletim, assim como visitava com o pastor Constantino Bequele.
Uma vez tendo saído da Souza Cruz, o pastor Bequele me chamou ao seu Gabinete e me perguntou, por três vezes: "Você tem chamado?" Buscaba ver em mim convicção, por isso insistia em sua indagação. Eu disse que sim, que antes, no emprego, eu tinha dinheiro, mas não tinha tempo. E agora, eu tinha tempo, mas não tinha dinheiro.
Eu fizera um curso de secretariado e outro de inglês, mas a troca de horário nesse antigo serviço impossibilitara a continuação dos estudos. Trabalhava pela manhã, mas trocaram para a tarde, incluindo o sábado, o que inviabilizou a continuidade do curso Yes, no Meier, de inglês.
Pastor Bequele, então, convidou-me a trabalhar como Secretária da igreja, redigindo o Boletim e me ajudando nas visitações, mas controle o seu horário e agenda para não se atrasar no Seminário. Então, a visitação era de 14 às 16h, para que então eu pudesse ir para casa, pegar o meu material e chegar a tempo ao Externato, no centro do Rio de Janeiro.
A igreja, assim, prontificava-se a pagar os 4 anos de curso, condicionado à não reprovação. Avaliei que era justo, em função de um compromisso consciente. A igreja pagou os dois anos iniciais porém, no 3° e 4° anos, com o Rev. Guilhermino Cunha sendo meu professor de Seitas e Heresias, convidou-me para trabalhar como titular na secretaria da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro.
Argumentei que, por várias razões, não me via capaz para essa tarefa. Avaliava ser acima de meu nível social, o que comentei com o pastor Bequele, mencionando o convite e dizendo que não aceitaria. Interessante que o pastor Guilhermino, que havia me dado 24h para decidir, argumentara: "Você toma decisões sem ouvir Deus? Ore e retorne amanhã". Então, eu fui à igreja, e meu pastor reforçou: "Mas é uma honra, minha irmã. Você não pediu, mas foi ele que te convidou. Deus que te escolheu. Eu acho que você deve aceitar".
Meu pastor orou comigo e eu, no dia seguinte, munida da melhor roupa que eu tinha, rumei para a Catedral.
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