Cheguei com o aparato caseiro improvisado de beleza feminina, o mais que poderia, é lá chegando, o pastor orou por mim e já me presenteou com duas bolsas da São João Batista Modas, uma de calçados e outra com roupas, da parte de uma das irmãs peritas no assunto e de manequim igual ao meu. Assim comecei na Catedral e, agora que dispunha de salário falei com o pastor Bequele, bem, pastor, agora que eu tenho salário, vou pagar o Seminário, e a igreja não vai precisar arcar com essa despesa. Ele me respondeu que não, que o trato era a igreja cobrir: faça com o seu dinheiro o que Deus lhes instruir fazer, seja oferta, seja dízimo.
"Nós prometemos que seriam 4 anos, está na ata da igreja, e assim vai ser", concluiu Bequele. E eu, pelos dois últimos anos, decidi retornar o valor da mensalidade acrescido do meu dízimo. Nesse período, recebi muitas ofertas de livro, material didático, passagens de ônibus, enfim, certeira de trabalho assinada, um ou dois salários mínimos e comecei na Catedral.
E seguia eu por lá, muito bem, querida por todos, recebia presentes e reconhecimento, muitos mimos para mim e minha outra colega, chegam, um dia, pastor Jair, Isabel Carvalho e Maria Leopoldina, e ainda acompanhados de Carmem, de Rio Doce, no Recife, time de (muita) responsa, desafiando-me numa visão nova, muito espiritual e inteligente: ser obreira da COMEC - Confederação de Mocidades Evangélicas Congregacionais.
Titubeei, disse que iria orar, eles oraram comigo ali mesmo, na secretaria da Catedral. Eu teria de pedir demissão, logicamente, para desempenhar esse ministério. Orando, senti paz e procurei o pastor Guilhermino, comunicando que deveria retornar à minha denominação. Eu, que brincava com ele, de 2a a 6a, sou presbiteriana, sábado e domingo, sou congregacional, ele resistia. Até aquele momento, ele também brincava, dizendo me querer membro da Catedral.
Não posso te demitir. Você me ajuda muito, são muitas viagens minhas, muitas ausências, muita responsabilidade. Era 1988, ele era o representante dos evangélicos na Constituinte, em Brasília, mas eu confirmei a decisão, dizendo que o Senhor assim me convocava e eu teria de ir. Então ele me deu um ultimato, por favor, arranje-me alguém igual a você. Rimos juntos, não dá, minha mãe só teve uma, mas foi taxativo: "Eu preciso de alguém igual", falou e encaminhou-se para o seu Gabinete.
Ali mesmo, na secretaria, eu orei por uma pessoa que me substiuísse o que, para mim, seria um sinal de Deus. À tarde, chegou meu primo. Ele era da aeronáutica e trabalhava no aeroporto Santos Dumont. Estava sendo dispensado e muito pesaroso. Ore por mim, porque estou carente de um emprego. O que você fazia lá, perguntei. Eu era secretário do CAN - Correio Aéreo Nacional.
Amilson, atualmente pastor, naquela época foi a solução para ocupar o vazio que ficava com a minha saída, providência de Deus e descanso para o pastor Guilhermino. Propus, mas ele considerava-se menor para o cargo. "Não tem nada a ver". Porém contra-argumemtei: "Primo, é secretaria. O que for necessário suprir, eu ensino. É falar com o pastor, caso ele concorde, porque você já trabalha nessa mesma área".
Cedeu. Está bem, prima. Então fale.
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