sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Casamento no mundo atual - 1

      Introdução

      De novo o tema “casamento”: porém, desta vez, abordaremos sua identidade comparada, frente a frente, com outras modalidades de união que se apresentam na sociedade atual. Embora já tenhamos mencionado esse entrechoque da atualidade, em outras lições, o objetivo agora é (I) reafirmar, mais uma vez, o específico bíblico da relação homem e mulher; (II) sugerir o modo cristão de encarar as outras modalidades de união; (III) demonstrar que o que a Bíblia diz, do modo como diz, não deve ser modificado ao sabor do “freguês” do texto. Entre todas as lições escritas, esta será a que, de perto e detalhadamente, abordará casamento heterossexual, monogâmico e indissolúvel frente às outras categorias assumidas socialmente. Registra-se, atualmente, toda uma efervescência em relação a essa discussão, na maioria das vezes, devido a posturas mal esclarecidas, rompantes deselegantes na mídia ou argumentação construída de modo equivocado ou relaxado. Reconheço como autêntica, e não radical, retrógrada ou fundamentalista a posição cristã favorável ao modelo bíblico e contrária às outras modalidades. São posturas diferentes, defendidas por grupos distintos e, por isso mesmo, devem ser respeitadas.

1. Cosmovisões distintas

        Cosmovisão é um termo que tem a palavra grega kosmos, mundo, em sua composição. Significa “visão de mundo”. Uma definição mais exata e abrangente seria “maneira subjetiva de ver e entender o mundo, especialmente as relações humanas, os papéis dos indivíduos e o seu próprio na sociedade”. Pode haver definições mais específicas ou exatas, mas o que desejamos expressar é que há duas distintas visões de mundo em jogo na questão das definições sobre variedades de união conjugal na sociedade: (I) uma representada pelos que acreditam na existência de Deus, incluído o fato de que na Bíblia está expressa a modalidade exclusiva de união conjugal: heterossexual, monogâmica e indissolúvel; (II) outra representada pelos que, acreditando ou não na existência de Deus, postulam como naturais outros tipos de relações, sejam entre pessoas do mesmo sexo ou outras variações possíveis, aceitas e aprovadas (ou não) pela jurisprudência vigente. Quando afirmo serem duas cosmovisões diferentes, é porque não será possível reuni-las numa só ou que esses dois grupos, pelo menos, assim representados, cheguem a um denominador comum, que não seja a convivência pacífica dessas duas ideias sobre união conjugal. Mesmo que não aceitem, entre si, um a ideia do outro, socialmente deverão conviver, estabelecer relações e respeitar-se reciprocamente. Isso sem que se acusem, mutuamente, de “fundamentalistas bíblicos” ou “homofóbicos”, por exemplo, ou “pecadores devassos”, de parte a parte. Por mais estranha que pareça a cada um dos dois grupos sugeridos a visão de mundo do outro, os dois possuem suas razões, práticas e fundamentos que devem ser respeitados. Além disso, os dois também possuem o direito de fazer a propaganda de seu modelo assim aceito. Costuma-se, por exemplo, criticar a exigência de ensinar nas escolas o modelo criacionista, indicado como alienante e representante das ideias religiosas fundamentalistas e, particularmente, homofóbicas. Porém, na economia de aceitação das duas posturas de diferentes cosmovisões, como ficou expresso acima, tanto o evolucionismo quanto o criacionismo devem ter espaço igual no contexto do ensino público e privado nas escolas. Evidentemente, no seu viés científico, não ideológico ou proselitista. (continua)

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