De novo o tema “casamento”: porém, desta vez, abordaremos sua
identidade comparada, frente a frente, com outras modalidades de união
que se apresentam na sociedade atual. Embora já tenhamos mencionado
esse entrechoque da atualidade, em outras lições, o objetivo agora é (I)
reafirmar, mais uma vez, o específico bíblico da relação homem e mulher;
(II) sugerir o modo cristão de encarar as outras modalidades de união; (III)
demonstrar que o que a Bíblia diz, do modo como diz, não deve ser
modificado ao sabor do “freguês” do texto.
Entre todas as lições escritas, esta será a que, de perto e
detalhadamente, abordará casamento heterossexual, monogâmico e
indissolúvel frente às outras categorias assumidas socialmente. Registra-se, atualmente, toda uma efervescência em relação a essa discussão, na
maioria das vezes, devido a posturas mal esclarecidas, rompantes
deselegantes na mídia ou argumentação construída de modo equivocado
ou relaxado. Reconheço como autêntica, e não radical, retrógrada ou
fundamentalista a posição cristã favorável ao modelo bíblico e contrária às
outras modalidades. São posturas diferentes, defendidas por grupos
distintos e, por isso mesmo, devem ser respeitadas.
Cosmovisão é um termo que tem a palavra grega kosmos, mundo,
em sua composição. Significa “visão de mundo”. Uma definição mais exata
e abrangente seria “maneira subjetiva de ver e entender o mundo,
especialmente as relações humanas, os papéis dos indivíduos e o seu
próprio na sociedade”. Pode haver definições mais específicas ou exatas,
mas o que desejamos expressar é que há duas distintas visões de mundo
em jogo na questão das definições sobre variedades de união conjugal na
sociedade: (I) uma representada pelos que acreditam na existência de
Deus, incluído o fato de que na Bíblia está expressa a modalidade
exclusiva de união conjugal: heterossexual, monogâmica e indissolúvel; (II)
outra representada pelos que, acreditando ou não na existência de Deus,
postulam como naturais outros tipos de relações, sejam entre pessoas do
mesmo sexo ou outras variações possíveis, aceitas e aprovadas (ou não)
pela jurisprudência vigente.
Quando afirmo serem duas cosmovisões diferentes, é porque não
será possível reuni-las numa só ou que esses dois grupos, pelo menos,
assim representados, cheguem a um denominador comum, que não seja a
convivência pacífica dessas duas ideias sobre união conjugal. Mesmo que
não aceitem, entre si, um a ideia do outro, socialmente deverão conviver,
estabelecer relações e respeitar-se reciprocamente. Isso sem que se
acusem, mutuamente, de “fundamentalistas bíblicos” ou “homofóbicos”,
por exemplo, ou “pecadores devassos”, de parte a parte.
Por mais estranha que pareça a cada um dos dois grupos sugeridos
a visão de mundo do outro, os dois possuem suas razões, práticas e
fundamentos que devem ser respeitados. Além disso, os dois também
possuem o direito de fazer a propaganda de seu modelo assim aceito.
Costuma-se, por exemplo, criticar a exigência de ensinar nas escolas o
modelo criacionista, indicado como alienante e representante das ideias
religiosas fundamentalistas e, particularmente, homofóbicas. Porém, na
economia de aceitação das duas posturas de diferentes cosmovisões,
como ficou expresso acima, tanto o evolucionismo quanto o criacionismo
devem ter espaço igual no contexto do ensino público e privado nas
escolas. Evidentemente, no seu viés científico, não ideológico ou
proselitista. (continua)
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