domingo, 24 de maio de 2015

Conta-me a velha história


 Por que crianças?


                    Por que, há 160 anos atrás, Sarah Kalley iniciou, com crianças, a Escola Dominical no Brasil? Esta pergunta pode suscitar outras duas, que são: (1) É possível, ainda hoje, de novo, iniciar com crianças? (2) É possível, ainda hoje, Escola Dominical?

               129 anos depois do casal Kalley, Nelson e Josilene Rosa inciaram, no Acre, com crianças, uma Escola Dominical. Faziam uma classe de crianças em sua casa no bairro do Bosque, na capital, em Rio Branco. Posteriormente, quando se mudaram para o Conjunto Tancredo Neves, uma invasão na saída para Porto Acre, continuaram com crianças. Iniciaram, também, com crianças, uma Congregação no bairro Estação Experimental, onde hoje está a 2ª Igreja Congregacional, organizada em 1998.

             Quando cheguei ao Acre, 11 anos depois deles, em 1995, com a continuidade de meu ministério oficiei, pelo menos, 5 casamentos, no total 10 daquelas crianças de 11 anos antes que, até hoje, estão firmes na igreja, criando seus filhos no caminho do Senhor. Atualmente o casal Rosa está atuando numa Congregação no bairro Ilson Ribeiro, predominantemente constituída por crianças.

                  Atualmente dirijo uma Congregação no bairro Manoel Julião, a qual adquiriu uma chácara para desenvolver o Projeto Chácara Jesus, o Bom Pastor (acompanhe pelo Facebook) que visa crianças do entorno, um bairro situado no município de Senador Guiomard, a 30 km de Rio Branco. Que necessidades, em 1855, Sarah identificou, que pudesse despertá-la para iniciar seu ministério com uma Escola Dominical para crianças?

                Todos consideram que escola é uma necessidade. E que, se escola necessita de reforma, de modificações que possam adequá-la aos tempos (pós)modernos, talvez seja uma boa ideia iniciar mudanças a partir de dois princípios básicos: (1) mudar escola (2) a partir de crianças. A ideia é sugerir que, se crianças estão no começo de seu desenvolvimento como pessoas, valerá a pena pensar numa escola nova e diferente, a partir da percepção e necessidades dos pequeninos.

           Quais são essas necessidades? Qual seria essa percepção? Jesus disse que não devemos embaraçar o caminho dos pequeninos, mas conduzi-los a ele: "Deixai vir a mim os pequeninos". Quando falou isso aos discípulos, o que teria Jesus para dizer às crianças? Que estratégias ele planejava utilizar para satisfazer as necessidades das crianças ou motivá-las em sua percepção? O que temos nós a falar, em nome de Jesus, às crianças, atentos a sua capacidade de percepção?

             Do que tem sido alvo as crianças em nossos dias? Quanto tempo mais cedo na vida delas os desvios que, antigamente, somente entre os adultos eram, lamentavelmente, verificados, alcançam-nas hoje? Prostituição infantil, uso de drogas lícitas ou ilícitas, abuso sexual, exposição na mídia, evasão escolar, trabalho infantil, mendicância, criminalidade, enfim. O que a igreja evangélica está se propondo a realizar especificamente nesse campo? O que mais precisa acontecer para nos sensibilizar?

             Quem sabe as Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, que a si mesmas se declaram originárias da classe de Escola Dominical de Sarah Kalley - e as demais igrejas evangélicas, também devedoras do ministério do casal Kalley - pudessem refletir sobre a escolha feita há 160 anos atrás por essa mulher: iniciar, com e para crianças, Escolas Dominicais. Mas, para que mesmo? Para ensinar o quê? Que tal ensinar a Bíblia? Que tal utilizar a inteligência da sugestão de Jesus e pensar em recursos que satisfaçam a percepção dos pequeninos, conduzindo-os ao Mestre, sem embaraçar o caminho deles?

             Sarah Kalley, uma mulher que fez um boa escolha, uma atual escolha: resgatar pequeninos, ensinar a Bíblia, formar uma nova Escola Dominical. O velho Livro, "Conta-me a velha história do grande Salvador, de Cristo e Sua vida, de Cristo e seu amor", com inteligência de recursos novos, a fim de satisfazer uma velha necessidade.

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