sábado, 21 de dezembro de 2019

Há um perfume no ar

                                  
   Um texto, como uma família, é uma teia. Porque expressa uma linguagem. Por detrás de uma história. Como nas letras, que se entrelaçam e formam sentido, assim as famílias. 
     Hoje celebramos uma história. Entrelaçada em meio a tantas outras. Hoje celebramos uma história de amor. Impossível negar a história. Impossível negar que amor tenha um autor. 
     Ou autores. Dirley e Gislaine. Famílias Araujo e Rangel, entre outras. Porque antes, outros se encontraram, para gerar essa história, para gerar esses e Aqueles meninos.
    Não há como negar essa história. Não há como negar essas origens. Não há como negar esse amor. E também não há como negar a fé de alguns. 
    Eu sou uma das testemunhas. Há várias outras. De como uma nítida linha do tempo, desenhada da origem até nossos dias, traçou uma história de amor, de trabalho, de estudos e, para alguns, eu diria até para tantos, uma história também de fé. 
     Às margens do curso de um rio. Nunca às margens da vida. Nunca o medo. Já dizia um autor, chamado João, numa sua carta, entre outros modos de dizer, que "o perfeito amor lança fora o medo".
     Não houve medo no DNA dessa família. Outra coisa que não se nega. Os meninos são testemunhas. Na história que contam, não existe medo. Existe coragem e determinação. 
    Aqueles meninos se lembram muito bem dos olhares de sua origem. Os rostos que lhes encararam os sorrisos ainda na mais tenra idade. O que viram naqueles semblantes? Do que ainda se recordam? Seriedade, pelo menos. E o que mais Aqueles meninos recordam?
     Não se pode negar a fé daqueles antepassados. Nutriam fé em si mesmos. Quem a tem, não se acovarda. Tiveram fé na vida, como disse Gonzaguinha, e noutras tantas músicas e noutras poesias se diz, sim, porque há música, poesia e até hinos nessa história.
    Alguns deles, uns tantos deles, fosse na família Araujo ou na Rangel, tiveram fé no Deus. Não se lhes pode negar a fé que tiveram. Digam-se-lhes os nomes, aos tantos que viram, que contem também essa história. Está na árvore genealógica de Aqueles meninos.
      Autênticos em sua fé no Deus. Há quem não seja autêntico em sua fé. Há os que não têm esse tipo de fé. E há os que são autênticos em sua fé: Rufina ou Benedita. Thebano ou Antonio. Pela terra, pelas praças, pelas ruas, na linha do trem, como Tula, ou na corrente do rio, como José Carlos.
     Ainda há música, sim, ainda há poesia. E ainda se ouvem hinos. Dentro e fora do curso do rio. Nunca fora do curso da vida. No contexto da praça. Vivendo em meio a uma e outra vizinhança. Dentro de igrejas. Comendo do que na terra plantaram, do que do rio e até do mar pescaram.
     Vivem, desde esses tempos, uma história de amor, uma história de fé, uma história de vida. Quantos testemunham, sentindo em si mesmos esses efeitos. Há um perfume no ar. Gratidão. Há no ar um gostoso perfume de amor que bem afeta a todos nós.

Um comentário: