segunda-feira, 22 de dezembro de 2014


 Texto definitivo

         Sem pretensões, o título não significa o que, a princípio, parece. É mais um texto, somente, como outros, mas 'definitivo' significa algo como buscar raízes, neste caso, pois elas definem o que chegamos a ser. Principalmente como são raízes em Cristo, como diz Paulo aos Colossenses, que nEle devemos estar enraizados, edificados e consolidados.

         Nesses 50 anos de meu primo Lyndon, desejo assim me expressar. Jogo rápido, para não cansar o público. Sou o mais velho dos netos, com duas mulheres que chegaram primeiro, Bela e Ruth. Por isso, ainda como filho único, carecia de primos com quem brincasse. Com o Rúbio, irmão de Ruth, aquele que cortava o bigode dos gatos, aprontei algumas, poucas e boas, pensem, quando o avô Tula, comedido, chegou a intervir.

         E aí chegaram Lincoln, Lyndon e Luciane, filhos e filha do mais tio dentre os tios, o Dante, e de "tia" Eunice, que nunca me deixou chamá-la sem este epíteto. Eu dizia Leila, Miriam, Gislaine... mas, quando chegava a dizer Nice, ela olhava séria, amarrava a cara e replicava "O que que você disse?". Aí, eu murchava, abaixava a crista e vinha o "tia" Eunice.

       Dante foi o brincalhão da hora, em meio àquele mesão da casa em Nilópolis, almoços memoráveis de domingo, que reuniam toda a família, sempre no intervalo entre Escola Dominical e culto da noite em Nilópolis. Dante dizia, pura intriga, "O Cid Mauro... lará, lará, lará, rá.." insinuando o que nunca fiz: xixi na cama. Imitava a cantoria do palhaço Carequinha.

          Desde esses tenros anos, antes mesmo do casamento com Eunice, onde estive presente com meu terno, o primeiro, bermudas, paletó e gravatinha borboleta, anos 50-60, trinques. Já desde essa época foi meu conselheiro. Sempre com seu jeito especial com crianças. Falou de namoro pela primeira vez comigo, me ensinou as primeiras lições de direção naquele fusca verde e, nas idas ao Sítio do Ari, dava dicas preciosas de como dirigir na estrada, muita ajuda, agora que completei mais de 150.000 km nas viagens entre os dois Rios: o Branco e o de Janeiro.

        Pois, com 57 anos, desde os 7 amigos dos amigos, epa, amigo de Lincoln, Lyndon e Luciane, cada vez mais e agora que vamos contando anos e recebemos esposas deles, esposo dela e chegaram os filhos e filhas, que podem encontrar e assumir essa herança, a mais preciosa que pudemos repassar para eles, raízes do evangelho, em meio a um mundo cada vez mais complicado, mas cada vez mais na direção do óbvio, ou seja, desgovernado.

         Fica difícil e, ao mesmo tempo, simples entender a vida lá fora. Complicada, por causa do caudal de tendências, costumes e filosofias distorcidas e confusas. Simples, porque conhecemos o remédio, antídoto e cura para tantos males. Com as lentes da Palavra de Deus, fica fácil distinguir, separar o novo do velho. Jesus, vinho novo em odre velho.

             Nessas raízes é que nos firmamos. O Dante dos anos 50 casou com Eunice, a durona do pedaço, que ajudou a colocar o playboy da hora nos eixos. Visitei-o, e não pude entrar, lá no hospital onde esteve, como paciente do corredor da morte. Mas a morte foi outra, a do velho homem, e a herança é esta nova, que recebemos e dela partilhamos.

             50, 100, 150, 200, 250 e serão tantos quantos na mesma raiz. "Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça". Valeu, Dante Santos. Valeu, Eunice Lima Santos. Agradecendo a vocês, tenho certeza que agradeço também a tantos outros, árvores de mesma raiz.

           Parabéns, Lyndon, Marcia, Ludmilla, Mariana e Beatriz. Abração aos demais familiares dessa linda tribo. Cid Mauro e família.

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