Vida. Há uma notável diferença. Mesmo que você não acredite num Autor. Tenha muita coragem para afirmar que, o que o homem faz, tendo aprendido, aluno aplicado, a partir do que encontrou aí, é pura imitação.
Hoje, um dia comum. Com toda essa mídia é marketing de virada. Mas é um dia comum. Deus está de plantão, como sempre. Ainda que se ache que é uma invenção, que, para sermos bons, não precisamos dEle.
Mas não somos bons. Ora, poderíamos ser. Sem ser deuses, já que estamos predispostos a não crer nEle (ou neles), poderíamos ser bons, por nossa própria conta.
Não precisa nenhuma pseudo ideologia de ocasião para nos confrontar. Nenhuma linha acadêmica de pesquisa, em ciências humanas, para nos humanizar.
Nenhuma religião. Nenhuma filosofia. Sem gurus. Ninguém. Nada. Repartiríamos o que temos. Não haveria geografia nem fronteiras. E nem guetos.
Haveria danças nas ruas. Sem torpor. Sem delírios. Sem viagens desnecessárias para fora da realidade. Porque a face de cada um seria o esperado sorriso. Haveria muita música.
A felicidade seria moeda barata. A fraternidade uma rotina diária. A paz a principal moeda de troca. Ninguém deveria coisa alguma, um ao outro, exceto o amor com que todos nos amássemos. Repare bem no acento.
Como uma flor barata, rústica, que nasce de uma semente que morreu, como todas que morrem, para dar vida. Essa vida espontânea, que cismam por dizer ter vindo do nada.
Mas que homem nenhum cria ou sabe imitar. O único ser racional que somos. Sabemos pensar. Notáveis invenções. Para elas há autor. Mas para a suprema invenção, que é a vida, para a qual dizemos não haver autor.
Sabemos pensar. Não sabemos ser bons. Não inventamos a flor. Mas inventamos muitas histórias. Notáveis intenções. Vã vaidade.