quarta-feira, 22 de julho de 2015
Como quem sonha
No Salmo 126, Cântico de Romagem que, por si só, já evoca uma jornada em direção ao Templo, transparece uma situação de extrema felicidade e contentamento, possivelmente pelo fato de Deus ter restaurado a seu povo sua condição de residência em Sião, o monte sobre o qual situava-se Jerusalém, assim distinguida pelo nome, após o fim do cativeiro na Mesopotâmia, de 587 a 536 a.C.
Aqui no Acre tivemos uma experiência de quem fica como quem sonha. O salmista, muito provavelmente, sem ter como expressar o estado de extrema alegria do povo, estabeleceu essa comparação, indicando sonho como parâmetro de uma situação de bem estar, sensação de conforto e ainda, típico do sonho, um estado indefinido de empolgação, satisfação e saciedade.
A passagem do grupo da Igreja Evangélica Fluminense, equipe liderada pelo pastor Gustavo Leite, que se hospedaram na Chácara, no Quinari, durante 4 dias e meio, trouxe-nos essa sensação. Creio que o salmista, sem conseguir expressar direito toda a alegria e surpresa pelo benefício recebido de Deus, constatou que o resultado prático e o efeito da bênção recebida assemelhava-se à sensação de um sonho, de tão cheia de contentamento e satisfação tornou-se a realidade experimentada.
Foi assim, desde o dia 14 a 22 de julho, com a passagem desses mais de 20 irmãos por nossa cidade e município de Senador Guiomard. Construíram 60 metros de um muro, realizaram a instalação elétrica da casa do zelador, alcançaram três escolas e mais cerca de 300 crianças na Chácara com a Escola Bíblica de Férias - EBF. Foi pouco tempo, muito trabalho e agenda cheia, ainda que sobrassem oportunidades e janelas de mais trabalho ainda. A seara continua muito grande.
O salmista ressalta no texto que, numa situação assim definida, a boca se enche de riso, o coração de júbilo, há restauração e torrentes e torrentes se renovam e continuam a regar o solo desértico do Neguebe. O grupo trouxe consigo torrentes que brotam de dentro e qualquer deles, passando por qualquer vale árido, fez dele um manancial: derramaram chuvas de bênçãos.
Jesus diz que do interior dos que nele creem fluem rios de água da vida. De cada coração de cada irmão do grupo fluíam dessas águas. Cheios do Espírito, que é resultado de oração, vigilância e comunhão com Deus e, consequentemente, entre si. Deus contemplou-nos com quarta, quinta, sexta e sábado de uma nuvem que encobriu o sol. O pouco que transpareceu foi necessário, pois precisavam desse batismo, para reconhecer o clima do Acre neste assim chamado 'verão'.
Quando a turma do muro percebeu que havia risco de não completar seus 60 metros, já dados como voto, diante do Senhor, clamaram e este mesmo enviou trabalhadores a Sua seara: 1, 2, 3 ou 4, quanto necessitaram. E mais precipuamente, a dupla que ficou até o último tijolo. Um dos pedreiros, irmão em Cristo, ficou como herança e ainda está lá, dando acabamento e retocando a obra total.
Semearam, andando e chorando, e colheram seus frutos. A turma da palhaçada, palhaços de Jesus, rodaram pelas escolas, manhã e tarde, e ainda testemunharam no galpão da chácara. A turma da cozinha nunca deixou faltar, a tempo e a hora, o alimento de cada turno. A dupla de eletricistas, mestre e seu aprendiz, deixaram pronta a instalação. A turma do apoio, idas e vindas de carro, aqui, ali e acolá, adquirindo material, mantimentos e que tais. E a turma do clamor, de tarde, de manhã, já às 5h30, e à noite não abandonavam a oração e o clamor. Claro que a liderança, aqui, era Sandra Roger.
Enfim, nada falhou. Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Assim ficou notável. Com efeito, confere, grande coisas tem feito o Senhor por nós e, por isso, estamos alegres. Muito alegres. A alegria do Senhor é a nossa força. Era a caravana da alegria no Senhor. Vimos, caros pastores da Fluminense, a glória do Senhor refletida em cada rosto. Sem exageros. Sem bajulação. Irmãos em Cristo que aceitaram o desafio proposto, deslocando-se por mais de 4000 km, em voos com escalas e conexões fragmentadas, de fuso confuso, abrindo mão de problemas pessoais em sua cidade, alguns mais complicados do que outros, e deixando familiares sob cuidados.
Passou por nós uma torrente. Fizeram de vale árido um manancial. O que ficou, foram águas mansas de uma nascente que jamais vai secar, gerando seus frutos, desde já, para a eternidade. Uma Legião de Super Heróis, cada qual com o poder de Jesus em sua vida. Árvores plantadas junto à torrente de águas do Espírito, vão dando seus frutos e sua folhagem não murcha.
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