quinta-feira, 4 de junho de 2015



  O preço.

        Considerações sobre preço. A primeira, talvez a única, neste contexto, é a equivalência. A correspondência entre o preço, em si, e o valor, digamos assim, agregado. Preço justo será, exatamente, aquele que fizer justiça ao valor equivalente, correspondente a ele, fechamos aqui este passo, nesta humilde argumentação.

            Para logo ser esquecido, o preço pago, teremos, então, diante de si, o valor adquirido. No caso, mais uma vez, aqui, em questão, desejo apontar para a correspondência que se faz, costumeiramente, entre o assim denominado preço pago por Cristo. Aplicando a esta designação o aspecto acima abordado, esse preço pago aponta para uma realidade maior.

              Pode-se dizer que o cristianismo trabalha com toda a sua argumentação e secular esforço em enfatizar esse preço. Para logo apontar para a realidade da troca feita, ou seja, se há um preço a pagar e este foi pago, o que foi adquirido em troca? Muito provavelmente, como justa retribuição, o que vem em troca, como compensação, tem o mesmo valor ou, enfocado de outra forma, esqueça-se o preço pago e concentre-se no valor adquirido.

              Porém, se à memória, insistentemente vem o preço pago, deve ser, então, porque custou caro. Neste caso, a todo o momento quem adquiriu o bem recorda-se do preço pago, como a se questionar se valeu mesmo a pena. Puxa, foi caro. Mas, refletindo, agora, valeu a pena. Assim pode ocorrer que o preço pago, vez por outra, venha à memória de quem adquiriu o bem, que a equivalência se mantenha lúcida e constantemente relembrada, em função absoluta do valor do bem adquirido, na bruta e permanente correspondência com o preço pago.

               No caso em questão, qual seja, no contexto do cristianismo, na correspondência que se faz entre o preço pago por Cristo e o bem adquirido, que bem é esse? Muito provavelmente, alguém poderá dizer, são vários, dentro do que definem as Escrituras, por isso o preço terá sido elevado, em função mesmo da quantidade de bens ou bonanças, por assim dizer, adquiridos. Resumidamente, comprou-se muito, em quantidade e qualidade, então o preço pago foi alto.

                Aqui vale ressaltar, da mesma forma, a natureza do preço e os valores em questão. Vamos logo definir que, neste caso em questão, o preço foi vida por vida, vida em lugar de vida ou, se alguém preferir, vida em lugar de vidas, embora a mesma Bíblia indique que a graça é distribuída individualmente, ou seja, que a ofensa veio em bloco, procedeu de todos, da humanidade inteira, de todas as vidas compradas pelo preço, mas que a vida única de Cristo foi dada por preço em lugar de cada um, individualmente, consequentemente a graça, como dom maior de Deus, da mesma forma, é distribuída individualmente.

               Desse modo, não se pode referir a um preço altíssimo por conta da quantidade adquirida, seria dizer um preço altíssimo de uma vida, a de Cristo, em função de, no atacado, todas a vidas, a humanidade inteira em todas as épocas possíveis, já vividas e por viver, em questão. Não. É vida por vida, um, Cristo, pelo outro, cada outro, individualmente. Portanto, até aqui argumentado, neste caso, de um lado, o tamanho do preço, de outro, o valor agregado, o bem adquirido, há perfeita correspondência. Ou, se desejar enxergar por outro viés, por outra ótica, somente este preço pago poderia adquirir o bem em questão, especificando, somente vida por vida, a vida de Cristo colocada como preço poderia adquirir a vida do outro em questão.

                  E vamos agora, se é que é possível definir numa só palavra o bem adquirido. neste caso, poderiam ser elencados termos diversos que expressassem, em si, o tamanho do valor ou, objetivamente, a coisa em si. Por exemplo, já indicado vida por vida, o valor em si, da vida dada como preço e da vida (re)adquirida, posto aqui, então, o valor da vida e a coisa em si, a própria vida. Porém desejo ressaltar algo que me fascina e que seria, penso eu, opcional, no caso, um valor inesperado, digamos assim, sobre-agregado, se é que esta palavra existe.

                 Cada vida readquirida por este preço, em si, com todo o seu valor poderia, digamos, de novo, assim, ser colocada, estocada, em depósito. Vamos imaginar que esse depósito fosse o céu, lugar de estoque, em que as vidas ou a vida de cada um seria posta, evidentemente, liberta de todas as mazelas que a vida, em si, traz consigo. Sim, se a compra é vida por vida, a de Cristo em lugar de cada uma, é de se esperar, muito evidentemente que, em termos, a qualidade de vida ou qualidades dessas vidas resgatadas sofrerá uma brutal reviravolta.

               Para resumir numa só palavra, equivalência por equivalência de preço, a vida de Cristo, assim dada, isso posto, vale conferir ao valor adquirido, no caso a vida de cada um, livramento do mal maior, no caso, da morte: vida de Cristo com seu valor agregado, qualidade por qualidade, a dEle, de Cristo, é eterna, sempre foi e, uma vez, posta vida por vida, a dEle pela de cada um de nós, espera-se que, pelo menos, a de cada um se torne eterna, pelo menos, para nós, a partir do ponto de feita a compra, digamos assim, a troca embutida no ato vida-por-vida, mais especificamente, na cruz (de Cristo, é claro).

                  Então, valor agregado, vida por vida, eternidade de um, no caso Cristo, repassada a todos, no caso os que creem nesse 'negócio', financeiramente falando, preço pago, desculpem esses termos, pelo menos de um (Cristo) a outros (nós) seja repassada a eternidade. E todos, dessa forma, colocados no depósito celestial, assim esperamos, uma grande e infinita área de lazer, permanente, por toda a eternidade e eternidade, gozo infinito e, sem tédio, é claro, mesmo em função das perfeições adquiridas, em função do novo hardware, agora sem os defeitos da, digamos assim, primeira vida, da vida anterior, sem traumas e sem tédio, o que fazer, em meio a todo esse lazer, pela eternidade toda, pelo menos daqui para a frente, está em questão. Continua.

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