sábado, 30 de julho de 2016

Minidevocionais 2 - Espírito Santo.


          Espírito Santo.

          Costumo dizer que Jesus Cristo é o exegeta do Espírito Santo. Essa palavra complicada aí significa "expor", "levar para fora", ou seja, Jesus começou a explicar, a interpretar, revelar, descobrir aos nossos olhos a pessoa do Espírito Santo.
         Nas próximas devocionais vamos escrever sobre como, passo a passo, a Bíblia nos revela o ministério da terceira Pessoa da trindade. Para começar, lemos em João 16:7-11 a tríplice tarefa básica do Espírito Santo para conduzir homem e mulher a Jesus.
         Ninguém, verdadeiramente, crê em Jesus sem que, pelo Espírito Santo, tenha noção dessas três coisas: (1) do pecado, (2) da justiça e (3) do juízo. O texto é autoexplicativo. O Espírito indica que (1) pecado é não crer em Jesus, assim como, na ausência do Mestre, o Espírito demonstra que (2) justiça é crer em Jesus e que (3) juízo e condenação ocorrem por escolha própria de quem, enganado pelo Maligno, rejeitar crer em Jesus.
         Aguardem, na próxima devocional, qual é o papel do Espírito Santo na conversão a Jesus, por meio da fé.

      Espírito Santo na conversão.

      O apóstolo Paulo, na sua carta aos Coríntios, presenteia-nos com algumas aulas sobre Espírito Santo. Uma delas está em 1 Co 2:9-16 e outra, sobre a maneira correta de entender os dons, nos cap. 12-14. Neste trecho diz que até para se clamar, de modo sincero, "Senhor Jesus", é necessária a mediação do Espírito, ver 1 Co 12:3.
     Ainda mais ser convertido ao Senhor Jesus. Para tanto, na conversão, o Espírito Santo: (1) testifica no coração a autenticidade da palavra, oferecendo salvação, Jo 16:13; (2) batiza em Cristo e passa a habitar naquele que crê, 1 Co 12:13; (3) sela definitivamente até ao dia do nosso resgate, propriedade de Deus que agora somos, Ef 1:-13-14.
      Fomos batizados em Cristo quando cremos. Isso significa que o Espírito Santo, a partir desse momento, habita em nós. E que a trajetória de Cristo é a nossa: uma vez unidos a Cristo, Ef 2:5-6, somos, perante Deus, santos, inculpáveis e irrepreensíveis, Cl 1:21-23, santificados pela presença e atuação do Espírito Santo em nós, 2 Co 3:17-18.

            Espírito Santo e os dons.

        Em Atos 2:38, no primeiro sermão pregado após a ressurreição de Jesus, Pedro afirma que, no ato da conversão, o Espírito Santo nos é dado como dom. Primeira lição a aprender: ter o Espírito Santo como dom permanente é superior a ter qualquer dom do Espírito. Mesmo assim, aprenderemos, primeiro, a demonstrar o fruto, para somente então receber qualquer dom.
        Mas para quê, então, os dons? Em 1 Co 12:4-7 Paulo ensina: (1) para diversidade de serviços na igreja; (2) para efeito de comunhão, porque é Deus que opera tudo em todos; (3) sempre para uma finalidade proveitosa comum.
         Dom não é, como ocorreu na igreja de Corinto, no séc. I (e ocorre hoje em muitas outras) para a vaidade pessoal. Lá, por exemplo, usaram errado o dom menos expressivo, sempre último em relevância nas listas de Paulo, e inverteram para o primeiro lugar.
       Aprendamos, então: (1) dom não pertence a quem o recebe, porque pertence ao Espírito e é concedido para serviço; (2) quem apresenta o fruto do Espírito, esse, verdadeiramente, recebeu o dom: se não apresenta o fruto, imita, frauda ou falseia o dom; (3) a finalidade do dom nunca é a autopromoção: quem não serve pelo dom, não serve para ter o dom.

         O fruto do Espírito.

         Há três aspectos relacionados ao fruto do Espírito: (1) originalmente, é do Espírito, não existe em nenhuma outra fonte; (2) concedido ao que crê, confere-lhe identidade; (3) revela-se como resultado de ação conjunta entre nós e o Espírito.
         No texto mesmo de Gl 5:16-26 está escrito como nossa carne milita contra o Espírito (essa é a identidade dela) e como Ele também milita contra a manifestação dela em nós: o meu pecado tem a minha assinatura, o teu tem a tua e o de cada qual tem a sua, ou seja, do autor.
        Este é o único texto das Escrituras que indica contra o quê o Espírito se coloca. Se não pusermos freio à selvageria da nossa carne, não se engane, o fruto não vem por download. Amor se aprende amando quem você elegeu para inimigo.
        Domínio próprio é você lutando contra você para bloquear no nascedouro os sentimentos que escolheu cultivar para, por eles, torturar quem você escolheu para inimigo. E pode acreditar: esse círculo vicioso contamina você, a relação com Deus e com o próximo. Quando isso ocorre, vitória da carne. 
         Num bom começo, amor, num final feliz, domínio próprio: entre esses dois estremos, cultivam-se os outros 7 gomos desse fruto. Vamos ao exercício de parceria com o Espírito para bloqueio das obras da carne e construção do fruto do Espírito. Vivemos no Espírito, ou seja, somos mesmo crentes? Então andemos no Espírito, ou seja, mostremos o fruto.
       
         O Espírito Santo na trindade.

         A trindade se empenha pela salvação. Assim como no Gênesis o "façamos o homem conforme a nossa imagem" pressupõe o envolvimento dela na criação do homem, em sua salvação ela também se empenha.
         Deus ama incondicionalmente. "Deus prova o seu amor para conosco", Rm 5:8, no fato da morte de Cristo. Deus onipotente, ou seja, detém consigo todo o poder, porém não nos poderia salvar sem que Jesus  morresse pelo nosso pecado e ressuscitasse por nossa justificação, Rm 4:25.
         Nenhum homem teria essa capacidade. Então Deus se fez homem em Jesus. Mas a salvação ainda não se completa nesse estágio. Falta ao homem crer na propiciação de Jesus a nosso favor. Entra o ministério do Espírito.
        É o Espírito Santo (1) que torna possível ao homem entender o que Deus se empenhou, em Cristo, realizar, 1 Co 5:19, para salvá-lo: 1Co 2:13-14; Ele (2) dá suporte ao pecador para que creia, Jo 14:26, visto que não ter o homem, por si só, condições de sustentar sua própria fé: 2 Co 3:3; e (3) é o Espírito que aperfeiçoa em nós a obra que, batizando-nos em Cristo, Rm 6:3-4, ele mesmo iniciou: Rm 8:11.
       Seja consciente, maduro e adulto na fé em sua relação com o Espírito Santo. Nada que não seja compreensível ou racional tem origem nEle. Não acredite ou deseje para si, como sintoma de espiritualidade, manifestações não racionais, porque delas o Espírito não se vale para por elas nos aperfeiçoar, confira com 1 Co 14.
          
      O Espírito Santo e as Escrituras

        O texto de 1 Co 14, indicado na devocional anterior, ajuda a entender que: (1) a ação do Espírito é sempre racional; (2) ler a Palavra de Deus e nela refletir é um modo claro de resolver problemas na igreja. Pois bem, as Escrituras, a Bíblia como se nos apresenta, são a cartilha do Espírito Santo, escrita para a nossa contínua instrução, 2 Tm 3:16-17.
       Jesus, o exegeta da Palavra, como mencionei antes, indica duas coisas principais sobre o Espírito Santo (1) guia a toda a verdade, Jo 16:13, e usa a Bíblia para isso; (2) glorifica Jesus, Jo 16:14, o personagem por excelência da Bíblia.           
        O Espírito Santo não se autoglorifica. Há gente errando duplamente, quando se autoglorifica ou, equivocadamente, exalta o Espírito acima de Jesus. Erro de princípio. Tudo isso a Bíblia esclarece.
        Se você não conhece a Bíblia, se não se exercita, como está no Salmo 1, "meditando dia e noite", ou como Deus falou a Josué, (1) meditando, (2) praticando e (3) proclamando, Js 1:8, não haverá mágica em sua vida: será impossível exercitar-se em santidade, será impossível a você ouvir a voz do Espírito.
       Dissemos ser o fruto do Espírito marca da identidade do crente. Somente numa guerra contra a carne, é possível ver florescer o fruto do Espírito. Pois vida com a Bíblia, em casa, assim como uma igreja que valoriza seu estudo, torna possivel: (1) exercício de comunhão com Deus; (2) com os irmãos; (3) vida sincera de oração, ferramentas constantes do crente piedoso, nessa luta individual de trincheira.
       Falha na disponibilidade desses recursos, implica perda na luta por uma vida de santidade e plenitude do Espírito.

           Cid Mauro Oliveira.


     

   

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