quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Palavra não encontrada nos dicionários
Meu nome é Cid Mauro Araujo de Oliveira, nascido no Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1957, e formado em Língua Portuguesa pela UERJ, em 1988. Mudei com minha família para Rio Branco, Acre, em janeiro de 1995. Logo nos primeiros meses na nova cidade, foi possível verificar a diferença entre os falares do norte e aqueles do sul do Brasil, onde eu residia. Ainda em 1995, passeando com um amigo em um dos ramais da região rural de Rio Branco, ocorreu um fato pitoresco. Esse meu amigo notou um estranho deliciando-se com um pé-de-moleque. Pediu-me que parasse o carro, desceu e pediu um naco ao estranho. Morri de tanto rir, com a cara de pau de meu amigo. Mas, atenção, não se tratava do tradicional pé-de-moleque (também chamado pé-de-boi, no Rio de Janeiro) feito de rapadura derretida e amendoim. Mas o típico da região, feito com macaxeira puba (fermentada), mel de cana (melado) e assado numa folha de bananeira, ao carvão. Para adoçar, gramichó. Ou seria “gramixó”?. Não encontrei esta palavra no Aurélio e nem no Houaiss. E quando a mencionava em sala de aula ou em outros ambientes de conversa, parte das pessoas conhecia e parte delas não sabia do que se tratava. Até que algumas esclareciam: açúcar de rapadura ou açúcar mascavo. Está aí a nova palavra e proponho discussão sobre a grafia correta. Bem como sua origem, que, certamente, vem do nordeste, pois a colonização das terras acreanas deu-se a partir de cearenses que lá chegaram por volta de 1870. Está aí a minha proposta. Gratos.
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