sábado, 2 de dezembro de 2023

OBSERVAÇÕES AO LIVRO: SUPERSTIÇÕES E PRESSÁGIOS DA HUMANIDADE

No trecho "Qual o legado"

Atribuir a Paleontólogos e Arqueólogos certeza, com seus "fósseis de milhões de anos", é dogmatismo científico, ou seja, atribuir à ciência total conhecimento de todos os fenômenos possíveis ou conhecidos. Nem ela mesma admite para si essa infalibilidade. Portanto, afirmar que cientistas têm todo o respaldo de certeza, é o mesmo que o dogmatismo religioso, que pretende ter a verdade absoluta.

 Sobre "Natureza":

Ainda que, na capa do livro, escrita com "N" (com certeza não proposta como uma deusa), é óbvio afirmar que dela todos fazemos parte, dela provimos e para ela retornaremos. Mas tal afirmação, por si, não nega e nem comprova a inexistência de Deus. Afirmar que somente ela existe, que somente a ciência (que ainda não o fez ou comprovou) conhece sua (da natureza) origem ou negar que essa origem esteja em Deus, do mesmo modo, é fé, ou seja, fé na natureza, fé na ciência ou fé na não existência de Deus. Afirmar que Deus existe é uma afirmação de fé. Afirmar que Deus não existe é uma afirmação de fé: seja fé na existência ou fé na não existência.

Sobre "Religiões e Divindades":

   Afirmar que a fragmentação do cristianismo depõe contra ele, porque o próprio cristianismo afirma que somente há um Deus, não depõe contra o cristianismo, mas sim contra o ser humano. Não se pode impor unanimidade. A própria história da igreja católica, por si, ensina que um só cristianismo é impossível. Ela tentou implantar, depois tentou impor. Qualquer imposição de unanimidade, seja política, religiosa, cultural, artística, científica, enfim, é totalitária. Pelo contrário, conhecimento sobre Deus, ou seja, teologia, ainda que Deus seja um mito, pressupõe liberdade. Ainda que, para isso e por causa disso, haja fraude na postura de muitos "líderes cristãos". Identificar e distinguir esse despreparo ou fraude ou má fé, enfim, é tarefa para uma sociedade crítica bem formada, infelizmente inexistente neste país.

Morte e passado sangrento nas religiões: fato verdadeiro. Mas a culpa não é das religiões em si. Até a Bíblia afirma que a primeira morte nela registrada foi um assassinato por causa de religião. Caim matou Abel porque o Deus não aceitou o sacrifício dele e sim o do irmão que ele assassinou. Aliás, leia com atenção o versículo de Gênesis 4,4: "Deus atenta para Abel", ou seja, havia autenticidade em Abel, mas não havia em Caim. A religião em si não foi a causa do assassinato. Aliás, de novo, Caim foi religioso: ofereceu uma oferta a Deus, mas não era autêntico. A causa de usar religião para matar está em Caim. O Deus disse isso a ele: "há em você um desejo contra você que você deve dominar". Gênesis 4,7. Usar religião para fazer guerras ou como motivo de vingança e assassinato não tem a própria religião como causa. A causa está no ser humano. Aliás, este é um princípio bíblico, expresso pelo próprio Jesus: ²⁰ "E (Jesus) dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. ²¹ Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios...". Marcos 7:20,21.

     Usar a religião para "um passado cruel e sangrento de muitas guerras e milhões de mortes desnecessárias" (p. 2) isso procede "do interior do coração dos homens", de onde sai tudo o que é mau. Qualquer pretexto, para o ser humano, é motivo de guerra. A cura disso não está na religião. A Bíblia sabe e afirma isso todo o tempo.

E como é o Deus bíblico:

  "...provas concretos de que o mundo surgiu de uma explosão 'Big Bang'" não é uma afirmação científica. Big Bang é uma teoria. Teorias são montadas, enunciadas e sustentadas por hipóteses. Tem tempo de duração e prazo de validade. Aliás, o Big Bang pressupõe a existência de partículas, de onde procede, no choque delas, a matéria. Mas a ciência não tem para as partículas uma teoria. Porque não há como definir, para elas, uma origem. Elas são o axioma da teoria do Big Bang. Então, essa teoria ajusta-se à afirmação bíblica de Gênesis 1,3: "Disse Deus: Haja luz; e houve luz". Independentemente da existência de um Deus, essa afirmativa bíblica é científica. Porque, segundo a teoria do Big Bang, a partícula, a luz está na origem do universo. Veja as experiências do LHC no link abaixo:


Quanto à afirmação de que Deus é mau, então vamos supor que o Deus da Bíblia é uma invenção humana imperfeita e, por isso, como está afirmado no texto bíblico e, na p. 2, nesta unidade do livro "Superstições..." haja uma argumentação irretocável: Deus não existe. Continuamos a ter um problema. A maldade não está em Deus (porque ele nem mesmo existe). Mas a maldade existe e, como já afirmamos aqui, Jesus a denuncia como procedente de dentro do ser humano. Chegamos a um termo: 1. O Deus bíblico (ou qualquer outro) não existe; 2. A maldade, irrefutavelmente, existe; 3. Deus não é a origem da maldade.

   E quanto a destruir o mundo, ainda que Sodoma e Gomorra seja lenda, há duas concretas possibilidades irrefutáveis: 1. O mundo todo, como Sodoma e Gomorra, tem concreta possibilidade de ser totalmente aniquilado pelo fogo nuclear; 2. O mundo todo tem concreta possibilidade de ser inundado por água, cientificamente asseverado, se levada em conta a teoria do aquecimento global (vide reportagem no link abaixo):


Portanto, afirmar que houve um dilúvio não é anticientífico, independente de se acreditar ou não na história de Noé. Fases de inundações, congelamento, descongelamento do planeta são comprovações científicas.

Sobre a Bíblia afirmar sobre Deus que ele se ira, que castiga, que impõe juízo, que se vinga, lembrar da definição de gênero literário. A Bíblia precisa ser entendida de maneira acadêmica e não reducionista. Trata-se de uma literatura extensa, multifacetada, escrita por vários autores, que se utilizam de gênero diverso. Pretende, sim, que nela esteja contida a revelação sobre Deus. Mas não escapa de ser uma obra literária humana. Por isso, numa linguagem de expressão antropomórfica, ou seja, modo humano de se referir a Deus, emoções, aspectos e reações humanas são a Deus atribuídas. Aliás, o ponto central da Bíblia é dizer que Deus se fez homem em Jesus. E este homem é perfeito. Portanto, justificar guerras de extermínio (aliás, agora em pleno século XXi vemos um líder judaico afirmando a necessidade de extermínio do Hamas) é uma função humana. Vingar, irar-se, castigar são funções humanas. Mas também a Bíblia revela um Deus de bondade que rejeita e reprova o mal. Senão, não seria bom, mas seria cúmplice. Daí a afirmação de que Deus rejeita quem não rejeita a maldade. Mas é o único que perdoa, acolhe e cura o ser humano da maldade. Basta que esse ser humano assim deseje. Como não foi com Caim.

  Continua a leitura do excelente Superstições e Presságios da Humanidade" e suas argumentações. Até o próximo texto.

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