quinta-feira, 13 de junho de 2019

Artigos soltos 46

Sempre começo.

       Pode ser lido /ê/ ou com /é/. Se for o primeiro /e/, algo que se repete, para todos, indiscriminadamente. Se for o segundo, é opção individual.
      Quero dizer aqui que, com Deus, é sempre começo. Com Ele, ninguém pode dizer que amadureceu, a ponto de não ter mais o que começar.
      Pode até dizer, do que aprendeu, que deixou de ser mimado, pirracento, enfim, menino. Menino no entendimento, como diz Paulo Apóstolo.
     Mas não é disso que estou falando. Estou falando que, com Deus, ninguém pode deixar de dizer que está, apenas, no começo.
     Vamos pelo básico. Aliás, básico, vital e único: o amor. Traço distintivo da personalidade do Altíssimo, ao ponto de João Apóstolo dizer "Deus é amor".
     Paulo indica o Espírito Santo como fundamental nessa história de aprendizado com Deus. Porque o Espírito, como terceira via, em nada representa, para Ele, terceiro lugar.
      O Espírito bisbilhota a intimidade do Altíssimo que, para o Espírito, não tem como resguardar-se. E Paulo também indica que Cristo habita em nós na presença do Espírito Santo.
      Por exemplo, quando ele diz aos Filipenses, que "tende em vós o mesmo sentimento que há em Cristo". Que diversidade! Amplo.
      Só pela presença e ação do Espírito. E aos Efésios, quando diz "conhecer o amor, que excede todo o entendimento", aqui Paulo se contradiz.
       E quando diz "para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus", aqui Paulo delira. Só pode ser delírio.
      Porque se não for, isso é sempre começo. Isso começa, mas nunca termina. Ascende, sim, mas nunca é suficiente. Certo está Jesus.
     Que disse que devemos ser como crianças. Sempre é novidade, sempre é divertido, sempre é curioso. Sempre é começo. Por isso que Jesus disse que nos temos de tornar crianças.
     Quando eu puder dizer que, com Deus, sempre começo, lendo com /é/, vou estar no nível que se requer. No ponto de partida. Terei aprendido ser como criança.
       Samuel sempre começou com Deus. Aliás, os pais com ele começaram: "devolvo ao Senhor o menino", disse Ana. Uma mulher que faz uma oração dessas, aliás, uma mulher de oração como essa só pode gerar e educar um filho como Samuel.
       Eva era outra mulher que orava. A cada filho que nascia. Se houve não convertidos, certamente não foi por sua causa. E quando nasce Enos, de quem a Bíblia diz que a partir dele "começou-se a invocar o nome do Senhor" (com exceção de Eva, que sempre invocou), certamente foi ela que ensinou oração ao neto.
       Lameque, pai de Noé também agradeceu a Deus o nascimento do filho, mas cheio de compromisso com a educação do menino. Não nasceu pronto mas, com certeza, haveria de ser preparado por seus pais para o contexto tão adverso de vida já antevisto pelo pai.
      Começos. Com Deus sempre se recomeça. Jeremias quando foi enviado por Deus à casa do oleiro, foi para entender como Deus sempre recomeça. Tudo se faz novo com Deus.
      Esse é o poder renovador do evangelho. Paulo Apóstolo, a Tito, menciona o "lavar regenerador e renovador do Espírito Santo". Imagino a vida pregressa da mulher samaritana, à beira do poço de Jacó.
     Totalmente outra após o encontro com Jesus. As "coisas velhas passaram, tudo de fez novo" em sua vida. O evangelho é novo começo. Jesus advertiu Nicodemos: é "novo nascimento".
      E prevalece a renovação do Espírito, que faz tudo segundo o propósito de Deus. Aos Coríntios, Paulo diz que olhos nunca viram o que, pelo Espírito, o Pai revela aos seus escolhidos. E aos Efésios ensina que é  alicerçados no amor de Deus e fortalecidos com o Espírito, no homem interior, que Cristo habita em nós.
       As coisas velhas já passaram. Eis que tudo se fez novo. Com Deus, é sempre começo.

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