quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Patorais 3

   
       Preâmbulos

        Se a proposta é debruçar-se sobre tema ou temas seletivos, escolhidos para debate inteligente, produtivo e profícuo, alguns pré-requisitos são indispensáveis. Destaco três, de novo, por simpatia ao algarismo e economia de energia. Bandeira amarela, segundo a Eletrobrás.

       A idade conta muito. Alcançar coração sábio, como diz o Livro, aprender a contar os dias é essencial. E não adianta lutar contra o fato de que somos resultado acabado, até aqui, pelo menos, desses dias. Sujeitos de 60, como eu, garotos de 35, enfim, têm visão diferenciada. O consenso final requer sabedoria.

       Então, se vamos nos debruçar sobre uma dada temática, "olho na missa, outro no padre": não podemos deixar de pensar no método a utilizar, um que ponha freio e limitações à mistura do que somos com a abordagem a ser feita. Isso é um pouquinho do que significa método científico.

      Segundo, é compreender que, no nosso caso, um fator externo sempre se configura, que é a ação do Espírito e a prevalência das Escrituras. Quase que retornamos à estaca zero, como dizia meu pai, porque cada um tem uma ideia diferente, tanto das Escrituras, quanto da ação de Deus, por meio do Espírito.

      Este é um dado relevante na concepção bíblica de igreja. Agimos, falamos e vivemos, como se Deus falasse, vivesse e agissse em nós, no linguajar paulino, e tudo isso em função do outro. Podemos encarar  isso como uma definição de Reino, da ação de Deus na história e do que é ser igreja.

     Então, um certo esvaziamento será necessário. Como Deus, que soube do que abrir mão, para ser o homem Jesus. Acabou dando certo: ele se fez Cristo, encarnação humana do evangelho, do Reino e do que é ser igreja. Isso é o que estamos buscando, com todo o coeficiente de objetividade e subjetividade contido nesse dado.

     Por último, como diz a Bíblia, andar de acordo com o que já alcançamos. Este terceiro ponto acaba remetendo, de novo, ao primeiro, porque nos manda rever nossa tradição. Temos raízes e âncora históricas e tentativas que se desdobram e nos encontram no contexto de nossos ministérios atuais. De certa foma, então, buscamos continuidade, porém desejando renovar modelos desgastados com e pelo tempo.

      Porém, devemos ser cuidadosos em reconhecer o que, de antigo ou tradicional, refugar. Há elementos genuínos e autênticos na tradição do que se foi que precisam ser renovados em nossa experiência. Jesus foi exemplo de busca do novo e reedição do antigo, porque era modelo definitivo, que nunca deveria ter sido esquecido ou alterado.

       Alguns desses modelos tradicionais fazem parte da definição de missão, do que é Reino e do que significa ser igreja. Algumas (ou muitas) boas ideias dos antigos, talvez nem postas em prática, são exatamente elas que devemos retomar. Na efetiva metodologia do Reino, essa mistura, do antigo com o que se renova, sempre ocorre.

        Façamos escolha certa, levando em conta que, o que somos, no contexto da história que escrevemos e dentro do tempo que nos resta, com essa qualidade de gente Deus quer agir, em nós e por meio de nós. Faz parte da definição.

   

 

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