sábado, 17 de fevereiro de 2024

Apocalipse nosso de cada dia - Parte 25

   O solene anúncio de que o reino terreno agora pertence ao Filho de Deus, além de ser seguido da promulgação de louvores, glórias e reconhecimento, da parte dos anciãos, revela outra cena deslumbrante, que acompanha todo o enredo.

   O santuário de Deus se descobre nos céus. O autor de Hebreus refere-se ao santuário terreno, do Templo de Salomão, que reproduz a planta baixa da Tenda do Tabernáculo, no deserto, como figura do celestial.

   Pois é ele que agora se revela. A Arca da Aliança, proibida de ser vista, a não ser no Dia da Expiação, anúncio profético da cruz, agora está exposta. E, como prenúncio do que vai ocorrer, acontecem todos os sons e resplendores assombrosos: relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e saraiva.

   E a ação continua, por um grande sinal, como previne a narrativa, que será de um atentado contra o Filho, pelo fato visto e anunciado de que assumiria liderança, definitivamente, entre os reinos do mundo, e isso para sempre.

   O primeiro sinal revela uma grávida no céu. O segundo sinal revela um dragão monstruoso, que, diante da grávida, espreita o momento do parto, para lhe devorar o filho nascido.

   Tanto a muher, quanto o dragão monstruoso estão caracterizados, ela com traços de dignidade, o dragão com traços nítidos de sua vileza. Ela se veste do sol, tem a lua sob seus pés e uma coroa de 12 estrelas sobre a cabeça.

   Já o dragão tem cor escandalosa vermelha, possui 7 cabeças, dez chifres e 7 diademas, um para cada uma. Ainda a sua calda arrastava 1/3 de todas as estrelas, as quais atira à Terra. Detém-se defronte à muher, à espera do parto, para lhe devorar a cria.

   Mas ela foge para o deserto, lugar onde Deus lhe deparou um refúgio, em que será abrigada e sustentada por 1260 dias, exatamente um período de 3,5 anos.

    Quando deparamos, no Apocalipse, uma cena como essa, devemos partir do que é mais claro, com simbologia previamente reconhecida, para tentar então desvendar o mais enigmático.

   A mulher se veste dos astros, como sol e lua, criados por Deus, um para governar o dia e outro para governar a noite. Vestir-se do sol, pousar os pés sobre a lua e ter, na cabeça, uma coroa compostas por astros celestes, é marca de dignidade.

   Já a figura do dragão, antecipadamente, por si, vilã, assombra pela cor, pela intenção assassina e é composta por elementos humanos de poder, como chifres, cabeças que, certamente, correspondem a líderes humanos que representam o mal e os diademas indicam marca distintiva de vil soberania exercida.

    O filho nascido é arrebatado para, debaixo da proteção de Deus, sentar-se no trono dos céus, enquanto a mulher permanece escondida no deserto, também sob a proteção do próprio Deus.

   Ainda que num enredo fantástico, com uma criatura assombrosa, como esse dragão da maldade, na espreita de um atentado desumano contra uma grávida notável, o escopo geral remete à gravidez de Maria, ao nascimento de Jesus e do atentado permanente do mal contra esse propósito divino.

   A luta do bem contra o mal, dos propósitos terrenos contra os celestiais, dos poderes humanos pervertidos contra a vontade de Deus está bem caracterizada na forma desse cenário.

    Será que a mulher protegida no deserto, por uma prazo que é metade do número 7, da perfeição, tipifica a igreja, em seu período de vigência, digna representante de Deus e de Jesus na terra?

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