sábado, 3 de fevereiro de 2024

Apocalipse nosso de cada dia - Parte 24

   O intervalo anotado para o toque da sétima trombeta, por si, já a coloca em destaque. Mencionada como "última trombeta", pelo apóstolo Paulo, seu toque é diferenciado.

   Natural esse suspense, mesmo porque o Apocalipse é todo ele pontilhado por essas deixas que, aqui e ali, surpreendem o leitor. Portanto, o fato subsequente terá uma importância destacada.

   Pois ao tocar-se a sétima trombeta, um anúncio solene ouve-se ecoando por todo o céu, por meio de grandes vozes, assinalando um marco essencial: ¹⁵ "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos." Apocalipse 11.

   Em função desse anúncio e, nesse exato momento, os 24 anciãos se prostram, reverenciando em adoração ao Senhor exatamente por esse pronunciamento, e dizem:

¹⁷ "Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar. ¹⁸ Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas,aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra." Apocalipse 11.

   Esses louvores, por meio de palavras de exaltação, que a todo momento aparecem no texto do Apocalipse, são essenciais para a sua compreensão.

   Expressam conteúdos que encadeiam os fatos narrados. Costumam ser lidos superficialmente, en passant, quer dizer, de passagem, mas não se deve assim proceder.

   Aliás, vale a pena retornar aos capítulos 4 e 5, que representam a introdução ao cenário que norteia toda a ação do livro, analisando cada expressão desses louvores e dessas manifestações dos seres e pessoas postadas ao redor do trono celestial.

   Portanto, detalhemos seu conteúdo:

1. Graças de damos, Senhor Deus Todo-Poderoso: modo de se referir a Deus, assinalada a gratidão pelo fato marcante em destaque;

2. Que és, que eras: no Apocalipse, até por um atropelo proposital na gramática grega, Deus e o próprio Jesus são designados por Aquele-que-era-que-é-que-há-de-ser, como sem início, meio ou fim, mas eterno e que se mostra, revela-Se;

3. Assumiste o teu grande poder e passaste a reinar: Deus nunca abriu mão de seu poder e nunca deixou de reinar. Mas a grande expectativa no Apocalipse, expressando a mesma expectativa reinante na igreja, é que Deus manifeste, de modo concreto e visível, no mundo, seu poder e o seu reino. Pois é exatamente esse o anúncio feito.

4. Na verdade as nações se enfureceram, mas chegou o tempo: "chegar o tempo" é bem a temática do Apocalipse. E já mencionamos a fala de Jesus, no pontapé inicial de Seu ministério, dizendo "o tempo está cumprido". E quanto à fúria das nações, como menciona Isaías, o Servo Sofredor vai surpreender os reis e todos os poderes terrenos. Desde os profetas maiores, em seu tempo, profecias advertem todas as nações. O mundo moderno ridiculariza tudo o que se refere a Jesus. Por isso, vão se surpreender.

5. E passa-se a discriminar, item a item, o que esse tempo tão ansiado pelo Apocalipse e pela igreja reserva como ação (e revelação) de Deus: 5.1. chegou, porém, a tua (de Deus) ira; 5.2. e o tempo determinado para serem julgados os mortos; 5.3. para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes; 5.4. e para destruíres os que destroem a terra."

    Todas essas ações são específicas e levadas a efeito pela ação divina na terra. Serão devidamente demarcadas, prevenidas com antecipação e, certamente, levadas a efeito.

   O tempo contemporâneo ri de que essas indicações se concretizem. Pois está justamente nesse grau de advertência e no sequenciamento desses fatos que reside o marco da importância do Apocalipse.

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