sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mal traçadas linhas 40


  O poeta da trindade.

  Não nego, nem posso, a capacidade criativa do Altíssimo, vide, até agora, os compêndios de ciência e o aprendizado com que o homem, imitador da natureza, dá provas de competente aprendiz.

  Mas uma coisa tem de ser observada, que é a capacidade poética do Espírito. A começar por Sua função, citada por Paulo, de ser Ele o "perscrutador da divindade", ou seja, bisbilhoteiro da intimidade divina.

  Com uma função detalhista como essa, acaba por inspirar o Altíssimo em Sua criatividade. E é mesmo a partir do Gênesis, constatado a partir da expressão "e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas", que podemos conferir Sua participação nos pormenores da Criação.

  Deve ter, com certeza, acompanhado, a cada passo, o fazer de Deus. Que variedade, nas coisas criadas, destaca o salmista. A ciência, oh, a ciência, inegável a importância e relevância do seu método. Mas ela mesma sabe que ainda engatinha.

  Em cada árvore erguida que, sistematicamente, o homem insiste em derrubar, viventes da natureza, filtro do oxigênio no planeta (que ideia genial!), em cada árvore erguida, um poema. E seu ciclo? Ora, só nasce se a semente morre. Explique isso.

  E as folhas? Cada qual com uma variedade de desenho, mas preservando, entre si, a identidade. Esgalhadas em direção ao céu, enormes, menores ou medianas, troncos retorcidos, sem nem falar dos frutos e dos pássaros que nelas vêm se aninhar.

 Magníficas. E o cérebro? O que a ciência sabe do cérebro? E a descrição do sistema imunológico, rapidez e eficiência? E o sistema nervoso? O linfático? Para ficar só por esse arranhão. Sem entrar pelo reino animal e pela infinitude do universo. Que variedade, repete o salmista.

  O Espírito Santo, que espreita, está certo esse corretor ortográfico do smartphone, é poético em sua pormenorizada e detalhista tarefa. Como diz o autor de Hebreus, presença plena em todas as horas no Filho, mormente na hora do sacrifício atestou a verdade do ato: Jesus, pelo Espírito eterno se ofereceu, a Deus, sem mácula.

  Poesia. A vida no Espírito é pura poesia. É bela. O fruto do Espírito é pura beleza. Pecado, antes de qualquer dano progressivo, é, de início, feio. Não se entende como o homem/mulher sejam capazes de se sentir a(traídos) por ele. Tremendo mal gosto.

  A ação do Espírito em nós é beleza pura. Não leve isso para o lado do folhetim, poesia barata e não original: as Escrituras chegam a definir a ação dEle em nós como batalha carne (bem nós mesmos) versus Espírito. Mas, acima de tudo, abertos os ouvidos, quem tem ouvido para ouvir, é pura poesia.

  Ora, desde o princípio, quando é dito que o Espírito perambulava por sobre a face das águas, espreitava, esperando como andarilho, boêmio, procurando lugar, quem sabe, roda de samba ou pagode, que seria idetificado, mais formalmente, como igreja, onde habitar. Cessaria sua solidão, começaria, para o homem, intensa alegria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário