domingo, 1 de janeiro de 2017

Crônicas do Cântico da Vinha - Isaías 5:1-7 - (2)


   "O meu amado teve um vinha num outeiro fertilíssimo."

  Parece que o canto começa em tom de lamento. O meu amado teve. Ter uma vinha, em si, é coisa notável: pela qualidade do que se cultiva e pelo produto final que ora se obtém.

  Os dotes do cultivo, em si, ora, não poucos são os menestréis que já decantaram um esse cântico. As próprias Escrituras travam paralelo, notável, por outras razões, com o Evangelho, quando o Cristo enuncia eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor.

  Equivalem-se, portanto, as metáforas, sejam dos dois textos, entre si, seja a equivalência entre Deus e o Filho no seu afã para com a comunidade dos séculos pelo Filho instaurada, a Sua igreja, atentos, pois, não instituições, em si, assim chamadas, mas a comunidade de homens e mulheres ao longo dos dias.

   Houve um rei que, induzido pela rainha, cogitou, porém sabiamente se conteve em tomar para si a vinha de um seu súdito. A mulher vendo-o deprimido, assuntou razões e levou a cabo a injúria, subornando falsas testemunhas e procurando acusar injustamente o viticultor.

  Notáveis as vinhas, na direta medida do bom trato dado. Era fertilíssimo o outeiro onde o amado plantou sua vinha. Não poderia ter sido melhor escolha. E nada há que desabone o viticultor do cântico.

  Só se pode esperar que viceje a vinha em plenitude. Não há nenhum descaminho que proporcione desvão ou vício, que aponte para uma calamidade, quando se refere ao dono do outeiro, sua intenção e competência por cultivar a vinha.

  Somente uma nota que inquire e desperta curiosidade por saber o enredo que o canto retrata: por que teve? O que foi feito da vinha? Fertilíssimo o outeiro. Competentíssimo o lavrador. Promissora a empreitada.

  Só resta, então, saber por que teve.

 

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