sábado, 10 de julho de 2021

Revelações douradas

 

           Decorridos 50 anos, algumas revelações necessitam, urgentemente, serem feitas, em função, precipuamente, desse tempo decorrido. E que, de outra maneira, ficariam ocultas e se perderiam na bruma dos tempos. É claro, por mim, fonte a mais fidedigna, muito embora modesta, desses fatos. E não menos honrado, na condição de agregado dessa família.

         Vão-se os tempos dos Anos Dourados, no qual o casal Jeconias e Oscarina, nas madrugadas da vida, punham-se de joelhos orando por esse menino, nessa fase de influências da beatlemania e da Jovem Guarda. Montado, perigosamente, nas lambretas voadoras, chegando ao absurdo, 60 km/h, trafegava pela rede Caruso de cinemas, do Meier a Copacabana.

        Eu, desde sempre, fá do Presbítero Patriarca, de vez em quando ouvia traços de sua ligeira preocupação, mobilizando as meninas, nós, a família lá de casa, de círculo, vamos dizer assim, mais íntimo de irmãos e amigos. Desnecessário mencionar quem e quantas frequentavam a garupa daquelas loucas lambretas.

        E isso aqui menciono sem nenhuma intenção de intrigas, mas é para reforçar o alcance do milagre que vai logo, neste texto, ficar esclarecido. Uma delas até cheguei a conhecer ainda no AP da Pache de Farias e nos corredores da igrejinha antiga, a Congregacional de Cascadura. Mas Deus é fiel. E como é!

       Eu, testemunha imparcial dessa história, cheguei mesmo a conhecer, pelo menos, uma delas que, diga-se de passagem, nem sombra faz, em sua beleza e virtude, a essa que se tornou resposta de oração, fruto de calejados joelhos paternos e maternos.  As meninas, refiro-me às irmãs do rapaz, mais do que depressa, e isso elas podem confirmar, apressaram o desfecho.

       Deus, com todo o respeito, é maroto. De uma vez, resolveu o problema, de forma magistral, reunindo virtude, beleza e espiritualidade numa pessoa só. Toda a força numa fala mansa, quase imperceptível, e o rapaz, que posava de “godzilla” dos Anos Dourados, com toda aquela valentia, rendeu-se. Tome, valentão, pra aprender. E ainda está aprendendo.

       Porque com mulher virtuosa do lado, aprende-se a vida toda. E a família cresceu. Eu não poderia, tendo nascido do meio para o final desses anos, omitir aos que chegaram depois, a solução desse drama, de forma magistral sintetizada num casamento. Ficamos como quem sonha, como diz o salmista. E os anos que se seguiram, ainda que tendo reservado, em certos momentos, provações, somente contribuíram para solidificar essa relação.

     E espalhar seus benefícios. Porque o que Deus faz, por Sua marca, é monumento permanente. Como diz João, no livro de Revelação, quem tem ouvidos (e olhos) para ouvir, ouça (e enxergue) o que de maravilhoso Deus opera. Que alcança filha e genro, neto, a nossa própria família, as famílias ao redor, próximo, perto e distante.

      E o rapaz do circuito Caruso, o badalado Jair, que cavalgava aquelas loucas lambretas, a 60 km/h, foi alvo de orações que o colocaram em rota de união com Miriam, e lá se vai meio século. Gratos a Deus, porque é com a assinatura dele que vocês um dia se encontraram e permanecem juntos, vitoriosos e espalhando bênçãos, de fora para dentro e de dentro para fora dessa família, da qual tenho a honra de também participar.

     Somos todos alvos de oração. Deus seja louvado por nossos pais, já em presença dEle, que derramaram sua alma, como Ana, diante do Senhor, para que essas que conhecemos, e delas testemunhamos, e tantas outras bênçãos por vir aconteçam. Aleluia! Somos gratos, Jair e Miriam. Sigam assim e cada vez mais, no amor do Senhor, e na fé que, de uma vez por todas, como menciona a Bíblia, foi-nos dada.

Um comentário:

  1. Parabéns, meus tios queridos, benção de Deus. Vocês moram no meu coração

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