sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Naura - Depoimento - Parte 1

Grupo de crentes defronte da Congregação de Madureira, em 1952: Naura, à direita e de costas, conversa com seu irmão, talvez Viriato.

 26 de setembro de 1918, no Distrito Federal, à R. Dr. Silva Gomes 44, em Cascadura,  nasce uma menina à qual puseram-lhe o nome de Naura Ferreira Araujo da Silva, filha de Antonio Araujo da Silva Junior e Luísa Ferreira Araujo da Silva. Naura ao nascer veio com um pequeno defeito na vista direita. Aos três meses de nascida é levada pelo pai ao Dr. Moura Brasil médico oftalmologista muito afamado e este diz: "Não adianta operar, talvez ela não chegue aos 7 anos". Que decepção para o meu pai receber uma notícia desta. Mas acontece que Deus não vê as coisas como vê o homem. Havia algum plano de Deus para isto. Dois (2) anos depois nasce uma irmãzinha para companhia de Naura,  a Susana. Muito meiga,  nós nos dávamos muito bem, quem ler este relato já deve ter percebido que Naura sou eu, o pivô deste artigo. Eis a família de Naura: Vovó Luísa ou para maior explicação, minha tia-avóLuísa, solteira, irmã de meu avô, papai, mamãe, tio David, irmão de minha mãe, tia Sarah, irmã do meu avô, Simeão, Viriato e Susana, meus irmãos. Assim cresci com todo amor e carinho nesse lar cristão. Minha família, desde os meus bisavós, eram crentes. Pertenciam à Igreja Evangélica Brasileira, situada à R. Júlio do Carmo, ritual Presbiteriano. No primeiro mês de nascida, fui levada nos braços de minha mãe e pai à igreja para ser batizada, como era o costume da igreja. Aos (5) cinco anos perdi minha mãezinha, ficando eu e os demais irmãos aos cuidados da vovó que foi para mim e meus irmãos não avó, mas uma segunda mãe. Aos sete anos, data esta em que todas as crianças são matriculadas na Escola Pública, no entanto, fui barrada por causa do defeito. Dois anos depois, minha irmã Susana completa também sete anos e é levada à Escola para a matrícula. Vovó me leva novamente para ver se consegue matricular-me, mas... "...não posso matricular essa menina porque ela tem um defeito no rosto e vai impressionar as colegas". Acontece que Deus, mais uma vez se manifesta. Uma senhora muito católica, Filha de Maria, chamada Arcangela, abriu a boca em reclamações: "Minha Nossa Senhora, disse ela, como pode recusar uma criança para estudar, só porque tem um defeito no rosto? Eu vou levá-la para a minha classe, ela vai ser minha aluna especial". Ao chegar na sala de aula pela mão da professora D. Arcangela, essa apresentou-me aos colegas, dizendo: "Eu trouxe uma menina que vai ser colega de vocês. Espero que vocês se deem muito bem. Ela tem um defeito no rosto, mas é muito boazinha e quero muito respeito". Por isso, não me canso de dizer. Deus é bom demais. Nesse colégio, terminei o meu primário, deixando bons colegas e professores amigos. 

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