quinta-feira, 18 de abril de 2019

Isaac, meu filho.

     Nascido, de certo modo, surpreendentemente, porque o médico havia garantido a mim que precisaria fazer tratamento para que a mãe  engravidasse. 

     Foi agradável surpresa. Havia chegado, exatamente, da viagem ao Acre, em agosto de 1993 quando, logo pelo mês seguinte, o que a mãe pensava ser uma gastrite, ora, acho que já era gastura.

     Junto com essa certeza, outra se avizinhava, que era a confirmação da vinda para o Acre. Chegamos até marcar para julho de 1994, porém a chegada do Isaac em 21 de abril empurrou a data para começo de 1995.

     Garoto chorão e comilão, assisti ao parto, não deixava a moçada do berçário relaxar. Ainda bem que eram poucos. Logo se manifestou um ritmo de aleitamento alucinante. 

     Eu e a mãe tínhamos que treinar estratégias para ele não ficar só na mamadeira. De tanto tirar, botar, tirar, botar no berço, nas madrugadas, para as refeições, eu andava pelas ruas feito bêbado de tanto sono.

     Antecipamos a comemoração do primeiro aninho, visto que o 21 de abril de 1995 seria completado no Acre. Mas fizemos uma festinha na casa da Floresta e Pr Nelson Rosa pregou.

     Outros aniversários comemoramos ainda na Igreja do Tancredo. E um deles, como um coleguinha, na Congregação do Novo Horizonte, ali por perto. Assim como outros, já na escola.

     Aliás, muito cedo foi para a lá. Chegou mesmo aescola pular uma segunda metade do maternal. Em classe, fazia as tarefas dos coleguinhas, para sobrar tempo para que brincassem. E desde cedo revelou aptidão para a teologia. 

     Certa vez, quando perguntei porque custou a dormir, respondeu: "Estava brincando com Deus". Realmente, muita intimidade. Gostava de passear no carro, não me deixava furar os sinais e, de preferência, apreciava buscar a avó no "Aramporto".

      Conviveu pouco tempo com os avós, por morarmos assim tão longe da família, mas memorizava as histórias que ouvia. Como a que o vô Cid contou, ainda na Floresta, em setembro de 1995: "Zaqueu, desce depressa", que funcionava como uma senha que lhe lembrava o avô. 

     Cânticos de igreja. Um dos que mais gostava era o que dizia: "O véu que separava, já não separa mais. A luz outrora, apagada, agora brilha e cada dia brilha mais". Na fase das botinhas, era perigoso, quer dizer,  mais ou menos perigoso. Havia momentos em que a luz apagava.

      "Como foi na escola hoje, meu filho?", eu perguntava. Ele, sempre muito ativo, como se não houvesse dado atenção, respondeu: "Chutei a 'quiança' (traduzido, quer dizer "criança"), Pai". Lá fui no dia seguinte atrás da 'quiança' chutada. Tudo resolvido. Desculpas acertadas. 

      Deus muito abençoou quando, na fase final das botinhas, os médicos descobriram Legg-Calvé-Perthes ou Legg-Perthes, que é uma má formação na cabeça do fêmur. Não é doença frequente, mas também não é de simples cura e tratamento. Pois Deus curou Isaac. 

       Mas uma fase viveu como  criança que não deveria correr, pular ou jogar bola. E nem gritar, porque também tinha uns calinhos nas cordas vocais. Só isso: essa criança só não pode correr, pular e gritar. O resto pode.

       Agradecemos a Deus sua vida. Aos cinco anos, contou com a chegada da irmã. Tentamos preparar o menino, para que não houvesse ciúmes. Acho que conseguimos. Sempre se manifestou muito amigo dela. E foi um bom professor, ajudando nas primeiras letras.

       A irmã trocava /d/ por /n/, mas o /r/ aprendeu logo. Ana chamava 'Nulci' a babá Dulci e Isaac 'Lalissa', a colega Larissa. Maiores detalhes, tirem as dúvidas ao vivo. 

      Deus muito nos tem abençoado. Louvamos Seu nome pela vida dos dois. Deus lhes fortaleça, principalmente ao Isaac, hoje em foco. Deus ilumine o seu caminho, meu jovem filho. Oramos intensamente por você.

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