domingo, 1 de julho de 2018

Mal traçadas linhas 84

       A Bíblia diz que homem nenhum jamais viu Deus. Sem dúvida, essa curiosidade de "ver" é natural. Coloco entre aspas porque, como já foi dito, os sentidos enganam.

      E exatamente com relação a "ver", particularmente este sentido, a Bíblia diz: "Bem-aventurado os que não viram". Mas creram. Isso porque é impossível ver Deus.

     Ver para quê? Ver por quê? Qual a função do ver? Conhecer? Identificar? Confirmar a existência? Igual ao INSS, tem de ir lá, para confirmar, in loco, que está vivo.

      Nenhuma das razões acima servem para justificar o "ver" Deus. Isso porque Deus é Deus. Está entendido? Deus precisa se revelar. Senão, nem crer vai dar certo.

        E Ele se revela como bem quiser. Sabe por quê? De novo, porque é Deus. João Apóstolo diz em seu Evangelho "ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou".

       É tudo ou nada, meu caro. E aqui, no caso, é tudo. Jesus revelou Deus todo. E é o unico que viu Deus. Sem aspas. Viu o Pai por dentro e por fora. Conhece tudo do Pai. Identifica-se com o Pai.

     Se quiser. Porque se não quiser, continue você sem enxergar Deus. E saia por aí agnóstico ou, se quiser evoluir, ateu. Mas, no caso do bom senso em crer, saiba que Jesus é a cara de Deus. Jesus é o rosto de Deus. Como diz Paulo Apóstolo, Jesus é "a imagem do Deus invisível".

       A Bíblia fala de homens que estiveram muito perto de satisfazer sua curiosidade. Tiveram, sim, uma experiência bem próxima. Só isso. E não bastou. Moisés foi um deles.

       E depois de todas essas oportunidades de estar bem perto, ao ponto de ouvir Deus, pediu ao Altíssimo que visse, ainda, a glória dEle, de Deus, do Altíssimo. Como dizia Cid, meu pai, tratava-se de uma experiência requerida ainda no tempo da "revelação em marcha" de Deus.

       Diz, então, a Biblia que, en passant, Moisés, aturdido e expressando-se com palavras sobre a glória de Deus, ocultou-se numa reentrância de rocha, provavelmente em cavernas do Sinai, e teve encoberta sua visão para ver Deus "pelas costas".
     
        Todo esse jogo de escondido, que aqui no Acre se chama "manja do esconde", para ser sincero, não satisfaz a curiosidade toda de "ver" Deus. Aliás, o autor anônimo de Hebreus diz que, agora, a "sobre-excelente" glória da igreja não se compara a nenhuma dessas manifestações do Antigo Testamento.

       Sabe por quê? Porque a percepção de Deus, por meio de Jesus, é completa e nos põe, evidentemente, aos que cremos, mais do que diante de Deus: nos coloca em comunhão com Deus.

      E uma pergunta final: há algo maior e mais próximo do que isso?

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